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Esquadrão Imortal – PSV 1985-1990

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Os campeões da Europa em 1988. Em pé: Jan Heintze, Ronald Koeman, Ivan Nielsen, Soren Lerby, Wim Kieft e Hans van Breukelen. Agachados: Edward Linskens, Berry van Aerle, Gerald Vanenburg, Eric Gerets e Hans Gillhaus

 

Grandes feitos: Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (1987-1988), Tetracampeão Holandês (1985-1986, 1986-1987, 1987-1988 e 1988-1989) e Tricampeão da Copa da Holanda (1987-1988, 1988-1989 e 1989-1990). Foi o segundo clube holandês na história (e o terceiro na Europa) a conquistar o Treble.

Time base: Hans van Breukelen; Eric Gerets, Ivan Nielsen (Adick Koot), Ronald Koeman e Jan Heintze; Berry van Aerle, Soren Lerby e Edward Linskens (Romário); Gerald Vanenburg (Willy van de Kerkhof / Frank Arnesen), Wim Kieft e Hans Gillhaus (Ruud Gullit). Técnicos: Jan Reker (1985-1986), Hans Kraay (1987) e Guus Hiddink (1987-1990).

 

“Mais iluminado? Impossível!”

Por Guilherme Diniz

É possível ser campeão europeu sem vencer nenhum dos cinco jogos finais de uma Liga dos Campeões da UEFA? Sim, basta empatar fora de casa com gols e manter o placar vazio no jogo em casa. A tarefa, claro, não é nada fácil, ainda mais em uma competição como a Liga. Mas os holandeses do Philips Sport Vereniging, popularmente conhecido como PSV, conseguiram isso e muito mais no final dos anos 80. A equipe de Eindhoven formou um dos maiores esquadrões do futebol holandês e europeu da época, gastou rios de dinheiro em contratações e fez história ao se tornar o terceiro clube no continente – e o segundo na Holanda – a conquistar o tão almejado Treble (Campeonato nacional, Copa nacional e Liga dos Campeões). Além dessa façanha, os comandados de um ainda novato técnico Guus Hiddink faturaram outros três títulos nacionais e uma Copa holandesa.

As únicas taças que escaparam foram do Mundial Interclubes (derrota em uma partida emocionante contra o Nacional-URU) e da Supercopa da UEFA (que ficou com o surpreendente Mechelen-BEL de Preud´homme e Aad de Mos). Foram quatro anos de glórias, partidas marcantes e uma eficiência impressionante no setor defensivo graças ao talentoso goleiro van Breukelen, ao belga Eric Gerets e ao maior zagueiro artilheiro da história – Ronald Koeman. No ataque, os alvirrubros tiveram a audácia de contar, em diferentes épocas, com craques do naipe de Ruud Gullit, Vanenburg, Wim Kieft e um tal de Romário. É hora de relembrar.

 

Investir é preciso

Gullit (à dir.) em ação: craque foi fundamental para o fim da seca do PSV.
Gullit (à dir.) em ação: craque foi fundamental para o fim da seca do PSV.

 

Depois de conquistar o título da Copa da UEFA de 1977-1978, o PSV entrou em uma seca terrível no futebol holandês e teve que viver às sombras dos rivais Ajax e Feyenoord. O time não levantou nenhuma taça sequer entre 1979 e 1985 e foi obrigado a investir fortemente em jogadores de talento se quisesse almejar alguma coisa na segunda metade dos anos 80. Com isso, a Philips, dona do time, decidiu abrir os cofres e trazer para Eindhoven craques que pudessem colocar a equipe na rota das conquistas novamente. Com a nomeação do novo diretor de futebol, Hans Kraay, o clube contratou um talentoso e polivalente jogador vindo do Feyenoord: Ruud Gullit, que mostrava uma técnica acima da média e capacidade única em jogar tanto no ataque quanto na defesa. Junto com ele, chegaram outros nomes como Soren Lerby, Gerald Vanenburg e Eric Gerets.

