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Esquadrão Imortal – Borussia Dortmund 1994-1997

Em pé: Stéphane Chapuisat, Jürgen Kohler, Jörg Heinrich, Matthias Sammer, Stefan Reuter e Martin Kree. Agachados: Paulo Sousa, Andreas Möller, Paul Lambert, Stefan Klos e Karl-Heinz Riedle. (Photo by Popperfoto via Getty Images/Getty Images).
Em pé: Stéphane Chapuisat, Jürgen Kohler, Jörg Heinrich, Matthias Sammer, Stefan Reuter e Martin Kree. Agachados: Paulo Sousa, Andreas Möller, Paul Lambert, Stefan Klos e Karl-Heinz Riedle. (Photo by Popperfoto via Getty Images/Getty Images).

 

Grandes feitos: Campeão Mundial Interclubes (1997), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (1996-1997), Bicampeão Alemão (1994-1995 e 1995-1996) e Bicampeão da Supercopa da Alemanha (1995 e 1996).

Time base: Stefan Klos; Stefan Reuter, Jürgen Kohler (Júlio César), Matthias Sammer (Wolfgang Feiersinger), Martin Kree e Jörg Heinrich; Paul Lambert (Steffen Freund / Patrik Berger) e Paulo Sousa (Michael Zorc); Andreas Möller; Karl-Heinz Riedle (Heiko Herrlich / René Tretschok) e Stéphane Chapuisat (Lars Ricken). Técnicos: Ottmar Hitzfeld (1994-1997) e Nevio Scala (1997).

“Quando Dortmund era a capital da bola”

Por Guilherme Diniz

Depois de anos na segunda divisão e de viver períodos terríveis, o Borussia Dortmund viu sua sorte mudar no começo dos anos 90. A equipe amarela e negra voltou a levantar uma taça em 1989 (Copa da Alemanha) e começou a investir forte no futebol, em sua estrutura e em seu estádio. Os frutos começaram a render rápido, e na temporada de 1994-1995 o time conquistou o Campeonato Alemão depois de 32 anos. Com uma equipe sólida, eficiente e referência quando o assunto era defesa (com craques do naipe de Jürgen Kohler e Matthias Sammer), o Borussia alçou voos mais altos até chegar ao ápice em 1997, com as conquistas da Europa (pra cima da poderosa Juventus de Del Piero e Zidane) e do mundo (sobre o Cruzeiro-BRA). É hora de relembrar os feitos da era de ouro do terceiro time alemão a conquistar a Europa.

 

Começo difícil

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Em 1991, o Borussia fez uma de suas melhores contratações da história ao anunciar como técnico Ottmar Hitzfeld, vindo com uma bagagem vitoriosa no futebol suíço. O trabalho do treinador começou razoavelmente bem, com o time voltando ao pelotão de elite da Bundesliga, mas ainda incapaz de brigar por títulos. Foi então que na temporada 1992-1993 os alemães alcançaram uma final continental: a Copa da UEFA. Porém, o sonho de conquistar uma taça europeia novamente (a última havia sido a Recopa da UEFA de 1966) foi para o espaço com uma acachapante derrota de 6 a 1 no placar agregado para a Juventus-ITA (3 a 1 na Alemanha e 3 a 0 na Itália).

Muitos poderiam criticar o trabalho de Hitzfeld por perder uma final com essa diferença de gols, mas a Juventus era uma seleção com Peruzzi, Júlio César, Kohler, Dino Baggio, Antonio Conte, Andreas Möller, Roberto Baggio e Vialli. Depois da derrota, o técnico do Borussia soube recompor o elenco e viu na rival italiana peças que seriam ótimas para reforçar o time do Borussia. Tempo depois, o clube anunciou as contratações de Júlio César, Kohler, Paulo Sousa e Möller, que se juntariam ao líbero Matthias Sammer como os grandes talentos que dariam ao time de Dortmund a força que faltava para brigar, enfim, por conquistas.

