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Seleções Imortais – França 1958

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Em pé: Kaelbel, Penverne, Jonquet, Marcel, Remetter e Lerond. Agachados: Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni e Vincent.

 

Grandes feitos: 3ª Colocada na Copa do Mundo da FIFA de 1958. Conquistou o primeiro grande resultado internacional da história da Seleção Francesa de futebol.

Time-base: Abbes (Remetter); Kaelbel e Jonquet (Lafond); Lerond, Penverne e Marcel; Wisnieski, Kopa, Fontaine, Piantoni (Douis) e Vincent. Técnico: Albert Batteux.

 

“Les Bleus des buts”

Por Guilherme Diniz

Muito antes de a Seleção Francesa de futebol ser campeã mundial, em 1998, vice-campeã mundial, em 2006, e encantar o planeta com uma talentosíssima geração nos anos 80, os Bleus tiveram lá nos anos 50 um time simplesmente devastador. Eles não se importavam nem um pouco com os afazeres defensivos ou obrigações quanto à marcação. O negócio deles era fazer gols. Quanto mais, melhor, ainda mais com cinco homens de frente e uma das mais afiadas duplas de toda a história das Copas do Mundo: Raymond Kopa e Just Fontaine. Com eles em campo e respeitáveis coadjuvantes, a França teve, em 1958, um esquadrão que só não saiu da Suécia com o título mundial por dois motivos: não levar a zaga à sério, como descrito há pouco, e topar na semifinal com o fantástico Brasil de Garrincha, Didi, Pelé e companhia. Não fosse por tudo isso, os azuis dos gols (ou “Les Bleus des buts”) ergueriam muito antes de Zidane, Henry e Deschamps a taça do mundo. Mesmo sem a lendária Jules Rimet, os franceses ganharam o respeito de todos, apresentaram definitivamente a força que a camisa francesa tinha e seguem até hoje como os donos do terceiro melhor ataque em toda a história dos Mundiais – incríveis 23 gols em apenas seis jogos. É hora de relembrar.

 

É hora de ser a história

Time francês na Copa de 1930: autor do primeiro gol de toda a história dos Mundiais.
Time francês na Copa de 1930 – eles marcaram o primeiro gol de toda a história dos Mundiais.

 

Desde o início do século XX que a França enfrentava uma curiosa sina: ela era presença garantida nos grandes acontecimentos do futebol, mas nunca havia brilhado dentro dos gramados. Em 1904, o país foi um dos membros fundadores da FIFA, tendo Robert Guerín, um francês, como primeiro presidente da entidade. Anos depois, outro francês, Jules Rimet, assumiu a presidência e foi um dos mentores da criação da Copa do Mundo, em 1930, cujo autor do primeiro gol foi (adivinhe…) Laurent, no jogo França 4×1 México, em 13 de julho daquele ano, no estádio Pocitos, em Montevidéu (URU). Nos anos 50, outro cidadão de la Patrie (Gabriel Hanot) participou da criação de mais uma grande competição: a Liga dos Campeões da UEFA, que teve como sede de sua primeira final a cidade de Paris. Enfim, o futebol devia muito à França, mas a França ainda estava devendo “futebol ao futebol”.

Para tentar mudar isso, a federação do país decidiu acabar com o comitê que convocava os atletas para o selecionado nacional para deixar o comando das tarefas nas mãos de uma só pessoa, como a maioria dos países já fazia há tempos. Essa mudança começou em 1955, quando Albert Batteux assumiu o comando do time respaldado pelo excelente trabalho que fazia à frente do Stade de Reims, principal clube francês da época e que serviria como matéria-prima para as convocações.

Albert Batteux, técnico da França em 1958.
Albert Batteux, técnico da França em 1958.

