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Esquadrão Imortal – Sampdoria 1986-1992

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Em pé: Srecko Katanec, Gianluca Pagliuca, Marco Lanna, Attilio Lombardo, Toninho Cerezo e Roberto Mancini. Agachados: Pietro Vierchowod, Moreno Mannini, Ivano Bonetti, Gianluca Vialli e Fausto Pari.

 

Grandes feitos: Campeã da Recopa Europeia (1989-1990), Campeã do Campeonato Italiano (1990-1991), Bicampeã da Copa da Itália (1987-1988 e 1988-1989), Campeã da Supercopa da Itália (1991) e Vice-campeã da Liga dos Campeões da UEFA (1991-1992).

Time base: Pagliuca; Mannini, Pellegrini (Lanna), Vierchowod e Ivano Bonetti; Cerezo e Pari (Invernizzi); Lombardo (Victor Muñoz / Fausto Salsano), Katanec (Dossena) e Vialli; Roberto Mancini. Técnico: Vujadin Boskov.

 

“No embalo dos Gêmeos do Gol”

Por Guilherme Diniz

O Imortais já relembrou histórias marcantes de grandes equipes italianas que brilharam no final dos anos 80 e início da década de 90. Milan, Napoli, Parma e Internazionale foram alguns dos esquadrões que colecionaram títulos tanto em casa quanto fora dela, consolidando uma era de ouro do Calcio, que tinha o status de liga mais estrelada e disputada do planeta, muito a frente da Espanha e da Inglaterra, as vedetes neste século XXI. E foi naquela época que outra equipe, caçulinha perto dos gigantes italianos, também brilhou ao praticar um futebol competitivo, brilhante e talentoso: a Sampdoria. A equipe de Gênova possuía um notável equilíbrio entre defesa e ataque, muito graças ao técnico Vujadin Boskov, ao goleiro Pagliuca, ao zagueiro Vierchowod, ao volante Cerezo e aos “irmãos gêmeos” do ataque Roberto Mancini e Gianluca Vialli, uma das duplas mais letais e entrosadas de toda a história da Itália. Entre 1986 e 1992 a Samp deixou de ser uma equipe pequena e sem títulos para se tornar uma potência que levantou taças na Itália e na Europa. Por muito pouco, o time não levantou uma incrível Liga dos Campeões da UEFA na temporada 1991-1992, quando foi derrotado na prorrogação pelo Barcelona do técnico Johan Cruyff. É hora de relembrar.

 

Geração de ouro

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Em 1985, a Sampdoria conquistou sua primeira Copa da Itália ao derrotar o Milan nos dois jogos finais (1 a 0 em Milão e 2 a 1 em Gênova). Aquela equipe ficou marcada pela revelação de grandes talentos, entre eles Roberto Mancini e Gianluca Vialli, que rapidamente ganhariam o apelido de “Gêmeos do Gol” tamanho entrosamento e facilidade para armarem jogadas entre si. Depois do título e de um vice em 1986, o então treinador Eugenio Bersellini deu lugar ao iugoslavo Vujadin Boskov, que já tinha feito um bom trabalho no comando do Real Madrid no final dos anos 70 e início da década de 80, ao conduzir o time merengue ao título do Campeonato Espanhol de 1980 e a duas Copas do Rei em 1980 e 1982, além de um vice-campeonato da Liga dos Campeões da UEFA em 1981 (perdido para o super Liverpool-ING de Kenny Dalglish e Bob Paisley). Logo em sua chegada, Boskov ganhou o reforço de Toninho Cerezo, célebre volante brasileiro estrela do Atlético Mineiro-BRA por muitos anos.

Em sua primeira temporada, o treinador já mostraria que aquele time daria muito trabalho aos gigantes da Itália, principalmente pela maneira de jogar da equipe. A Sampdoria explorava muito a velocidade de seus meias e atacantes e o talento de Cerezo, que surgia como um elemento surpresa no ataque, além de seus habituais lançamentos precisos. No Calcio, o time ficou na sexta colocação, mas conseguiu bons resultados, como um 4 a 1 pra cima da Juventus, vice-campeã da temporada 1986-1987 (o campeão foi o Napoli de Maradona). Sem taças naquele ano, o time daria alegrias para a torcida já na temporada 1987-1988.

O técnico Boskov: divisor de águas em Gênova.
O técnico Boskov: divisor de águas em Gênova.