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Em pé: Paulo Sousa, Heinrich, Chapuisat, Riedle, Reuter e Kree. Agachados: Paul Lambert, Klos, Feiersinger, Möller e Ricken.

 

Reis alemães

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Na temporada 1994-1995 o Borussia mostrou força de elenco, perdeu apenas uma partida em casa e faturou depois de 32 anos o Campeonato Alemão, com 20 vitórias, nove empates e cinco derrotas em 34 jogos. Os destaques foram os triunfos sobre Bayern München (1 a 0), 1860 München (4 a 0) e Stuttgart (4 a 0) em casa, além de um 4 a 0 no Hamburgo e um 6 a 1 no Köln, ambos fora de casa. O time conseguia levantar a Bundesliga demonstrando muito talento e a inteligência tática e técnica de Ottmar Hitzfeld, que conseguia extrair de seus jogadores o máximo e montar uma equipe forte defensivamente e muito rápida quando chegava ao ataque, com muita pontaria e precisão, reflexo direto de um dos melhores ataques do torneio naquele ano (67 gols) e também da melhor defesa (33 gols sofridos).

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Michael Zorc, com 15 gols, e Andreas Möller, com 14, foram os destaques do time no torneio. O defensor Matthias Sammer começava naquela temporada a se transformar num dos maiores jogadores da Alemanha e da Europa com muita qualidade técnica e atuações memoráveis, muito graças à adaptação feita por Hitzfeld ao recuar o jogador para a posição de líbero. O técnico dizia na época que Sammer tinha tudo para ser o “Beckenbauer dos anos 90”. Ainda em 1995, a equipe venceu o Borussia Mönchengladbach por 1 a 0, gol do zagueiro brasileiro Júlio César, e conquistou a Supercopa da Alemanha. Com duas taças na bagagem, o time foi com tudo em busca de mais glórias na temporada 1995-1996, além de almejar uma boa participação na Liga dos Campeões da UEFA.

 

Base da seleção e novo encontro com a Juventus

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Na nova temporada, o Borussia manteve a estrutura vencedora e aperfeiçoou ainda mais seu estilo de jogo, cada vez mais forte e letal. O time se reforçou trazendo o atacante Heiko Herrlich, artilheiro da Bundesliga passada com 20 gols. O Borussia serviu nesse período como base da seleção da Alemanha que venceria a Eurocopa de 1996 com jogadores como Stefan Reuter, Jürgen Kohler, Matthias Sammer, Steffen Freund e Andreas Möller. Até mesmo o esquema tático da seleção era o mesmo que o do Borussia, um 5-2-1-2, com três defensores (sendo Sammer líbero), laterais avançados, dois volantes que também ajudavam no ataque, um meia e dois atacantes.

 

Referência, o Borussia foi ainda melhor na Bundesliga e conseguiu o bicampeonato, com 19 vitórias, 11 empates e somente quatro derrotas em 34 jogos. Foram 76 gols marcados (melhor ataque) e 38 gols sofridos (melhor defesa). O time mais uma vez deu show jogando em casa, acumulando grandes vitórias sobre Bayern München (3 a 1), Eintracht Frankfurt (6 a 0), Stuttgart (6 a 3) e Köln (3 a 0). Michael Zorc foi de novo o goleador da equipe com 15 gols marcados, apenas dois atrás do artilheiro do torneio, Fredi Bobic, do Stuttgart.

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Na Liga dos Campeões, a equipe reencontrou a Juventus na fase de grupos e perdeu o jogo de estreia na competição em casa por 3 a 1. Na sequência, empate fora de casa contra o Rangers-ESC em 2 a 2 (gols de Herrlich e Kree) e vitória em casa sobre o Steaua Bucareste-ROM por 1 a 0 (gol de Lars Ricken). No returno, empate sem gols contra o mesmo Steaua na Romênia, revanche e vitória sobre a Juventus em pleno estádio Delle Alpi por 2 a 1 (gols de Zorc e Ricken) e empate em casa com o Rangers em 2 a 2 (gols de Möller e Riedle).