 

Além do Reims, Batteux se inspirou, também, no elenco que havia disputado a Copa do Mundo de 1954, na Suíça, e manteve jogadores como François Remetter, Claude Abbes, Raymond Kaelbel, Robert Jonquet, Jean-Jacques Marcel, Armand Penverne, León Glovacki, Raymond Kopa e Jean Vincent (naquele Mundial, os franceses caíram ainda na primeira fase, mas o elenco era relativamente jovem e sem experiência internacional). Assim como fizera em seu clube, Batteux levou para a seleção princípios táticos muito importantes. Ele soube dispor os atletas em função das qualidades e possibilidades específicas de cada um a fim de explorar ao máximo o talento de este ou aquele jogador. Tal fato ficou muito explícito em Raymond Kopa, meia que cresceu muito técnica e taticamente após ser comandado por Batteux no Reims e na seleção. Seria apenas uma questão de tempo para que aquela nova França desse liga.

 

Passeios, classificação e problemas

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A equipe francesa disputou apenas amistosos entre março de 1955 e outubro de 1956, mas fez boas apresentações. Em 1955, os Bleus derrotaram a Espanha, em Madrid, por 2 a 1, venceram Suécia (2 a 0) e Inglaterra (1 a 0), ambas em casa, e arrancaram um empate em 2 a 2 contra a URSS na fria Moscou. No ano seguinte, os triunfos sobre Áustria (3 a 1) e URSS (2 a 1) embalaram o time para o início das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Em novembro, o time de Batteux superou a Bélgica no primeiro desafio rumo ao Mundial com uma sonora goleada de 6 a 3, com cinco gols do atacante Cisowski. Na partida seguinte, já em 1957, os azuis bateram facilmente a Islândia por 8 a 0, em casa, foram até Reykjavík e venceram mais uma vez os islandeses, por 5 a 1, e, na partida derradeira, o empate sem gols contra a Bélgica, em Bruxelas, classificou os franceses para mais um Mundial. A celebração teria sido maior não fossem os problemas que surgiram logo após o passaporte carimbado.

O zagueiro Mustapha Zitouni, argelino de Algiers, deixou a seleção para jogar pela Argélia, a exemplo de muitos outros compatriotas erradicados na Europa. O motivo era a revolta dos grupos guerrilheiros que travavam sérios combates contra o domínio francês na Argélia desde 1954 e que ganharam força maior justamente em 1958. Said Brahimi e Rachid Mekhloufi também deixaram o selecionado azul e forçaram o técnico Batteux a remontar sua lista de convocados para a Copa.

Fontaine nem esperava ir ao Mundial. Mas ele foi. Pobres zagueiros...
Fontaine nem esperava ir ao Mundial, mas foi. Pobres zagueiros…

 

O treinador concentrou seus escolhidos no Stade de Reims e em clubes como Monaco, Angers, Olympique de Lyon entre outros. O Reims, claro, foi o campeão de convocações – cinco, que viraram seis após o atacante Cisowski fraturar a perna pelo Racing de Paris e abrir espaço para a convocação de Just Fontaine, também do Reims. Se para muitos a ausência de Cisowski poderia significar algo ruim, para Batteux parecia um bom sinal. O treinador sabia da qualidade de Fontaine e de seu poder de finalização e tinha certeza que um bom meia poderia facilitar bastante as coisas. E esse tal meia foi levado para a Suécia: era Kopa, velho conhecido de Batteux e que gastava a bola no Real Madrid-ESP. Com a dupla e mais três homens na frente – Vincent, na esquerda, Piantoni, mais por dentro, e Wisnieski, pela ponta-direita, a França teria um poder de fogo simplesmente devastador.