 

Taças e o primeiro encontro com o Barcelona

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Reforçada por um talentoso e novato goleiro chamado Gianluca Pagliuca (aquele mesmo da Copa de 1994), a Sampdoria levantou na temporada 1987-1988 o título da Copa da Itália, depois de vencer o Torino na grande final. No Campeonato Italiano, o time ficou na quarta colocação e Vialli foi o artilheiro da equipe com 10 gols. A conquista da Copa nacional deu à equipe uma vaga na Recopa Europeia da temporada seguinte. Nela, os italianos despacharam Norrköping-SUE, Carl Zeiss Jena-ALE, Dinamo Bucareste-ROM e Mechelen-BEL (este com um show na partida de volta, em Gênova: 3 a 0, gols de Cerezo, Dossena e Salsano) até chegarem à final, disputada na Suíça. A equipe de Mancini e Vialli teve pela frente o Barcelona-ESP, comandado à época por Johan Cruyff e com jogadores como Zubizarreta, Amor, Salinas, Gary Lineker e Beguiristain. Com um gol no começo do jogo e outro no final, o time catalão ficou com a Recopa, e a Sampdoria sucumbiu em sua primeira final continental.

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Porém, nem tudo foi drama naquela temporada. O time venceu o bicampeonato da Copa da Itália de maneira inesquecível. Gianluca Vialli esteve infernal e marcou 13 gols, recorde em uma só edição do torneio que permanece até hoje. Na final, o time perdeu o primeiro jogo para o Napoli por 1 a 0. No entanto, a volta foi uma festa homérica: 4 a 0, gols de Vialli, Cerezo, Vierchowod e Mancini. A festa foi enorme e mostrou a todos que aquela equipe já era, sim, uma das potências da Itália, a ponto de poder brigar de igual para igual contra o próprio Napoli de Maradona, a Internazionale de Matthäus e o Milan de Gullit e van Basten.

O goleiro Gianluca Pagliuca: elástico, sortudo e craque no gol da Samp.
O goleiro Gianluca Pagliuca: elástico, sortudo e craque no gol da Samp.

 

Cada vez mais forte

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Na temporada 1989-1990 a Sampdoria reforçou ainda mais seu elenco com dois jogadores que seriam fundamentais para dar ainda mais qualidade e pegada no meio de campo: o iugoslavo Srecko Katanec, que vinha de uma boa passagem pelo Stuttgart-ALE e o italiano Attilio Lombardo, ótimo meia e ponta-direita que brilhou anteriormente no Cremonese-ITA. No Calcio, a equipe outra vez ficou na parte de cima da tabela, mas não conseguiu brigar pelo título e terminou na quinta posição. Na Copa da Itália, a equipe chegou até as fases finais, mas foi eliminada. O grande foco do time na temporada era, na verdade, a Recopa Europeia, perdida no ano anterior. Vialli, Mancini e companhia tinham a certeza de que era possível brigar pelo título novamente.

 

Saga europeia

Adversários no chão e a Samp comemorando: cena normal naquela época.
Adversários no chão e a Samp comemorando: cena normal naquela época.

 

Na Recopa de 1989-1990, a Sampdoria começou sua caminhada contra o Braan-NOR e venceu os dois jogos: 2 a 0 fora de casa (gols de Vialli e Mancini) e 1 a 0 em casa (gol de Katanec). Nas oitavas de final, duelo contra o Borussia Dortmund-ALE. Na primeira partida, na Alemanha, empate em 1 a 1 (gol de Mancini). Na volta, Vialli marcou duas vezes, no segundo tempo, e deu a vitória por 2 a 0 aos italianos. Nas quartas de final, mais duas vitórias contra o Grasshopper-SUI: 2 a 0 em casa (gols de Vierchowod e Meier, contra) e 2 a 1 fora de casa (gols de Cerezo e Lombardo. O passaporte para a segunda final seguida foi carimbado contra o Monaco-FRA de George Weah na semifinal. No primeiro jogo, na França, empate em 2 a 2 (dois gols de Vialli) na volta, Vierchowod e Lombardo fizeram os gols da vitória por 2 a 0. A Sampdoria estava na decisão.