A equipe alemã se classificou em segundo no grupo e avançou até as quartas de final. Nela, o time deu azar e topou com o super Ajax de van der Sar, Reiziger, Blind, Bogarde, Ronald de Boer, Davids, Kluivert e Litmanen, que venceu os dois jogos (2 a 0 na Alemanha e 1 a 0 na Holanda) e eliminou o Borussia da competição. Mais tarde, os holandeses chegariam à final, mas perderiam para a Juventus. A participação do Borussia não foi como a esperada, mas o técnico Hitzfeld soube o que fazer para o time voltar ao torneio e ter um desempenho melhor.

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Nova supercopa e o auge de Sammer

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Em 1996, o Borussia levantou mais uma Supercopa da Alemanha depois de vencer, nos pênaltis, o Kaiserlautern por 4 a 3 após empate em 1 a 1 no tempo normal. Naquele ano, Matthias Sammer ganhou o maior prêmio de sua carreira ao ser condecorado com a Bola de Ouro da revista France Football como o maior jogador da Europa na temporada, um feito histórico para o craque. Além disso, as reformas no estádio Westfalenstadion iam a todo vapor. Logo, a casa do Borussia se transformaria num verdadeiro caldeirão para mais de 75 mil torcedores. A torcida tinha a certeza de que a temporada 1996-1997 seria ainda melhor que as anteriores. Algo de bom estava para acontecer…

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Susto e a perda do título nacional

Pouco depois de Sammer vencer a Bola de Ouro, o craque sofreu uma séria contusão no joelho que afastaria o líbero de várias partidas do Borussia na temporada. A ausência do grande líder, bem como a idade avançada de muitos jogadores, custou caro ao clube, que não conseguiu repetir os feitos das temporadas anteriores e viu o Bayern retomar a coroa na Bundesliga. Mas, sem dúvida, a grande esperança do Borussia estava na Liga dos Campeões, torneio de tiro curto que desgastaria bem menos as estrelas do time de Dortmund.

 

Caminhada europeia

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O Borussia estreou no grupo B da Liga com vitória por 2 a 1 sobre o Widzew Lódz-POL em casa, com dois gols de Herrlich. Na partida seguinte, vitória incontestável por 3 a 0 sobre o Steaua Bucareste-ROM fora de casa, com gols de Ricken, Heinrich e Chapuisat. Para encerrar o turno, mais um triunfo, 1 a 0, sobre o Atlético de Madrid-ESP em pleno Vicente Calderón, com gol de Reuter. No returno, o Atlético deu o troco e venceu os alemães por 2 a 1 em Dortmund, mas o Borussia seguiu bem e empatou em 2 a 2 com o Widzew fora de casa (gols de Lambert e Kohler), e goleou o Steaua em casa por 5 a 3, com dois gols de Chapuisat, um de Trestschok, um de Riedle e outro de Zorc. O time estava classificado para a segunda fase.

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Nas quartas de final, o Borussia encarou o Auxerre-FRA. No primeiro jogo, em Dortmund, Riedle, Schneider e Möller deram a vitória por 3 a 1 para os alemães. Na volta, Ricken fez o gol solitário de mais um triunfo do Borussia que colocou os alemães na semifinal. A próxima etapa seria um desafio e tanto para a equipe, pois o adversário seria ninguém mais ninguém menos que o Manchester United-ING de Gary Neville, Irwin, Beckham, Giggs, Roy Keane, Solskjaer e Éric Cantona.