Com novos nomes, o PSV mostrou força já na temporada 1985-1986 ao reconquistar o título do Campeonato Holandês com oito pontos de vantagem sobre o vice-campeão, Ajax. Os comandados do técnico Jan Reker venceram 27 dos 34 jogos disputados e perderam apenas uma partida (fora de casa, para o FC Den Bosch). A equipe marcou 100 gols e levou apenas 22 (melhor defesa). Os destaques foram as goleadas sobre o Ajax (4 a 2, fora de casa), Feyenoord (5 a 0, em casa) e um 8 a 2, em casa, contra o Go Ahead Eagles, além de várias outras sapecadas comandadas pelo capitão Gullit, que marcou 24 gols e foi o artilheiro do time na temporada e vice no campeonato (atrás do fenômeno van Basten, do Ajax, com 37 gols). Além disso, Gullit foi eleito o futebolista do ano na Holanda.

 

Sai o astro, mas chegam os astros

Novato e com bigode, Guus Hiddink começou logo em sua primeira temporada como técnico do PSV a mostrar seu talento em armar times competitivos e vencedores.
Novato e com bigode, Guus Hiddink começou logo em sua primeira temporada como técnico do PSV a mostrar seu talento em armar times competitivos e vencedores.

 

Depois da brilhante campanha de 1985-1986, o PSV sofreu um baque na temporada seguinte com a saída de sua principal estrela, Ruud Gullit, para o Milan-ITA (em uma transferência recorde no valor de seis milhões de libras), após o jogador se desentender com o diretor e treinador Hans Kraay em março de 1987. Kraay, que havia ocupado o cargo de técnico com a saída de Jan Reker, também deixou a equipe naquele ano. Diante de uma crise, o clube conseguiu “apagar o fogo” com a compra de Gillhaus, Wim Kieft e Soren Lerby, graças ao dinheiro da negociação de Gullit, e a efetivação do técnico Guus Hiddink, assistente do clube desde 1984 e muito elogiado por sua inteligência tática. Além dele, o PSV já contava em seu elenco com o brilhante zagueiro Ronald Koeman, que havia tido destaque no Ajax com qualidades tanto na defesa quanto no apoio ao ataque – e um venenoso chute de longa distância. Toda essa turma foi fundamental para fazer o PSV bicampeão holandês em 1986-1987, com seis pontos à frente do Ajax. A equipe teve o melhor ataque (99 gols) e a melhor defesa (21 gols sofridos) nos 34 jogos disputados.

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Foi instantânea a melhora da equipe sob o comando de Hiddink, que soube montar um time muito eficiente no jogo defensivo e nos contra-ataques. Os alvirrubros ficaram invictos em casa mais uma vez e levaram apenas oito gols nas 17 partidas disputadas no Philips Stadium. Com a taça, o PSV garantiu mais uma vez seu lugar na Liga dos Campeões da UEFA e tinha ambições bem maiores na competição, com a tarefa de apagar a eliminação precoce no torneio de 1986-1987, quando caiu logo na primeira fase diante do Bayern München-ALE.

 

Construindo um Treble

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Na temporada 1987-1988, o PSV já estava entrosado, com padrão de jogo estabelecido por Guus Hiddink e um time forte, competitivo e muito difícil de ser vencido. A prova disso foi no Campeonato Holandês, quando a equipe de Eindhoven foi novamente campeã com 27 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas em 34 jogos, com o melhor ataque (117 gols) e a melhor defesa (28 gols sofridos). O show dos alvirrubros foi mais uma vez jogando em casa, onde eles venceram 15 dos 17 jogos disputados, com destaque para as goleadas de 4 a 2 sobre o Ajax, 9 a 1 no Den Haag e 9 a 0 no Utrecht.

O centroavante Wim Kieft foi o grande destaque do time ao ser o artilheiro do campeonato com 29 gols marcados e mostrar mais uma vez suas habilidades nas jogadas aéreas e nos gols de cabeça, sempre originados dos cruzamentos de Eric Gerets, Jan Heintze e Berry van Aerle. Com o tricampeonato nacional na galeria de troféus, o PSV conquistou também a Copa da Holanda depois de derrotar o Roda JC na final por 3 a 2, com dois gols de Gerets e um de Lerby. O double já estava garantido. Era hora de lutar pelo dificílimo e almejado Treble.

 

Como utilizar um regulamento – por PSV Eindhoven

Ronald Koeman, um dos maiores nomes da história do PSV.
Ronald Koeman, um dos maiores nomes da história do PSV.