 

Campeões continentais

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A decisão da Recopa de 1989-1990 foi entre a Sampdoria e o Anderlecht-BEL, que lutaram pelo título continental na cidade de Gotemburgo, na Suécia. Depois de 90 minutos em que as duas equipes se anularam, coube ao artilheiro da Recopa decidir a partida a favor dos italianos: Vialli. O craque marcou duas vezes na prorrogação, aos 105´e 108´e deu o primeiro e histórico título continental a Sampdoria. Era a consagração daquele time que merecia há anos uma taça como aquela. Vialli terminou como artilheiro da competição com sete gols. O desempenho da equipe naquela temporada resultou na convocação de cinco atletas do time para a Copa do Mundo da Itália de 1990: Pagliuca, Vierchowod, Mancini e Vialli (seleção da Itália) e Katanec (seleção da Iugoslávia).

Entre outubro e novembro de 1990, a Sampdoria teve a chance de conquistar mais um título internacional, mas perder para o Milan de Sacchi na final da Supercopa da UEFA. No entanto, os comandados de Boskov teriam o canto do cisne na temporada 1990-1991: a Serie A.

 

A Itália à Gênova pertence!

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Campeã da Copa nacional e da Recopa, a Sampdoria precisava aproveitar a ótima fase de seu elenco (e o início da queda do Napoli de Maradona) e brigar definitivamente pelo título do Campeonato Italiano. E foi o que ela fez. Forte, dinâmica e dificílima de ser batida, a equipe não deu chances aos rivais e conquistou seu primeiro Scudetto da história com uma campanha magnífica: 20 vitórias, 11 empates e apenas três derrotas em 34 partidas, com 57 gols marcados (melhor ataque) e 24 sofridos. Vialli deu show outra vez ao ser o artilheiro do torneio com 19 gols. Mancini, seu “irmão gêmeo”, marcou 12. Na campanha do título, a Sampdoria mostrou força em casa ao vencer as maiores potências do torneio: 1 a 0 na Juventus, 4 a 1 no Napoli, 3 a 1 na Internazionale e 2 a 0 no Milan. Fora de casa, a equipe também mostrou sua artilharia pesada ao golear o Napoli por 4 a 1 e bater a Inter por 2 a 0 e o Milan por 1 a 0.

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Na mesma temporada, a equipe foi finalista de mais uma Copa da Itália, mas perdeu o título para a Roma. A vingança, no entanto, veio tempo depois na final da Supercopa Italiana, quando a Sampdoria derrotou a Roma por 1 a 0, gol de Mancini. A conquista do Scudetto levou a equipe de Gênova a uma inédita participação na Liga dos Campeões da UEFA de 1991-1992. Será que aquele time faria um bom papel em sua estreia na principal competição do continente?

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Que debute!

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A inédita participação na Liga dos Campeões da UEFA consumiu todas as energias da Sampdoria, por isso, a equipe ficou apenas na sexta posição no Campeonato Italiano de 1991-1992. Na Liga, o time massacrou o Rosenborg-NOR na fase preliminar ao fazer 5 a 0 na partida de ida, na Itália, com gols de Lombardo (2), Dossena (2) e Silas. Na volta, na Noruega, outra vitória, dessa vez por 2 a 1 (gols de Vialli e Mancini). Na etapa seguinte, um sufoco diante do Budapeste Honvéd. No primeiro jogo, na Hungria, derrota por 2 a 1. Na volta, Lombardo e Vialli (2) garantiram a virada e a classificação para a fase de grupos, uma novidade na disputa daquele ano. Os primeiros colocados de cada um dos dois grupos fariam a final.

A Sampdoria naquele início de anos 90: meio de campo era extremamente criativo, Vialli se movimentava constantemente e a zaga era segura e eficaz, com
A Sampdoria naquele início de anos 1990: o meio de campo era extremamente criativo, Vialli se movimentava constantemente e a zaga era segura e eficaz. Lanna fazia muitas vezes o papel de líbero e Pari recuava para as investidas de Cerezo.

 

A Sampdoria disputou um lugar na final com Estrela Vermelha-IUG (então campeão continental), Anderlecht-BEL e Panathinaikos-GRE. Os italianos derrotaram o Estrela em casa (2 a 0) e na Iugoslávia (3 a 1), empataram sem gols com o Panathinaikos na Grécia e em 1 a 1 em casa e perderam na Bélgica para o Anderlecht (3 a 2), vencendo a volta por 2 a 0. Com três vitórias, dois empates e uma derrota, a equipe conseguiu, logo em sua primeira participação na Liga dos Campeões, um lugar na badalada decisão, que seria disputada no estádio de Wembley, na Inglaterra. Mas, por ironia do destino, a equipe italiana teria que encarar o mesmo fantasma de três anos antes: o Barcelona-ESP.