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Como domar um titã

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Na semifinal, o Borussia fez dois duelos muito equilibrados contra os ingleses do Manchester United. Mesmo com um ataque muito poderoso e criativo, o time inglês não conseguiu impor seu jogo na primeira partida, em Dortmund, onde um chutaço de Tretschok garantiu a vitória alemã por 1 a 0. Na volta, em Old Trafford, o fortíssimo sistema defensivo do Borussia funcionou de novo, o MU não fez gol, e os alemães venceram novamente por 1 a 0, gol de Ricken, garantindo a equipe pela primeira vez em uma final de Liga dos Campeões. O adversário? Uma equipe que desde 1993 não saía da garganta do torcedor do Borussia: a Juventus, então campeã europeia e mundial.

A maior chance de vingança

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O estádio olímpico de Munique, na Alemanha, parecia receber uma torcida só, a do Borussia, beneficiado pelo fato de a final ser em seu país. O time tinha a grande chance de conseguir a tão sonhada revanche da final da Copa da UEFA de 1993, quando a Juventus aplicou 6 a 1 no placar agregado pra cima dos alemães. Mas a tarefa não seria fácil. Aquela Juventus era ainda melhor que o time de 1993 e contava com vários craques: Peruzzi, Ciro Ferrara, Deschamps, Di Livio, Jugovic, Zidane, Boksic, Vieri e Del Piero. Porém, o técnico Ottmar Hitzfeld tinha todo o conhecimento e experiência necessários para domar e vencer a Juventus, afinal, ele havia enfrentado o time italiano em 1993, na Copa da UEFA, e na Liga dos Campeões de 1995-1996.

Se infiltrar em uma zaga com Sammer e Kohler era tarefa quase impossível. Por isso, a equipe tinha tranquilidade para atacar e encurralar o adversário em seu próprio campo.
Se infiltrar em uma zaga com Sammer e Kohler era tarefa quase impossível. Por isso, a equipe tinha tranquilidade para atacar e encurralar o adversário em seu próprio campo.

 

Enfim, campeões da Europa

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No jogo, o Borussia quis definir o confronto logo no primeiro tempo e comandou as ações. Aos 29´, depois de um levantamento na área, Riedle abriu o placar para o Borussia. Aos 34´, escanteio cobrado e Riedle, de novo, marcou o segundo gol numa cabeçada fulminante. O técnico italiano Marcello Lippi foi para o tudo ou nada no segundo tempo e colocou Del Piero na equipe. O craque diminuiu para a Velha Senhora aos 64´, de letra, mas a reação durou pouco. Lars Ricken, jovem talismã do Borussia naquela Liga, entrou aos 70´, foi para o meio de campo, andou um pouco, o Borussia engatou um contra-ataque, Ricken recebeu e, em seu primeiro chute no jogo, alguns segundos depois, marcou por cobertura um golaço no goleiro Peruzzi: 3 a 1. Era o gol final para decretar uma vitória histórica: Borussia Dortmund campeão europeu!

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Pela primeira vez desde 1983 uma equipe alemã voltava a levantar a maior de todas as taças do continente! E o time amarelo e negro entrava para o seletíssimo grupo de times alemães que ostentam a “velhinha orelhuda” em suas galerias de troféus (os outros são Bayern München e Hamburgo).

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O adeus de Hitzfeld

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Depois do título europeu, foi natural o assédio de grandes clubes ao técnico Hitzfeld, que aceitou uma proposta do Bayern München, onde também faria história. Para suprir a ausência do brilhante treinador, o time de Dortmund trouxe o italiano Nevio Scala, que tinha como desafio manter a sina vencedora do time naquele restante de temporada, além de disputar e vencer o Mundial Interclubes de 1997, contra o Cruzeiro-BRA.

 

Mundo amarelo e negro

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Em novembro, o Borussia viajou ao Japão para enfrentar os brasileiros do Cruzeiro no Mundial Interclubes. O time brasileiro apostava na base campeã da América com Dida, Vítor, Elivélton e Ricardinho, além de três reforços contratados para disputar apenas aquela partida: Gonçalves, Bebeto e Donizete, tentando repetir o que o Grêmio de 1983 havia feito em uma decisão de Mundial curiosamente contra uma equipe alemã, o Hamburgo. Porém, a tática dos azuis não deu certo, o Borussia foi preciso quando esteve com a bola no pé e no ataque, e venceu por 2 a 0, com gols de Zorc e Herrlich. O time repetia o sucesso do Bayern em 1976 e conquistava o mundo. Era a taça que faltava para encerrar uma era dourada.

