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Jogos Eternos – Fluminense 1×1 Corinthians 1976

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Data: 05 de dezembro de 1976

O que estava em jogo: uma vaga na final do Campeonato Brasileiro de 1976.

Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Juiz: Saul Mendes

Público: 146.043 pessoas

Os Times:

Fluminense Football Club: Renato; Rubens Gálaxe, Carlos Alberto Torres, Edinho e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Cléber (Erivelto) e Rivellino; Gil, Doval e Dirceu. Técnico: Mário Travaglini.

Sport Club Corinthians Paulista: Tobias; Zé Maria, Moisés, Zé Eduardo e Wladimir; Givanildo (Basílio), Ruço e Neca; Vaguinho, Geraldão (Lance) e Romeu. Técnico: Duque.

Placar: Fluminense 1×1 Corinthians (Gols: Pintinho-FLU, aos 18´, e Ruço-COR, aos 29´do 1º T).

Nos pênaltis, Fluminense 1×4 Corinthians: Doval fez para o Fluminense. Rodrigues Neto e Carlos Alberto Torres perderam. Neca, Ruço, Moisés e Wladimir fizeram para o Corinthians.

 

“A Invasão Corintiana: o jogo vencido por uma torcida”

Por Guilherme Diniz

 

“Nosso Timão vai jogar contra uma Máquina, contra o Riva, no maraca e com a torcida quase toda contra. De que jeito vamos ganhar?”.

“É, vai ser difícil, mas você ouviu dizer que mandaram para SP uma carga de 70 mil ingressos?”.

“Sério?”.

“Sim! E se a gente chamasse o povo para comprar tudo e invadir o Rio? Com a gente vibrando, vamos ganhar, ir para a final e encerrar de vez esse jejum!”.

Boa ideia! Nossos 11 manos sozinhos no gramado podem perder, mas com a gente lá em cima gritando, eles não vão parar de lutar um minuto sequer. E vão ganhar. Da maneira que for. Seja como for”.

O diálogo ilustrativo acima retrata bem o sentimento de cada um dos corintianos que fizeram do dia 05 de dezembro de 1976 uma data histórica para o futebol brasileiro e (por que não?) mundial. Naquele dia, a Fiel torcida deu o seu mais nobre e incrível exemplo de amor ao clube que ela tanto é apaixonada e venera. Naquele dia, a Fiel torcida dividiu o estádio do Maracanã com a torcida do Fluminense, clube que ostentava na época o maior de seus esquadrões e um time que tinha o singelo apelido de “Máquina Tricolor”, pilotada por um ex-craque corintiano: Rivellino. Naquele dia, 70 mil alvinegros transformaram o duelo semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976 num acontecimento. Em algo jamais igualado ou superado. Aquele mundaréu foi responsável pelo maior deslocamento de uma torcida visitante da história do futebol. Centenas de ônibus. Dezenas de aviões. Centenas de carros (e até bicicletas e fanáticos a pé). Congestionamento recorde na Via Dutra. Rodoviárias e aeroportos tomados. Ruas repletas de corintianos. O fim de semana fluminense era corintiano. E o corintiano empurrou seu time de uma maneira energética e espírita contra o Fluminense.

Em campo, o Tricolor era mais time no papel, mas foi engolido pela raça e brio demonstrados pelos alvinegros, que jogaram de igual para igual nos primeiros 45 minutos e contaram com um dilúvio divino que impossibilitou o toque de bola envolvente de Rivellino, Pintinho, Gil, Doval e Carlos Alberto Torres. Depois de muita chuva e angustia, Tobias, o camisa 1 corintiano, operou milagres ao defender dois pênaltis cobrados pelos tricolores e o Corinthians venceu por 4 a 1, resultado que colocou o Timão em uma inédita final de Brasileirão. Mas o jogo, em si, ficou em segundo plano. Aquela partida foi vencida por uma torcida. Por milhares de apaixonados que construíram a mítica Invasão Corintiana, tão comentada, tão documentada, tão invejada e jamais superada. É hora de relembrar.