 

O fim do sonho

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A decisão entre Sampdoria e Barcelona tinha tudo para ser emocionante. Ambas as equipes tinham times muito bem organizados taticamente e possuíam talentos em todos os setores do campo. No papel, o Barcelona levava vantagem, mas a Sampdoria não poderia ser deixada de lado principalmente por seu meio de campo rápido e criativo, bem como o extraordinário Vialli, que faria exatamente naquele jogo sua última partida com a camisa da equipe de Gênova (dali, ele partiria para mais títulos e sucessos na Juventus-ITA).

O jogo foi aberto e com chances claras de gols para os dois times. Do lado do Barça, Guardiola, Ferrer, Laudrup e Stoichkov atormentavam constantemente a zaga italiana. Já na Samp, a movimentação de Mancini, Vialli, Lombardo e Cerezo originava boas oportunidades de gol, mas a falta de pontaria e as defesas de Zubizarreta prejudicavam o time. Depois de 90 minutos e 0 a 0 no placar, o jogo foi para a prorrogação. Nela, aos 111´, uma falta na entrada da área da Samp parecia o último momento de perigo no jogo, que estava se encaminhando para os pênaltis. Foi então que o holandês Ronald Koeman acertou um de seus fabulosos chutes e marcou o primeiro e único gol daquela final: 1 a 0. Os catalães conquistavam seu primeiro título da Liga dos Campeões da UEFA e a Sampdoria sucumbia pela segunda vez diante do clube azul e grená. Ali, terminaria a fase de ouro da equipe de Gênova.

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Eternos

Vialli e Mancini: os maiores mitos da história da Sampdoria.
Vialli e Mancini: os maiores mitos da história da Sampdoria.

 

A derrota na final europeia custou o fim de um ciclo de ouro na equipe da Sampdoria. O técnico Boskov partiu para a Roma, Vialli foi para a Juventus, Cerezo se encaminhou para o São Paulo e a espinha dorsal daquele esquadrão encantador e competitivo era desmantelada. O time ainda venceria uma Copa da Itália em 1994, mas campanhas ruins no Calcio culminariam com o descenso da Samp para a segunda divisão em 1999. Desde então, a equipe nunca mais voltou a conquistar títulos e tem a esperança de voltar a brilhar na Itália. Enquanto isso, a torcida que lotava o estádio Luigi Ferrari para presenciar os espetáculos de Mancini, Vialli e Cerezo segue nas lembranças dos feitos históricos de um time que peitava sem medo os maiores esquadrões europeus entre 1986 e 1992. Uma Sampdoria imortal.

 

Os personagens:

Pagliuca: cria das categorias de base da Sampdoria, Pagliuca se tornou em pouco tempo titular absoluto da meta do time e foi uma das maiores revelações do futebol italiano na virada da década de 80 e início dos anos 90. Ágil, sortudo, seguro e capaz de fazer defesas espetaculares (além de pegador de pênaltis), Pagliuca foi convocado para a Copa de 1990 e em 1994 foi o goleiro titular da Azurra, que chegou ao vice-campeonato mundial na Copa dos EUA. Pagliuca deixou a Sampdoria em 1994 e ainda brilhou na Internazionale e no Bologna, até encerrar a carreira no Ascoli em 2007.

Mannini: depois de passar por equipes de pouca expressão no começo dos anos 80, o lateral-direito Moreno Mannini escreveu sua história de sucesso na Sampdoria, para onde migrou em 1984. O jogador foi titular em todas as grandes conquistas da equipe naquele final de anos 80 e inicio dos anos 90 e se tornou um dos jogadores com mais participações com a camisa da Samp, com 417 jogos disputados.

Pellegrini: defensor muito forte na marcação que vestiu a camisa da Sampdoria entre 1980 e 1991, Pellegrini é outro que fez história em Gênova ao jogar mais de 360 partidas com a camisa azul. Ganhou três Copas da Itália, um Scudetto e uma Recopa com a equipe entre 1985 e 1991. Perdeu espaço no time no final dos anos 80 com a ascensão de Lanna. Encerrou a carreira no Torino, em 1995.

Lanna: começou a carreira na Sampdoria em 1987 e fez, ao lado de Vierchowod, uma das melhores duplas de zaga da história do clube. Alto e rápido, Marco Lanna jogou até 1993 na equipe e venceu cinco taças pelo clube. Tomou a vaga de Pellegrini na equipe titular e não saiu mais, atuando muitas vezes como líbero.