 

O fim de um Borussia para a história

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Depois do título mundial, o Borussia começou a se enfraquecer. O time perdeu a Supercopa da UEFA para o Barcelona-ESP, viu Matthias Sammer se aposentar precocemente por conta da lesão no joelho e vários dos jogadores campeões da Europa deixar o time ou para outras equipes ou por conta da idade e a consequente aposentadoria. A diretoria tentou, em vão, contratar novas estrelas, mas o time só teria um momento de sucesso na temporada 2001-2002, quando voltou a vencer o campeonato alemão. Depois disso, o clube viveu momentos conturbados, principalmente pela falta de dinheiro, e só se reergueu nos anos 2010 com uma nova safra de jovens craques que até chegaram a uma final europeia, mas não conseguiram recolocar o Borussia no topo. Enquanto isso não acontece, a fanática e presente torcida aurinegra segue com as façanhas e conquistas daquele timaço na memória. Um Borussia imortal.

Os personagens:

Stefan Klos: nascido em Dortmund, o goleiro respirou desde cedo a aura amarela e negra do clube da cidade e foi nele onde começou sua carreira, em 1990. Com o tempo, ganhou a titularidade e manteve-se intacto na meta do time até 1998. Era baixo para um goleiro (1,82m), mas garantia a segurança com grandes defesas e muita elasticidade. Teve sorte por contar com um miolo de zaga tão bom e eficiente jogando a seu favor.

Jörg Heinrich: polivalente, podia jogar na lateral-esquerda, no meio de campo e até na zaga. Em todas as posições demonstrava muita qualidade, tanto técnica quanto tática. Costumava marcar gols e apoiava muito bem o ataque. Era presença constante na seleção alemã da época e disputou a Copa do Mundo de 1998.

Martin Kree: grande zagueiro, Kree chegou ao Borussia em 1994 e ficou na equipe até 1999, disputando quase todos os jogos do time no período. Compôs uma zaga inesquecível ao lado de Kohler e Matthias Sammer, garantindo a sobriedade do setor e a baixa média de gols sofridos da equipe. Aposentou-se no próprio Borussia depois que a fase de ouro terminou.

Matthias Sammer: um dos maiores meio-campistas e líberos da história do futebol mundial, Sammer fez da temporada 1995-1996 a sua era de ouro. Depois de ser um dos primeiros jogadores a mudar de lado na Alemanha reunificada, no começo dos anos 90, o craque foi mudando seu estilo de jogo do meio de campo para a defesa quando passou a trabalhar com o técnico Ottmar Hitzfeld. Na condição de líbero, ficou ainda melhor e conduziu com maestria o Borussia ao bicampeonato alemão em 1995 e 1996 e a Alemanha ao tricampeonato da Eurocopa em 1996. Nesse mesmo ano, faturou quase todos os títulos individuais possíveis: Jogador Alemão do Ano, Bola de Ouro e Melhor Jogador da Eurocopa. Uma pena que logo depois de se consagrar tenha sofrido uma séria lesão no joelho que o tiraria dos gramados precocemente, aos 31 anos, em 1999. Virou cartola e trabalha no rival do Borussia, o Bayern.

Wolfgang Feiersinger: zagueiro austríaco de qualidade, Feiersinger viveu seu melhor momento pelo Austria Salzburg, conquistando vários títulos. Chegou ao Borussia em 1996 para manter a coleção de troféus em dia faturando a Liga dos Campeões e o Mundial de 1997, este jogando como titular.