 

Na Liga dos Campeões da UEFA de 1987-1988, o PSV foi, talvez, a maior prova de como um time pode seguir à risca o regulamento de uma competição eliminatória. A equipe começou sua caminhada continental contra os turcos do Galatasaray e venceu por 3 a 0 a partida de ida, em casa, com gols de Gillhaus, Koeman e Koot. Na volta, a derrota por 2 a 0 não impediu a classificação dos holandeses. O adversário seguinte foi o Rapid Vienna-AUT, que foi derrotado pelo PSV tanto na ida (2 a 1, gols de van Aerle e Gillhaus) quanto na volta (2 a 0, gols de Lerby e Gillhaus). Nas quartas de final, contra o Bordeaux-FRA, a trupe de Hiddink fez valer o peso dos gols marcados fora de casa e mostrou a força de seu sistema defensivo. Na primeira partida, fora de casa, José Touré abriu o placar para os franceses, mas Kieft empatou no final do primeiro tempo e garantiu um placar importante para o PSV. Na volta, empate sem gols e classificação para a semifinal assegurada.

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O adversário derradeiro antes da final foi o sempre temido Real Madrid-ESP, que na época era conhecido por sua Quinta del Buitre, uma alusão aos jogadores formados nas categorias de base da equipe e que marcaram época no clube com títulos nacionais e internacionais, tais como Miguel Pardeza, Manolo Sanchís, Míchel, Rafael Martín Vázquez, além de Emilio Butragueño e Hugo Sánchez. No primeiro jogo, o PSV teria uma prova de fogo no Santiago Bernabéu lotado e provou logo aos seis minutos do veneno espanhol com um gol de pênalti marcado por Hugo Sánchez. O 1 a 0 contra não abalou os holandeses, que chegaram ao empate aos 19 minutos com um belo gol de Linskens.

O placar permaneceu inalterado e o PSV foi outra vez com a vantagem do empate sem gols para a volta, em Eindhoven. Jogando diante de sua torcida, o PSV bem que tentou marcar gols, mas a trave e a falta de pontaria impediram as redes do Philips Stadium de balançar. Ao apito do árbitro suíço Bruno Galler, o êxtase tomou conta dos entusiasmados torcedores holandeses. Pela primeira vez na história, o PSV estava em uma final de Liga dos Campeões. Era hora de coroar de vez aquela eficiente e talentosa geração com o maior título do continente.

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O PSV campeão da Europa: a grande força do time estava na defesa, quase intransponível, e no meio de campo técnico e eficiente.
O PSV campeão da Europa: a grande força do time estava na defesa, quase intransponível, mas o ataque também era eficiente com o apoio dos laterais e a velocidade de Vanenburg.

 

Santo Breukelen!

O goleiro van Breukelen defende a cobrança de Veloso...
O goleiro van Breukelen defende a cobrança de Veloso…

 

... E é ovacionado pelos companheiros: PSV campeão da Europa!
… E é ovacionado pelos companheiros: PSV campeão da Europa!

 

No dia 25 de maio de 1988, mais de 70 mil torcedores lotaram o Neckerstadion, em Stuttgart-ALE, para a decisão da Liga entre PSV e Benfica-POR. Os portugueses tentavam pôr fim à maldição de jamais conquistar títulos continentais desde os anos 60 e se apoiavam em jogadores como Silvino, Mozer, António Pacheco, Rui Águas e Mats Magnusson para ficar com o tricampeonato. Já o PSV tinha na defesa a arma para neutralizar as investidas portuguesas e faturar o inédito título continental na base do veloz ataque formado por Vanenburg, Linskens, Gillhaus e Kieft. Muito precavidos, os times fizeram uma final muito cautelosa e pouco atacaram, para frustração da torcida presente ao estádio. Os destaques ficaram por conta dos zagueiros e do goleiro holandês van Breukelen, que deu show de categoria e segurança em todas as ações de perigo do Benfica.

Depois de 120 minutos e 0 a 0 no placar, a final foi para os pênaltis. Com muito sangre frio, todos os jogadores de PSV e Benfica acertaram suas cobranças na série de cinco chutes, o que levou às cobranças alternadas. No primeiro tiro dos holandeses, Janssen converteu e fez 6 a 5. O próximo batedor era António Veloso. Se ele fizesse, a disputa continuaria. Se errasse, o título ficava com o PSV. O português correu para a bola, chutou e van Breukelen defendeu!