 

Pré-jogo

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Desde 1954 que o Corinthians não sabia o que era ser campeão de algum torneio importante. O clube já caminhava para o final da década de 70 e 22 longos anos já haviam passado. A angústia consumia os torcedores e muitos pensavam que o Timão que tanto brilhara antigamente não voltaria a existir. Mas, em 1976, os ares eram outros. No Campeonato Brasileiro daquele ano, a equipe havia superado vários desafios nas fases preliminares e passou em primeiro lugar no Grupo C da primeira fase, em terceiro lugar no Grupo B da segunda fase e em segundo lugar no Grupo A da terceira fase, posição que deu à equipe a chance de disputar a semifinal, em jogo único, contra o Fluminense, bicampeão carioca e um dos dois grandes times do país na época (ao lado do Internacional, de Falcão), que lutava pela glória nacional com estrelas como Edinho, Carlos Alberto Torres, Pintinho, Doval, Gil e o craque Rivellino, a maior estrela do time.

Os tricolores tinham plena certeza de que iriam se classificar pelo fato de jogarem em casa e enfrentar um Corinthians que era mais transpiração do que inspiração técnica. Mas, ao contrário de outras épocas, o técnico alvinegro Duque misturava suas crendices, superstições e psicologia para controlar o elenco e dar segurança e tranquilidade que há tempos não se viam no Parque São Jorge. Isso explicava a ótima campanha e a enorme chance de fazer uma final nacional inédita.

A Máquina que o Corinthians teria que derrotar - Em pé: Renato, Carlos Alberto Pintinho, Carlos Alberto Torres, Edinho, Rubens Gálaxe e Rodrigues Neto. Agachados: Gil, Cléber, Doval, Rivellino e Dirceu.
A “Máquina” que o Corinthians teria que derrotar – Em pé: Renato, Carlos Alberto Pintinho, Carlos Alberto Torres, Edinho, Rubens Gálaxe e Rodrigues Neto. Agachados: Gil, Cléber, Doval, Rivellino e Dirceu.

 

Dias antes do jogo, o presidente do Flu, Francisco Horta, entregou pessoalmente uma carga de 70 mil ingressos ao mandatário do Timão na época, Vicente Matheus, após acordo de divisão dos quase 150 mil ingressos. Na viagem de volta ao Rio, Horta foi com ar esnobe e certo de que nem metade seria comercializado. Para apimentar ainda mais o duelo, o presidente disse:

“Que os vivos saiam de casa e os mortos saiam das tumbas para torcer pelo Corinthians no Maracanã, porque o Fluminense vai ganhar a partida”.

O “atrevimento” do tricolor caiu como uma bomba em SP e motivou a torcida corintiana a começar a sua epopeia. Após a vitória por 2 a 1 sobre o Santa Cruz, fora de casa, a massa corintiana se mobilizou para comprar os ingressos e ir até o Rio de todas as maneiras possíveis. Mesmo com a certeza de que o jogo seria transmitido pela TV, os corintianos nem ligaram e queriam estar presentes para empurrar seu time. Na imprensa, começaram a aparecer casos de torcedores que perderam o emprego só para ir até o Rio, alguns que se arriscaram a pé (com início da jornada na quarta-feira, cinco dias antes do jogo), de bicicleta (com saída de SP na sexta), de trem, e até de outros estados, como Goiás e Pernambuco.

As organizadas fizeram dos ônibus seus meios de locomoção e simplesmente tomaram conta da Via Dutra, a rodovia que liga SP ao Rio. Só da Gaviões da Fiel partiram cerca de 300 ônibus. De Sorocaba, Taubaté e São José dos Campos, outros 170. Várias montadoras do ABC paulista cederam ou financiaram fretados para funcionários alvinegros. Motos, carros, Kombis e aviões também se dirigiam à Cidade Maravilhosa (só uma agência de turismo na época fretou 20 aviões e 60 Kombis, além de 220 ônibus) em propulsão gigantesca. Era uma legítima invasão. A Dutra parecia estar sob uma ocupação militar, mas com camisas e bandeiras alvinegras no lugar de tanques e armas.