Vierchowod: Pietro Vierchowod foi um dos maiores zagueiros da história da Itália e um dos mais temidos pelos atacantes também. Forte, marcador implacável e extremamente competitivo, o zagueiro marcou época na Sampdoria, clube que defendeu entre 1983 e 1995 e pelo qual marcou 39 gols. Certa vez, Maradona, que encarou o zagueirão em seus tempos de Napoli, contou em entrevista ao “El Gráfico” que Vierchowod foi um dos poucos que ele não gostava de enfrentar. “Fisicamente ele era um animal, tinha músculos até nas sobrancelhas. Era fácil passar por ele, mas quando eu levantava a cabeça ele estava na minha frente novamente. Tentava duas, três vezes e ele continuava no meu encalço. Aí, eu tinha que tocar para algum companheiro porque não aguentava mais vê-lo”.  – Maradona, em entrevista ao “El Gráfico”, dezembro de 2007. Vierchowod jogou mais de 490 partidas pela Sampdoria, o segundo na lista dos que mais vezes vestiram a camisa da equipe, além de ter disputado as Copas de 1982, 1986 e 1990. Ídolo imortal da equipe até hoje.

Ivano Bonetti: meio campista muito eficiente na marcação e no passe, Bonetti jogava também como lateral naquela equipe da Sampdoria. Ajudava no apoio ao ataque e foi uma das peças de destaque na conquista do Campeonato Italiano de 1991. Jogou na Samp entre 1990 e 1993.

Cerezo: craque de estilo clássico, passadas largas, lançamentos precisos e muita elegância, Toninho Cerezo foi um dos pilares do mágico meio de campo da Sampdoria naqueles anos de ouro. Além de marcar, apoiar o ataque e dar assistências primorosas, o brasileiro anotou vários gols e foi um dos maiores craques do Campeonato Italiano no final da década de 80 e início dos anos 90. Cerezo, ao lado de seus companheiros, enchia o estádio Luigi Ferrari a cada apresentação da Sampdoria por aquelas bandas. Foi ídolo e um dos grandes do futebol mundial em todos os tempos. Deixou Gênova em 1992 para continuar a brilhar no São Paulo-BRA. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Pari: entre 1983 e 1992, Fausto Pari foi um dos motores do meio de campo da Sampdoria, sendo essencial para o brilho do setor no período. Marcava muito e ajudava a zaga principalmente quando Cerezo se mandava para o ataque. Mesmo com relativo destaque no time, não teve chances na seleção italiana.

Invernizzi: outro que compôs o meio de campo da Sampdoria entre 1989 e 1997. Participou de todas as glórias da equipe no período. Encerrou a carreira na própria Samp e foi técnico da equipe a partir de 1997.

Lombardo: o “carequinha” chegou em 1989 à Sampdoria e se tornou um dos maiores craques da equipe até 1995. Rápido, goleador e muito técnico, Lombardo compôs um ataque inesquecível ao lado de Mancini e Vialli. Pela ponta-direita, o italiano armava várias jogadas e deixava os companheiros na cara do gol, além de marcar os dele também. Virou grande companheiro de Roberto Mancini tanto dentro quanto fora de campo, e segue no mundo esportivo até hoje como técnico. Disputou 306 partidas pela Samp e marcou 54 gols.

Victor Muñoz: depois de passar por Zaragoza e Barcelona, o meio campista espanhol com cara de poucos amigos chegou à Sampdoria em 1988 e permaneceu até 1990, sendo um dos jogadores que ajudaram nas conquistas da Recopa Europeia de 1990 e da Copa da Itália de 1989.

Fausto Salsano: hoje técnico, o meia Salsano brilhou na Sampdoria entre 1984 e 1990 e 1993 e 1998, marcando gols importantes e ajudando na construção de jogadas de ataque do time. Salsano foi revelado pela própria Sampdoria em 1979 e teve a honra de vencer todas as Copas da Itália que a equipe já conquistou em sua história: 1985, 1988, 1989 e 1994.

Katanec: outro craque que chegou no final dos anos 80 à Samp para brilhar no meio de campo, o iugoslavo Srecko Katanec foi um dos pilares do setor defensivo e ofensivo da equipe naqueles anos de ouro. Jogou de 1989 até 1995 em Gênova, até encerrar a carreira pelo clube com quatro títulos conquistados e atuações de gala recheadas de passes, gols e muito talento. Foi uma das estrelas da forte seleção iugoslava do início dos anos 90.