Pela primeira vez, o PSV era campeão da Liga dos Campeões da UEFA. Mais do que isso, o time holandês se tornava apenas o terceiro na história do futebol europeu a conquistar o Treble (campeonato, copa nacional e Liga), façanha antes restrita apenas ao Celtic-ESC e ao Ajax-HOL. O título coroou o trabalho de Guus Hiddink no comando dos alvirrubros e de uma talentosa equipe que fez por merecer tudo aquilo. Tempo depois, cinco jogadores do PSV (van Breukelen, Ronald Koeman, van Aerle, Vanenburg e Kieft) seriam campeões da Eurocopa de 1988 com a seleção holandesa comandada por Rinus Michels, o que só reforçou a temporada como uma das mais inesquecíveis para o futebol holandês.

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Chega o baixinho, mas escapa o mundo

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Depois de ser campeão da Europa, o PSV lamentou a aposentadoria do ídolo Willy van de Kerkhof, mas celebrou a chegada do atacante brasileiro Romário, que deu muito mais força ao ataque do time. O baixinho esperava conquistar logo de cara um título mundial na decisão do Mundial Interclubes de 1988, em 11 de dezembro, contra os uruguaios do Nacional. Depois do gol de Ostolaza aos 7´ e uma letargia incomum dos holandeses no primeiro tempo, Guus Hiddink mexeu com os nervos do time e a equipe chegou ao empate com Romário, aos 30´da segunda etapa. Na prorrogação, Koeman, de pênalti, virou para o PSV, mas Ostolaza empatou para o Nacional no penúltimo minuto de jogo. Outra vez os holandeses teriam pela frente uma disputa de pênaltis, mas agora com final triste. Foram dez cobranças para cada equipe e muita tensão até Gómez fazer o sétimo gol uruguaio e van Aerle desperdiçar seu chute derradeiro, fechando o placar em 7 a 6 e sacramentando o título mundial do Nacional.

Contra o Nacional, o PSV não conseguiu repetir a fórmula vencedora e caiu nos pênaltis.
Contra o Nacional, o PSV não conseguiu repetir a fórmula vencedora da Liga dos Campeões e caiu nos pênaltis.

 

Últimas glórias e o fim

Romário (à esq.): estrela nos últimos anos de ouro do PSV.
Romário (à esq.): estrela nos últimos anos de ouro do PSV.

 

Na temporada 1988-1989, o PSV bem que tentou o bicampeonato europeu, mas foi eliminado nas quartas de final pelo Real Madrid-ESP após empate em casa em 1 a 1 e derrota em Madrid por 2 a 1. Em fevereiro de 1989, o time ainda disputou a Supercopa da UEFA contra o Mechelen-BEL, mas perdeu por 3 a 0 na ida e não conseguiu reverter o placar na volta (venceu por apenas 1 a 0), resultado que deu o caneco aos belgas. No entanto, a equipe de Hiddink conquistou um inédito tetracampeonato nacional com apenas três pontos de vantagem sobre o vice-campeão, Ajax, mas com o melhor ataque da competição (78 gols em 34 jogos). Romário foi o destaque ao marcar 19 vezes e ser o artilheiro do campeonato, o que iria se repetir nas duas temporadas seguintes. A outra taça daquele ano foi a Copa da Holanda, vencida com direito a goleada de 4 a 1 sobre o Groningen na decisão.

As façanhas do PSV chamaram a atenção de várias equipes da Europa, que começaram a retirar as peças de destaque do time aos poucos. Ronald Koeman deixou a equipe em 1989 para jogar no Barcelona, Guus Hiddink faturou o tri da Copa da Holanda em 1990 e foi dirigir o Fenerbahce-TUR e o esquadrão que antes dominava o futebol holandês foi perdendo a força. A equipe ainda faturou mais dois campeonatos nacionais em 1991 e 1992 sob o comando do inglês Bobby Robson, mas sem o brilho de antes.