Jürgen Kohler: foi um dos maiores zagueiros de seu tempo, e um dos grandes na história do futebol alemão. Tinha uma percepção defensiva formidável, além de ir bem no jogo aéreo. Foi campeão do mundo pela Alemanha em 1990 e brilhou na Juventus do início daquela década, até ser contratado pelo Borussia. No time amarelo e negro, Kohler seguiu brilhando e foi peça fundamental para as conquistas do campeonato alemão de 1996 e da Liga dos Campeões de 1997. Encerrou a carreira no próprio Borussia, em 2002, de maneira traumática: sendo expulso após cometer um pênalti na final da Copa da UEFA daquele ano, perdida pelo Borussia para o Feyenoord-HOL por 3 a 2.

Júlio César: ótimo zagueiro, o brasileiro Júlio César foi um dos grandes da Juventus que o técnico Ottmar Hitzfeld levou para o Borussia naquela década de 90. Já havia brilhado, também, no final dos anos 80, disputando uma Copa do Mundo, em 1986. Tinha um ótimo senso de colocação, muita força e não dava espaços para os atacantes. Só não foi mais vezes titular porque sofria com a concorrência dos outros defensores da equipe. Ganhou o bicampeonato alemão, a Liga dos Campeões e o Mundial pelo Borussia, este último como titular no jogo contra o Cruzeiro.

Stefan Reuter: era o foguete do Borussia pela lateral-direita, capaz de correr 100 metros em apenas 11 segundos, o que lhe rendeu o apelido de “Turbo”. Reuter foi soberano na equipe do Borussia de 1992 até 2004, disputando mais de 300 jogos de Bundesliga pelo clube. Venceu quase tudo com o time e fez parte da Alemanha campeã da Eurocopa de 1996.

Paul Lambert: trazido por Ottmar Hitzfeld ao Borussia em 1996, o escocês foi um dos grandes nomes do meio de campo do time naquele período, garantindo a eficiência e qualidade junto com o português Paulo Sousa e o meia Andreas Möller. Lambert jogou muito na temporada 1996-1997 e foi um dos nomes da final da Liga dos Campeões de 1997, quando fez o cruzamento que resultou no primeiro gol do Borussia no jogo.

Steffen Freund: outra estrela do Borussia no meio de campo, Freund foi peça chave no bicampeonato alemão do clube em 1995 e 1996, taças que abriram caminho para a consagração da equipe na Europa e no mundo.

Patrik Berger: o checo jogou apenas uma temporada no Borussia (de 1995-1996), mas foi um dos principais jogadores atuando como volante e auxiliando na marcação. Disputou 27 jogos e marcou quatro gols na Bundesliga.

Paulo Sousa: um dos grandes volantes da história de Portugal, Paulo Sousa brilhou na Juve de 1994 até 1996, exatamente no período em que a equipe conquistou a Liga dos Campeões da UEFA. Muito bom no desarme e com ótima visão de jogo, Sousa brilhou, também, no Borrusia Dortmund onde, em 1997, venceu outra Liga dos Campeões justamente contra seu ex-clube.

Michael Zorc: uma lenda no Borussia, Zorc foi um dos maiores símbolos da equipe nas duas décadas que passou em Dortmund, de 1981 até 1998. Virou o recordista de jogos pelo clube na Bundesliga com 463 partidas disputadas, chegando a mais de 600 jogos se contarmos outras competições. Meio campista, Zorc era um artilheiro nato, sendo o segundo maior goleador do Borussia com mais de 130 gols, sendo um deles o dos 2 a 0 sobre o Cruzeiro na final do Mundial de 1997.