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No sábado, o Rio já estava praticamente tomado pelos corintianos. Os 300 ônibus da Gaviões da Fiel chegaram por volta das 4h e acordaram os cariocas com rojões e gritos saudosistas ao Timão. Nas ruas de Copacabana, Ipanema ou Leblon, alvinegros andavam como se estivessem na Paulista, na Radial ou em Itaquera. Como não poderia deixar de ser, mandingas e outros “trabalhos” eram fincados nas areias para que os santos dessem uma forcinha ao Timão no domingo. Alguns torcedores de Flamengo, Botafogo e Vasco se solidarizavam com os paulistas e reforçavam o coro da vitória sobre o time da moda no Rio. Engarrafamentos, caos nos aeroportos e vários tumultos também foram comuns naquele sábado e no domingo até às 13h, quando os portões foram abertos (o duelo seria às 17h).

A massa já no Maracanã: epopeia única no futebol.
A massa já no Maracanã: epopeia única no futebol.

 

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Em pouquíssimo tempo, os fiéis foram enchendo as arquibancadas e ocupando seus espaços como se neles estivesse algo valioso ou o último prato de comida da terra. Tempo depois, os 70 mil corintianos já estavam prontos em alto e bom som, com suas dezenas de bandeiras e gritos eufóricos que conseguiam rivalizar com a torcida tricolor. Era a primeira vez na história do futebol brasileiro (e mundial) que uma torcida visitante dividia um estádio monstruoso com a torcida local. Aquilo tudo e aquele clima já tornavam o jogo épico. Nos vestiários, o time do Corinthians era tocado pela vibração que o tornava invencível naquele dia. Eles nunca iriam perder com aquela massa ali, não depois de milhares de quilômetros percorridos para alguns, centenas para a maioria, ou minutos num avião para outros. Se um zagueiro não conseguisse tirar uma bola, a massa tiraria no berro. Se um atacante chutasse torto, o sopro da Fiel corrigiria o tiro. E se Tobias escolhesse o canto errado em uma cobrança de pênalti, a imensidão alvinegra iria guiá-lo para o lugar certo.

 

Primeiro tempo – O equilíbrio inesperado

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Depois de muito calor, o duelo entre tricolores e alvinegros começou sob uma chuva fina e um gramado escorregadio. Havia previsão de temporal, mas muitos acreditavam que os “deuses” não iriam atrapalhar o espetáculo. Acontece que esses muitos eram os tricolores, que sabiam que o gramado pesado iria dificultar o toque de bola e a velocidade da Máquina do Flu. Já o Corinthians estava pronto para tudo, seja sol, seja chuva, embora a Fiel focasse suas orações para que um dilúvio de fim de tarde bem paulistano padecesse sob o Maracanã. Com a bola rolando, os times se estudaram nos primeiros minutos e o Corinthians tentou o primeiro gol após um cruzamento de Zé Maria, pela direita, interceptado pelo goleiro Renato.

Aos 7´, o Flu respondeu com Dirceu, mas Tobias defendeu. Rivellino, o camisa 10, seria o grande maestro da equipe no jogo, mas a marcação corintiana impedia que ele executasse as jogadas de efeito que tanto o torcedor tricolor estava acostumado. Com isso, Carlos Alberto Pintinho ganhava mais liberdade e participava mais do jogo com sua constante movimentação e sendo uma importante presença surpresa no ataque. O Corinthians coordenava seu combate no meio de campo com Givanildo, e Ruço arquitetava as ações ofensivas com Vaguinho e Geraldão, pelo meio, e Zé Maria, pela direita, o lateral mais acionado.

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Após algumas jogadas mais duras, o Fluminense conseguiu encaixar um ataque que resultou em gol. Aos 18´, a zaga corintiana rebateu uma bola para a direita e Gil ficou com a sobra. O “Búfalo” cruzou na área e Pintinho, polivalente, apareceu na frente de Zé Eduardo e escorou para o gol: 1 a 0. Delírio no lado tricolor! E ligeiro silêncio no lado alvinegro, que logo na saída de bola voltou a cantar e a empurrar seu time em busca do empate.