Desde então, o clube tenta voltar a conquistar um titulo fora do âmbito nacional, mas a missão é complicada e imprevisível. Enquanto uma nova era de ouro não chega, resta aos torcedores recordar os feitos de um time que marcou época jogando um futebol eficiente, competitivo e que foi absoluto durante toda a segunda metade da década de 80. Os shows de van Breukelen, Gerets, Koeman, van Aerle, Vanenburg, Gullit, Kieft e Romário ainda seguem na memória de todos em Eindhoven. E vão seguir por muito tempo.

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Os personagens:

Hans van Breukelen: ficou muito conhecido como “Taffarel holandês” pela quantidade de pênaltis que pegava, incluindo um na final da Liga dos Campeões da UEFA de 1988 e na final da Eurocopa do mesmo ano. Seguro, ágil e muito talentoso, van Breukelen jogou de 1984 até 1994 no PSV e se aposentou no clube depois de vários títulos conquistados e a idolatria eterna da torcida. Vestiu a camisa da Holanda em 73 jogos. É um dos grandes nomes do futebol do país.

Eric Gerets: ídolo e capitão do PSV durante anos, o belga Eric Gerets marcou época com uma regularidade impressionante e muita eficiência pelo lado direito do setor defensivo do time holandês. É considerado um dos maiores laterais-direito da história do futebol europeu e brilhou intensamente de 1985 até 1992 em Eindhoven. Tinha muita qualidade nos passes, era ótimo na marcação e ainda apoiava o ataque com maestria, marcando alguns gols. Pela seleção belga, disputou 86 jogos na carreira, o que o faz um dos jogadores que mais vezes vestiu a camisa da equipe.

Ivan Nielsen: o zagueiro dinamarquês formou um verdadeiro paredão ao lado de Ronald Koeman na zaga do PSV naquele final de anos 80. Muito alto (1,93m), era muito forte nas jogadas aéreas, tinha um fôlego notável e conseguia anular atacantes adversários com extrema eficiência. Teve destaque, também, na seleção dinamarquesa que disputou a Copa do Mundo de 1986.

Adick Koot: revelado no PSV, o zagueiro jogou de 1983 até 1991 em Eindhoven e foi um dos grandes nomes do setor defensivo do time no período. Conquistou nove títulos com a camisa do clube.

Ronald Koeman: um dos maiores jogadores do futebol holandês, Koeman é o zagueiro que mais fez gols na história do futebol mundial, com mais de 220 gols em pouco mais de 600 jogos. Dono de um chute poderosíssimo, Koeman fez história não só no PSV, mas também no Barcelona do início da década de 90 e na Holanda campeã europeia de 88. Tem lugar cativo entre os grandes do esporte mundial e ganhou notoriedade com muita técnica, inteligência tática e grande apoio ao ataque. Marcou 51 gols em 98 jogos disputados no Campeonato Holandês pelo PSV. Pela seleção, disputou 78 jogos e marcou 14 gols. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Jan Heintze: outro jogador dinamarquês de grande destaque no final dos anos 80, o defensor Heintze podia jogar tanto como lateral-esquerdo ou volante no esquema do técnico Guus Hiddink. Tinha muita qualidade nos passes, na marcação e no posicionamento. Jogou de 1982 até 1994 no PSV.

Berry van Aerle: com Eric Gerets na lateral-direita, van Aerle foi deslocado para o meio de campo por Guus Hiddink e não decepcionou. Jogador de combate, ótimo no desarme e com facilidade para efetuar lançamentos longos, o holandês brilhou de 1981 até 1994 no PSV (clube onde foi revelado) e foi titular na campanha do título da Eurocopa de 1988 da seleção holandesa.

Soren Lerby: dinamarquês muito eficiente no meio de campo e com voz de comando, Lerby foi um dos líderes do PSV naquele final de anos 80. Era combativo, aparecia bem no ataque e marcava gols de vez em quando. Disputou mais de 60 partidas pela seleção da Dinamarca.

Edward Linskens: outro meio campista de talento no esquema de Hiddink, Linskens foi essencial na conquista europeia do clube em 1988, principalmente com seu lindo gol na semifinal contra o Real Madrid. Revelado pelo PSV, Linskens jogou de 1987 até 1995 no clube alvirrubro.