 

Brilhantes franceses

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A estreia da França na Copa da Suécia aconteceu no dia 08 de junho de 1958, um domingo, no estádio Idrottsparken, em Norrköping, contra o Paraguai. As quase 17 mil pessoas no local achavam que veriam uma partida comum, mas tiveram o privilégio de presenciar um jogo alucinante de dez gols! Amarilla, de pênalti, abriu o placar para os sul-americanos, aos 21´, mas Fontaine, após passe de Kopa, empatou quatro minutos depois. Aos 30´, o atacante recebeu outro passe impecável de Kopa, e, mais uma vez dentro da área, venceu o goleiro Mayeregger e virou o placar: 2 a 1. O Paraguai não se deu por vencido, e, percebendo os espaços que o ofensivo time francês deixava, aproveitou. Amarilla empatou no finalzinho do primeiro tempo e Romero virou mais uma vez logo aos cinco minutos da etapa complementar. Só que a França não deixou barato e começou o show. Piantoni, aos 7´, Wisnieski, aos 17´, Fontaine, aos 21´, Kopa, aos 25´, e Vincent, aos 39´, apresentaram em grande estilo a linha ofensiva francesa e construíram o incrível placar de 7 a 3, que surpreendeu todo mundo, principalmente os franceses, que não esperavam uma estreia tão “elástica”.

Na partida seguinte, os Bleus sabiam que o resultado contra os paraguaios não seria repetido contra a perigosa Iugoslávia, que era considerada pela mídia da época uma das favoritas ao título por causa das goleadas que enfiou em alguns adversários antes do Mundial (6 a 1 na Itália e 5 a 0 na Inglaterra). Fontaine, oportunista como sempre, abriu o placar logo aos 5´de jogo, mas Petakovic aproveitou uma bobeada do goleiro Remetter e empatou onze minutos depois. Na segunda etapa, Veselinovic virou para os iugoslavos, mas Kopa empatou para a França, aos 40´. Dois minutos depois, Veselinovic fez mais um e decretou a vitória iugoslava por 3 a 2. Se a França já tinha nove gols em dois jogos, eles também acumulavam seis sofridos, um reflexo direto da superexposição ao ataque.

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No último jogo da primeira fase, contra a Escócia, os Bleus precisavam apenas do empate para garantirem a classificação. O duelo marcaria a estreia do goleiro Abbes, ausente dos dois compromissos anteriores por contusão. O arqueiro trouxe sorte, fez grandes defesas e só foi vazado uma vez na vitória por 2 a 1, construída após os gols de Kopa e Fontaine. Líderes do Grupo 2 e donos do melhor ataque, os franceses se classificaram com moral para a fase de mata-mata. E com boas perspectivas.

 

Máquina de gols e a sentida ausência do capitão

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Nas quartas de final, a França encarou a Irlanda do Norte e não teve dificuldades para aplicar mais uma goleada – 4 a 0, mas que só foi construída no segundo tempo após bravas atuações dos defensores do time alviverde. Wisnieski abriu o placar, aos 43´do primeiro tempo, e Fontaine ampliou, aos 10´da segunda etapa. Na sequência, Fontaine fez mais um e Piantoni fechou o passeio sobre os cansados norte-irlandeses, que vinham de um jogo-desempate duríssimo contra a Tchecoslováquia.

Classificados, os letais azuis tiveram pela frente o Brasil na semifinal e chegaram para o encontro debaixo de muita expectativa e com o apoio de sua torcida, que invadiu Estocolmo. Para aumentar ainda mais o clima, as esposas e namoradas dos jogadores franceses foram autorizadas a passar a noite pré-jogo com seus amores num voo pago pela revista L´Équipe. Tudo aquilo tinha explicação: nunca a França havia chegado tão longe em uma Copa. E nunca um time do país havia jogado tão bonito e marcado tantos gols como aquele comandado pela dupla Kopa e Fontaine.

Didi e Kopa, antes do duelo entre Brasil e França.
Didi e Kopa, antes do duelo entre Brasil e França.