Andreas Möller: com uma habilidade formidável e impecável nos passes e lançamentos, Andreas Möller foi o grande maestro do Borussia entre 1994 e 2000. Por ele passavam todas as jogadas da equipe e o nascimento de vários gols, seja de seus próprios pés, seja dando de bandeja para os companheiros. Seu auge foi exatamente entre 1990 e 1997, período em que ganhou tudo o que um futebolista pode almejar: uma Copa do Mundo e uma Eurocopa com a Alemanha, uma Copa da UEFA (com a Juventus), um bicampeonato alemão, uma Liga dos Campeões da UEFA e um Mundial Interclubes com o Borussia. Ainda jogou mais quatro anos até se aposentar em 2004 pelo Eintracht Frankfurt.

Karl-Heinz Riedle: era simplesmente fantástico em jogadas aéreas, ganhando o codinome “air” Riedle. Foi dele os dois primeiros gols do histórico 3 a 1 do Borussia pra cima da Juventus na final da Liga dos Campeões da UEFA de 1997, sendo um desses gols uma cabeçada fortíssima e certeira. O atacante jogou de 1993 até 1997 no Borussia onde virou ídolo. Fez parte da Alemanha campeã do mundo na Copa de 1990.

Heiko Herrlich: depois de arrasar na Bundesliga de 1994 pelo Borussia Mönchengladbach, o técnico Ottmar Hitzfeld quis o atacante em seu time e foi atendido. Em Dortmund, Herrlich alternou grandes partidas com outras sem brilho, mas foi fundamental nos títulos da Bundesliga de 1996, da Liga dos Campeões de 1997 e do Mundial, quando marcou o gol do título.

René Tretschok: o meio campista não era titular na equipe, mas foi genial e importantíssimo na semifinal da Liga dos Campeões de 1997, quando marcou o único gol da vitória do Borussia por 1 a 0 sobre o Manchester United, em Dortmund, que abriu caminho para a final.

Stephane Chapuisat: o suíço chegou ao Borussia em 1991 e permaneceu por lá até 1999. Virou rapidamente o goleador do time no começo dos trabalhos de Ottmar Hitzfeld no comando da equipe e ajudou o Borussia a conquistar o bicampeonato alemão em 1995 e 1996 e a Liga dos Campeões da UEFA de 1997, quando marcou três gols.

Lars Ricken: passou toda sua carreira no Borussia, de 1993 até 2007, onde conquistou vários títulos e entrou para a história ao marcar um gol na final da Liga dos Campeões da UEFA logo após entrar em campo, com um único chute que encobriu o goleiro Peruzzi. Marcou quatro gols naquela Liga e foi um dos talismãs do Borussia para a conquista do titulo europeu. Nos anos seguintes, sofreu muito com contusões, mas ainda sim disputou uma Copa do Mundo, em 2002.

Ottmar Hitzfeld e Nevio Scala (Técnicos): foi no Borussia que o então desconhecido Ottmar Hitzfeld se transformou num dos maiores técnicos da história do futebol europeu ao montar uma equipe fantástica e sólida que conquistou praticamente tudo o que disputou. Sob seu comando, o Borussia saiu da sombra dos grandes times da Alemanha e virou um dos gigantes no país graças a conquista da Liga dos Campeões da UEFA de 1997. Hitzfeld ganhou o prêmio de melhor técnico do mundo em 1997 da IFFHS e seu trabalho mudou para sempre o Borussia, consagrando jogadores como Möller, Ricken e Sammer. Deixou a equipe logo depois do título europeu para fazer história no Bayern, onde conquistaria mais uma Liga dos Campeões em 2001. Nevio Scala não foi como Hitzfeld, mas deu ao time o título que apenas o Bayern possuía na Alemanha: o Mundial Interclubes, colocando o Borussia num patamar bem acima dos rivais.

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Comentários encerrados

9 Comentários

  1. Parabéns… Sou um grande fã desse site
    Obs, Aguardem o fim da temporada e imortalizem o Atlético de Madrid do Simeone, campeão da liga Europa, copa do rei, supercopa da Europa e futuro campeão espanhol, europeu e mundial

Esquadrão Imortal – Internazionale 2008-2010

Craque Imortal – Samuel Eto’o