Ruço marca...
Ruço marca…

 

... E comemora o gol de empate do Timão.
… E comemora o gol de empate do Timão.

 

Dois minutos depois, o Corinthians retribuiu o apoio de sua torcida com uma roubada de bola de Ruço, no meio, que serviu Vaguinho na direita. O camisa 7 ganhou na corrida de Edinho e por pouco não venceu o goleiro Renato. O Timão controlava bem a bola, mas demorava para finalizar. A chuva apertava e o Flu não conseguia permanecer com a redonda por muito tempo sob seu controle. Aos 28´, Neca chutou para fora uma ótima chance de gol após escanteio pela esquerda. Mas o erro mostrou que naquele buraco na área tricolor podia nascer o gol corintiano. E ele nasceu.

Aos 29´, novo escanteio cobrado por Vaguinho, Neca disputou com Rodrigues Neto, a bola caiu em Givanildo e ele deixou à meia altura para Ruço, de meia-bicicleta, marcar um belo gol: 1 a 1. Êxtase na Fiel! E beijinhos de Ruço para sua apaixonada torcida. O Maracanã ecoava o barulho dos alvinegros e seus rojões. As bandeiras, pesadas por causa da chuva, pareciam ter peso de plumas tamanha força com que eram balançadas. O empate levaria a decisão para a prorrogação e, depois, para os pênaltis. Com a chuva forte, o placar não mudou e o jogo ficou assim ao apito final do árbitro.

Os times em campo: no papel, o Flu era melhor, mas as condições do jogo e a presença da Fiel tornaram o duelo favorável ao Corinthians.
Os times em campo: no papel, o Flu era melhor, mas as condições do jogo e a presença da Fiel tornaram o duelo favorável ao Corinthians.

 

 

Segundo tempo e prorrogação – Ajuda divina

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No intervalo, o gramado começou a ficar encharcado e a bola dificilmente rolaria naquele segundo tempo. Mesmo após consultar os jogadores, o árbitro decidiu dar reinício à partida, para temor dos tricolores e alegria dos alvinegros, que viam suas preces serem atendidas. Com chuva, visibilidade ruim e poças d´agua, a tal da Máquina iria emperrar, se enferrujar e não jogar. E foi isso mesmo que aconteceu. Os técnicos mudaram algumas peças, o Flu tentou Erivelto no lugar de Cléber, mas era impossível construir uma jogada decente. Chutões, cabeçadas e bolas alçadas eram constantes. Uma sequência de três ou quatro passes rasteiros, quase impossível.

Mais forte, o Corinthians era o único que conseguia levar algum perigo com Geraldão, que parava no goleiro Renato. Pintinho e Doval perderam uma grande chance perto do final do jogo, quando Carlos Alberto Torres tocou na área e nenhum dos dois conseguiu finalizar. Após o apito do árbitro, uma prorrogação de 30 minutos estendeu um duelo tenso e sem favoritos àquela altura. Como não poderia deixar de ser, o placar não mudou e um dos finalistas do Brasileiro de 1976 teria que ser definido nos pênaltis. Era hora de a Fiel encerrar de vez sua atuação com todas as forças voltadas ao goleiro Tobias.

 

Pênaltis – Os milagres e a vitória eterna

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Durante o jogo, o goleiro Tobias havia levado uma pancada na lombar que o deixava longe dos 100% necessários para a disputa de pênaltis. A Fiel percebeu e concentrou suas vibrações e energias no camisa 1, que ganhou uma força mística para fazer história. O Corinthians iniciou as cobranças e marcou o primeiro, com Neca, que chutou no canto. O primeiro cobrador do Flu foi Rodrigues Neto. O lateral bateu e Tobias defendeu! Imediatamente, o árbitro mandou voltar alegando avanço do goleiro alvinegro. A Fiel ficou brava, mas mandou o recado para seu goleiro ao prever que o lateral iria bater no mesmo lugar. Tobias manteve a concentração, Rodrigues Neto bateu no mesmo canto, mas rasteiro, e Tobias voltou a defender. O Timão estava na frente!