 

No dia 24 de junho, no lendário estádio Råsunda, mais de 27 mil pessoas viram o melhor jogo da Copa. as duas equipes tinham vocações ofensivas e jogadores de puro talento com a bola nos pés, mas o Brasil se sobressaía pelo equilíbrio e por contar em seu sistema defensivo com jogadores como Nilton Santos e Bellini, mais atrás, e Zito e Didi, que defendiam e ajudavam o ataque com a mesma qualidade. Além disso, o esquema 2-3-5 da França era muito “escancarado” para um time que jogava no 4-2-4 como o Brasil e se mostraria um verdadeiro suicídio. E foi. Vavá, aos 2´, abriu o placar para os sul-americanos. Fontaine, num belo gol, empatou, mas Didi, aos 39´, deixou o Brasil em vantagem mais uma vez. Naquele momento, a França viu seu capitão, Jonquet, ter de deixar o gramado por causa de uma fratura na perna após um choque com Vavá dois minutos antes do tento de Didi. Como na época não haviam substituições, os franceses teriam que jogar os seis minutos seguintes e mais todo o segundo tempo com apenas dez homens.

A França de 1958: sem se importar com a defesa, o time azul entupiu os adversários de gols e contou com a sintonia perfeita entre Kopa e Fontaine.
A França de 1958: sem se importar com a defesa, o time azul entupiu os adversários de gols e contou com a sintonia perfeita entre Kopa e Fontaine.

 

Era o inevitável fim. Sem Jonquet, o time perdia a esperança de conter o meio de campo do Brasil e o homem a mais para tentar a virada. Pelé chamou para si o protagonismo do jogo e marcou três gols na etapa complementar (aos 7´, 19´e 30´), com Piantoni descontando para os franceses quando já não havia mais tempo de reação. O placar de 5 a 2 definiu a classificação do Brasil para a decisão e levou os franceses para a disputa do terceiro lugar. A imprensa francesa da época teve a convicção de que a saída precoce de Jonquet foi crucial para a derrocada do time azul, mas não há como negar que o Brasil era, sim, mais time e certamente venceria. Talvez não com um placar tão grande, mas venceria.

 

O bronze e os aplausos

Penverne e Schäfer, antes do duelo pelo terceiro lugar.
Penverne (substituindo o lesionado Jonquet como capitão) e Schäfer, antes do duelo pelo terceiro lugar.

 

Quatro dias depois, a França foi até Gotemburgo para disputar o terceiro lugar contra a campeã de 1954, a Alemanha. E, diferente do que passou a acontecer a partir dos anos 80, não foram os germânicos os vencedores. Os Bleus golearam por 6 a 3, colocaram os rivais na roda e viram Fontaine marcar mais quatro gols, que colocaram o atacante no topo da artilharia do torneio com 13 gols em apenas seis jogos, façanha que permanece intacta como o melhor desempenho de um artilheiro em uma só edição de Mundial. Ninguém jamais conseguiu marcar tantos gols em uma Copa como ele (e pensar que ele nem iria disputar a competição!). Kopa foi outro grande nome da equipe ao contribuir com sete assistências e marcar três gols. No total, a França teve o melhor ataque da Copa (23 gols em seis jogos, média de 3,83 gols por jogo) e a pior defesa (15 gols sofridos em seis jogos, média de 2,50 gols por jogo), números que revelam claramente a tônica daquele time: atacar sempre e de todas as maneiras, sem se preocupar com o que acontece lá atrás. Uma doce irresponsabilidade que fez o time francês receber elogios de todo o planeta e entrar para todos os livros e enciclopédias sobre futebol e sobre as Copas.

Fontaine nas alturas: 13 gols em seis jogos é, até hoje, uma enormidade insuperável em Copas.
Fontaine nas alturas: 13 gols em seis jogos é, até hoje, uma enormidade insuperável em Copas.

 

 

O caminho foi aberto

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Após o honroso e inédito terceiro lugar na Copa de 1958, a França não conseguiu se classificar para o Mundial seguinte e só voltaria a brilhar em 1982, quando uma nova geração de ouro liderada por Michel Platini só não disputou a final da Copa da Espanha por causa da arbitragem e de uma polêmica partida contra a Alemanha (leia mais clicando aqui). Em 1984, a equipe foi campeã europeia pela primeira vez, e, em 1986, repetiu o desempenho do time de 1958 e ficou com o bronze na Copa do México. Só em 1998, em casa, que os franceses levantaram o mais cobiçado troféu do futebol mundial justamente contra o Brasil e exatamente 40 anos depois do brilho do time de Fontaine e Kopa, mas com Zidane, Desailly, Barthez, Deschamps e companhia, imortais que pintaram em dourado uma história que começou lá na Suécia por uma seleção imortal.