Dossena: depois de brilhar pelo Torino e ser campeão do mundo com a seleção da Itália em 1982, Giuseppe Dossena foi para a Sampdoria em 1988 e por lá permaneceu até 1991, período em que conquistou seus primeiros e únicos títulos por clube. Foram quatro taças: Serie A, Copa da Itália, Recopa e Supercopa da Itália, além de atuações de muita qualidade no meio de campo e ataque. Deixou a equipe para encerrar a carreira no Perugia, em 1992.

Vialli: foram 141 gols em 321 jogos, títulos históricos, atuações impecáveis e a consagração como um dos mais prolíficos e perigosos atacantes do futebol italiano em todos os tempos. Gianluca Vialli chegou à Sampdoria em 1984, depois de despontar no Cremonese. Na equipe de Gênova, ao lado de Roberto Mancini, fez aquela que é considerada uma das maiores duplas de ataque do Calcio na história. Ambos foram apelidados de os “Gêmeos do Gol” e levaram a Sampdoria às glórias entre 1985 e 1992. Foram três Copas da Itália, uma Recopa da UEFA, uma Supercopa Italiana e um Campeonato Italiano, este com Vialli como artilheiro máximo com 19 gols. Foi com a camisa da Samp que o atacante alcançou o recorde de 13 gols marcados numa só edição de Copa da Itália, em 1989, quando levantou a taça.

No ano seguinte, foi o artilheiro e herói da primeira e única conquista continental do clube italiano, a Recopa, quando marcou os dois gols da final contra o Anderlecht. Rápido, inteligente, preciso e letal, Vialli foi um dos maiores ídolos do clube em todos os tempos e integrou a seleção italiana na Copa de 1990. Depois de perder a Liga dos Campeões de 1992, foi jogar na Juventus e conquistou o caneco em 1996, como capitão da Velha Senhora. Uma de suas maiores decepções, porém, aconteceu em 1994, quando ficou de fora da Copa dos EUA por atritos com Arrigo Sacchi. Uma pena, pois com o craque em campo, a Azurra poderia ter tido sorte melhor na final contra o Brasil…

Roberto Mancini: genioso, polêmico, temperamental, e ao mesmo tempo brilhante, craque e líder. Roberto Mancini foi e é o maior ídolo da Sampdoria em todos os tempos e fez com que a história do clube passasse a ser dividida em a.M. e d.M. (antes e depois de Mancini). Antes dele, o clube não era nada, não tinha títulos e vivia na segunda divisão. Depois de Mancini, a Samp se tornou uma força na Itália, levantou taças e fez história. Mancini é o jogador que mais vezes vestiu a camisa da equipe (566 partidas) e também o maior artilheiro (173 gols). Mas, o que tinha de craque, matador e genial, Mancini tinha de bravo e explosivo, a ponto de arrumar confusões, brigas e expulsões, o que prejudicava sua equipe e, claro, sua presença na seleção. Mancini disputou apenas uma Copa do Mundo, em 1990. Ao lado de Vialli, Mancini fez uma dupla de ataque histórica, que se entendia por telepatia e era responsável por mais de 50% dos gols do time. Ficou na Sampdoria entre 1982 e 1997, até partir para a Lazio e continuar a brilhar, onde encerrou a carreira em 2001 e virou um técnico de sucesso na Inter e no Manchester City.

Vujadin Boskov (Técnico): o iugoslavo que já havia brilhado no Real Madrid se consagrou em definitivo quando comandou a Sampdoria entre 1986 e 1992. Beneficiado por talentosos jogadores no elenco, Boskov se tornou um mito dentro do clube ao levar a Samp a glórias jamais imaginadas pela torcida. Foram duas Copas da Itália, uma Recopa da UEFA, um Campeonato Italiano e uma Supercopa Italiana, além dos shows protagonizados por um time que era forte e equilibrado em todos os setores do campo, além de perigosíssimo em qualquer estádio por conta de seu criativo meio de campo e um prolífico ataque. Depois de perder o título da Liga dos Campeões da UEFA de 1992, Boskov deixou a Samp e nunca mais foi o mesmo. Comandou Roma, Napoli, Servette, a Samp novamente e o Perugia, mas não ganhou títulos. Afinal, sua história já havia sido escrita: ser o treinador da mais dourada e marcante fase da Unione Calcio Sampdoria em todos os tempos.

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