Ruço mandou alto e fez o segundo gol do Corinthians. Carlos Alberto Torres, que seria um dos últimos da série do Flu, pediu para bater na sequência pelo fato de Rodrigues Neto ter perdido. O Capita, cheio de moral, foi para a bola, bateu no cantinho, e Tobias voou para defender de maneira espetacular. Timão na frente! Moisés converteu o terceiro do Corinthians e jogou a pressão para Doval, do Flu. O atacante tinha que fazer. Tobias ficou no meio do gol, mas o avante tricolor deslocou o camisa 1 e fez o gol. Zé Maria, o Super Zé, tinha em seus pés a bola do jogo. Ele correu, bateu forte, e fez: 4 a 1.

O Corinthians estava na final. O lado alvinegro do Maracanã explodia. Era a vitória. A classificação. E a consagração do esforço épico de uma torcida que se deslocou de maneira inédita para ocupar uma cidade e empurrar o seu time contra um time favorito e cheio de estrelas. Naquele dia, as estrelas tricolores não foram capazes de enfrentar os 11 bravos corintianos e os 70 mil enlouquecidos fiéis nas arquibancadas, que deram o exemplo mais nítido de que torcida ganha jogo. E como ganha.

 

Pós-jogo: o que aconteceu depois?

Fluminense: aquela foi a última chance de a Máquina de Rivellino vencer um Brasileiro. O time se desmanchou e o Flu só conseguiu conquistar seu primeiro Campeonato Brasileiro (em 1970, o time venceu o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, também nacional e espécie de precursor do Brasileirão) quase uma década depois, em 1984, quando o esquadrão de Ricardo Gomes, Branco, Washington e Assis bateu o Vasco na decisão. Mas, antes de ser campeão, o clube teve um gosto de vingança na semifinal, quando enfrentou o Corinthians num curioso filme inverso de 1976. O estádio era o Morumbi, o time paulista era mais badalado com jogadores como Carlos, Wladimir, Biro-Biro, Zenon, Sócrates e Casagrande, mas quem venceu foi o Fluminense, por 2 a 0, com gols de Assis e Tato. Na volta, no Maracanã, não houve invasão, e o Flu teve a tranquilidade para segurar o 0 a 0 e ir para a final com calma e o alívio de não ter 70 mil vozes gritando contra…

Corinthians: a classificação épica fez a torcida acreditar como nunca no fim da fila de 22 anos. Mas, uma semana depois, os alvinegros não puderam repetir a invasão por causa da distância e da falta de ingressos. O adversário do time na final foi o Internacional, que fez do Beira-Rio a sua única e exclusiva casa para vencer os paulistas por 2 a 0, gols de Dario e Valdomiro. A força e a experiência dos colorados, que tinham craques como Manga, Figueroa, Marinho Peres, Falcão e Batista, pesou no duelo, embora o Corinthians tenha sido valente e guerreiro durante os 90 minutos.

O jejum só teria fim no ano seguinte, no Campeonato Paulista, e o clube voltaria a levantar títulos como nos velhos tempos. Desde então, a Fiel já protagonizou outros momentos de brilho como em 2000, na final do Mundial de Clubes, contra o Vasco, no Maracanã, e em 2012, quando milhares de torcedores viajaram até o Japão para ver seu time ser campeão mundial em cima do Chelsea. Mas a façanha de 1976 segue intacta como a maior prova de amor da Fiel ao seu Corinthians, uma torcida que inverteu o padrão lógico da relação entre time e torcedor. Não é o Corinthians que tem uma torcida. É a torcida que tem um time.

 

A Fiel, em 1976...
A Fiel, em 1976…

 

... E em 2012, no Japão: a paixão continua a mesma.
… E em 2012, no Japão: a paixão continua a mesma.

 

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