 

Os personagens:

Abbes: titular do Saint-Étienne e também da seleção, Abbes ganhou a confiança do técnico Batteux mesmo com vários concorrentes no páreo. Muito eficiente, dono de reflexos apurados e seguro, conteve por dois jogos a ineficiência do time no setor defensivo e levou apenas um gol nos duelos contra Escócia e Irlanda do Norte. Contra Brasil e Alemanha, não teve o que fazer diante de adversários fortes no ataque e sofreu com o esquema ofensivo do time.

Remetter: disputou as Copas de 1954 e 1958 e atuou em 26 jogos pela seleção naqueles anos 50. Atuava no Bordeaux na época do Mundial da Suécia e só foi titular nos dois primeiros jogos, pois a preferência do técnico era por Abbes.

Kaelbel: defensor eficiente nas bolas aéreas e na marcação, fez uma boa dupla com Jonquet, mas sofreu demais com a falta de parceiros no sistema defensivo francês. Disputou 35 jogos pela seleção e marcou um gol. Fez carreira no Monaco, onde venceu o Campeonato Francês de 1961 e a Copa da França de 1960.

Jonquet: cria das bases do Stade de Reims, o defensor Jonquet foi um dos mais completos zagueiros de sua época e também um dos maiores jogadores da história do futebol francês. Dono de uma notável visão de jogo, líder e muito técnico, Jonquet incorporou como ninguém a elegância do “football champagne” e jogou de 1945 até 1960 no Reims, vencendo quase todos os títulos possíveis. Disputou mais de 500 jogos pelo clube e esteve presente em 58 partidas da seleção francesa, sendo o capitão da equipe azul no Mundial de 1958. Fez muita falta no segundo tempo do jogo do Brasil, pois certamente daria trabalho para Didi e companhia.

Lafond: foi convocado pela primeira vez para a seleção exatamente em 1958 e disputou quatro jogos, todos no Mundial. Atuava como zagueiro e também volante. Após a Copa, não vestiu mais a camisa da França.

Lerond: ídolo do Lyon, André Lerond foi um dos grandes defensores e meio-campistas de seu país nos anos 50 e presença constante nas convocações do técnico Batteux. Era muito forte, rápido e não costumava apelar para faltas duras ou violentas. Disputou 31 jogos pela seleção entre 1957 e 1963.

Penverne: polivalente, Penverne podia atuar como lateral-esquerdo, zagueiro ou volante e ainda encontrava espaços nas defesas para marcar gols. Grande nome do Reims, Penverne disputou 39 jogos e marcou dois gols pela seleção.

Marcel: meio-campista e lateral, Jean-Jacques Marcel era muito eficiente na marcação, nos passes e também nos chutes de longa distância. Anotou vários gols na Ligue 1 pelo Olympique de Marselha e também pelo RCF Paris, clubes onde teve maior destaque. Pela seleção, Marcel disputou 44 jogos e marcou três gols.

Wisnieski: ponta-direita muito habilidoso e com faro artilheiro, brilho nos anos 50 com a camisa do Lens e até conseguiu espaço no futebol italiano, onde atuou com a camisa da Sampdoria entre 1963 e 1964. Foi presença constante na Seleção Francesa e marcou 12 gols em 33 jogos com o manto azul.