Romário: as qualidades de Romário foram conhecidas pelos brasileiros nos anos 80, quando um baixinho novato e marrento fazia de tudo e mais um pouco com a bola nos pés nos tempos de Vasco. Quando foi jogar no futebol holandês, Romário mostrou ao mundo que seria um dos melhores de todos os tempos com um faro de gol incrível e jogadas de gênio. No PSV, o craque marcou 98 gols em 109 jogos do Campeonato Holandês e de lá conseguiu uma vaga no Barcelona de Cruyff, onde também faria história. Pela seleção brasileira, Romário foi o principal nome do time na conquista do tetra na Copa do Mundo de 1994. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Gerald Vanenburg: foi um dos maiores nomes do ataque do PSV entre 1986 e 1993 com velocidade, precisão e incontáveis assistências para gols. Fez uma parceria marcante com Wim Kieft e ganhou 10 títulos com a camisa do PSV.

Willy van de Kerkhof: irmão gêmeo de René van de Kerkhof, Willy foi um dos maiores ídolos do PSV jogando como meia e brilhou com a camisa do time entre 1973 e 1988. Viveu a grande alegria da carreira justamente no ano de sua aposentadoria, em 1988, ao conquistar o título da Liga dos Campeões da UEFA. Disputou 418 jogos no Campeonato Holandês e marcou 57 gols. Brilhou também na seleção holandesa, pela qual disputou as Copas de 1974 e 1978.

Frank Arnesen: meia de muito talento, o holandês Arnesen chegou já consagrado ao PSV, em 1985, depois de ter brilhado com a camisa do Ajax na segunda metade dos anos 70. Só não jogou a final da Liga dos Campeões de 1988 por causa de uma lesão. Conquistou cinco títulos com a camisa alvirrubra e se aposentou logo após o título europeu.

Wim Kieft: com 1,90m de altura e uma impulsão invejável, Wim Kieft foi um dos maiores atacantes de seu tempo e marcou época com sua habilidade nas jogadas aéreas. Foi o grande nome do ataque do PSV até a chegada de Romário e se consagrou na artilharia do Campeonato Holandês de 1987-1988 com 29 gols marcados.

Hans Gillhaus: teve uma curta passagem pelo PSV, de 1987 até 1989, mas marcou seu nome na história do clube com grandes atuações pelo setor esquerdo do ataque e pelos gols que ajudaram os alvirrubros a conquistar o Treble na temporada de 1987-1988. Com a chegada de Romário, o jogador perdeu espaço e foi jogar no Aberdeen-ESC.

Ruud Gullit: matador, craque, polivalente, habilidoso. Adjetivos não faltam para definir Ruud Gullit, um dos maiores jogadores do futebol holandês e um dos maiores da história do futebol. Antes de se transformar num mito do Milan-ITA, Gullit foi ídolo no PSV, onde comandou a equipe no título holandês de 1985-1986 com gols, grandes jogadas e liderança. Marcou 46 gols em 68 jogos do Campeonato Holandês pelo clube e foi o capitão da Holanda campeã europeia em 1988. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Jan Reker, Hans Kraay e Guus Hiddink (Técnicos): Reker teve seu momento de glória no PSV com o título nacional de 1986 e Hans Kraay segurou as pontas depois de sua saída, mas foi Guus Hiddink o grandes responsável por fazer do PSV o maior time da Holanda e da Europa naquele ano de 1988. Com muita inteligência tática, entusiasmo e especialista em construir um grupo unido e determinado, Hiddink ganhou quase tudo o que disputou entre 1987 e 1990 e se tornou o técnico mais importante na história do PSV, um patamar acima do então intocável Kees Rijvers (tricampeão holandês, bicampeão da Copa da Holanda e campeão da Copa da UEFA nos anos 70). Com 12 títulos em duas passagens por Eindhoven, Hiddink é um imortal do PSV e ídolo da torcida até hoje.

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2 Comentários

  1. Retranqueiro na Champions, mas Totalmente Avassalador na Eredivise. Na temporada de ouro do time(1987-1988), Campeão Holandês com 117 gols. 117 gols? Nem o Ajax de Cruyff conseguiu esse feito. Grande time do PSV! Aliás, o que não faltou nos anos 80 foi grandes times. E muitos desses grandes times se tornaram Esquadrões. A década de 80 foi o ápice da história do Futebol. Nunca houve em uma década só, tantos times se destacando.

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