Kopa: conhecido como o “Napoleão do futebol”, pela liderança e baixa estatura, Kopa foi um dos mais brilhantes jogadores de todos os tempos e o maior craque da França nos anos 50. Corajoso, sem medo dos zagueiros brucutus e bem maiores do que ele e capaz de dribles e jogadas fantásticas, o baixinho cativou uma legião de fãs e se tornou o principal ídolo do Reims naquela era de ouro. Com seus gols e passes, o time deixou de ser um clube pequeno para virar uma potência do país. Disputou mais de 340 jogos do campeonato nacional pelo Reims e marcou 75 gols, além de ter vencido vários prêmios individuais na época, incluindo um Ballon d´Or, em 1958. Pela seleção, disputou 45 jogos e marcou 18 gols. Após sua primeira passagem, entre 1951 e 1956, fez questão de encerrar a carreira no clube tempo depois. Foi gênio. Leia mais sobre ele clicando aqui.

Fontaine: foi uma verdadeira máquina de gols em sua época e escreveu seu nome na história pela façanha na Copa de 1958, quando marcou incríveis 13 gols em seis jogos pela seleção da França. Parável apenas com faltas e muito habilidoso, Fontaine supriu como nunca ausência de Kopa após 1956 para se tornar a referência do time de Batteux e comandar a equipe rumo a mais títulos e grandes vitórias. Em 131 jogos do Campeonato Francês pelo Reims, Justô marcou 122 gols e sempre figurou ou no topo da artilharia do torneio ou entre os cinco primeiros. Pela seleção, marcou 30 gols em apenas 21 jogos. Com médias fantásticas, foi vítima da maldade dos adversários e teve que se aposentar com apenas 28 anos após fraturar a tíbia e o perônio da perna direita. Mesmo assim, ele fez em pouquíssimo tempo o que vários atacantes não fizeram em décadas. Uma lenda. Leia mais sobre ele clicando aqui!

Piantoni: notável goleador, Piantoni foi um dos principais atacantes da França no final dos anos 50 e início dos anos 60. Em 161 jogos do Campeonato Francês, marcou 106 gols, sempre com velocidade, talento e exímia pontaria. Fez fama, também, com a camisa da seleção, pela qual marcou 18 gols em 37 jogos.

Douis: atacante do Lille, só não foi titular por causa da forte concorrência, pois tinha qualidade e muita técnica. Em 1963, foi eleito o melhor jogador de seu país. Disputou 20 jogos e marcou quatro gols com a camisa da seleção.

Vincent: após vários anos gastando a bola no Lille, Vincent foi contratado pelo Reims, em 1956, para ajudar na formação da nova linha ofensiva do time, que precisava se recompor com a saída de Kopa. E ele ajudou bastante nesse processo com sua velocidade, ótima visão de jogo e, claro, gols. Vincent jogou de 1956 até 1964 na equipe e marcou 92 gols em 320 jogos. Pela seleção, disputou 46 partidas e marcou 22 gols.

Albert Batteux (Técnico): o treinador comandou com maestria a primeira grande Seleção Francesa da história e construiu um time extremamente ofensivo que não passou um jogo sequer do Mundial de 1958 sem marcar pelo menos dois gols. Embora tenha pecado na formação de uma linha defensiva mais concreta e eficiente, alcançou um histórico terceiro lugar que foi um dos muitos frutos que ele colheu naquela década de 50.

 

Extras:

Conheça melhor o Stade de Reims, grande time francês dos anos 50, clicando aqui.

 

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Comentários encerrados

6 Comentários

  1. A Argentina da década de 1940 é histórica. Não são poucos o argentinos que consideram Ángel Labruna igual ou superior a Diego Armando Maradona. Porém, a presença da França de 1958 é justificável, reuniu jogadores do quilate de Raymond Kopa e Just Fontaine. Ataque avassalador.

  2. Parabéns,o site é excelente,sempre com ótimas matérias,poderia voltar a sair com mais frequência como antigamente,mas está ótimo.
    A respeito desta França,gostei muito da matéria,mas acho que tinham Seleções muito melhores para ser “imortalizadas”,um bom exemplo é a Argentina da década de 40,que disputou 6 Copa América e venceu 4 e foi vice em uma,e tinha no elenco Rene Pontoni,Loustau,Mendez,Pelegrina,Munhoz,Pedernera,Labruna,Morena,De La Mata,Stábile…

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