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O quão longe Mohamed Salah pode chegar?

Foto: 2020 Getty Images, Getty Images Europe.

 

Desde que chegou ao Liverpool, há três anos, o egípcio Mohamed Salah vem sendo constantemente apontado como um dos melhores atacantes do mundo. Se recentemente os Reds puderam finalmente confirmar a conquista de seu primeiro Campeonato Inglês desde 1990 – quando a competição ainda nem se chamava Premier League –, muito disso se deve aos 19 gols marcados por Salah em 34 partidas.

Além disso, esse título deu ao Liverpool a possibilidade de conquistar outro troféu: no próximo dia 29 de agosto, a equipe disputará, em Wembley, a Supercopa da Inglaterra em jogo único contra o Arsenal, campeão da Copa da Inglaterra 2019-20. Para o site de aposta online da Betway Esportes, em 10 de agosto o favoritismo do Liverpool era claro. A vitória da equipe de Salah dava um retorno de 1.66 enquanto a vitória do Arsenal dava um retorno de 4.75. Caso tal favoritismo se confirme, será o quinto título dos Reds desde o ano passado, quando conquistaram a Liga dos Campeões, a Supercopa da UEFA e o Mundial de Clubes, como mencionado em matéria da Gazeta Esportiva.

Foto: Getty Images.

 

Assim, embora “Mo” Salah, que recentemente completou 28 anos, provavelmente ainda tenha alguns bons anos enquanto futebolista pela frente, já é possível começar a especular até onde pode chegar o jogador egípcio mais famoso de todos os tempos a nível internacional. Mais especificamente, como vamos compará-lo daqui a alguns anos com outros jogadores saídos de países árabes e/ou de países africanos?

 

O mundo árabe no futebol

Para começarmos essa análise, vamos partir da sua terral natal. Até aqui, aquele que vinha sendo mais frequentemente considerado o maior jogador nascido no Egito era Mohamed Aboutrika, que fez história jogando pelo Al-Ahly, do Cairo. Dentre os seus principais títulos, destacam-se sete campeonatos nacionais e cinco Liga dos Campeões da África. Além disso, Aboutrika foi um dos principais responsáveis pela melhor campanha do Al Ahly até o momento num Mundial de Clubes: em 2006, fez os dois gols da vitória contra o América do México na decisão pelo terceiro lugar e terminou na artilharia da competição com 3 gols.

 

Mesmo Aboutrika, porém, dificilmente seria considerado o melhor jogador árabe de todos os tempos. Aqui, podemos mencionar nomes como o saudita Majed Abdullah e os argelinos Lakhdar Belloumi e Rabah Madjer. Este último leva uma vantagem considerável sobre os demais, pois brilhou também na Europa: o argelino foi uma verdadeira lenda no Porto de Portugal e não há quem não se lembre do seu gol de calcanhar contra o Bayern de Munique na final da Liga dos Campeões da UEFA de 1987. No vídeo abaixo, pode-se ver este e outro gol de calcanhar de Madjer, marcado contra Os Belenenses naquele mesmo ano.

Salah já é maior que Madjer? É bem possível. Enquanto o argelino ganhou o prêmio de Futebolista Africano do Ano uma única vez (em 1987, quando a premiação ainda era conferida pela revista France Football), Salah conseguiu tal façanha por duas vezes, em 2017 e 2018. Por outro lado, Madjer levou a sua seleção a duas Copas do Mundo (em 1982 e 1986) e conquistou com a Argélia uma Copa Africana de Nações, título esse que Salah ainda não conseguiu.

 

As lendas do futebol africano

George Weah, único africano eleito Melhor do Mundo pela FIFA.

 

Por tudo isso, talvez ainda seja cedo para ir muito além do mundo árabe e dizer qual pode ser, daqui a alguns anos, o status de Salah em comparação com outros africanos. Até aqui, como lembrou uma matéria publicada em 2017 pelo portal Terra, os dois jogadores que foram mais vezes premiados pela Confederação Africana de Futebol (CAF) como o melhor jogador nascido no continente foram o camaronês Samuel Eto’o e o marfinense Yaya Touré: quatro vezes cada. E é claro que não se pode deixar de mencionar também o liberiano George Weah, que ainda hoje é o único jogador africano a ter sido eleito melhor do mundo pela FIFA, em 1995, Abedi Pelé, lenda de Gana e três vezes o melhor do continente pela CAF, Didier Drogba, jogador marfinense lenda do Chelsea, e Roger Milla, ídolo camaronês e estrela de seu país na Copa do Mundo de 1990.

Assim, Salah precisaria de pelo menos mais duas temporadas fantásticas para se igualar, em termos de premiações individuais, aos nomes mencionados no parágrafo anterior. De qualquer forma, o que ninguém discute é que o garoto-propaganda da operadora de telecomunicações Vodafone já alcançou um status sem precedentes para um jogador de futebol na sua terra natal. A escola em que Salah estudou hoje atende pelo nome de Mohamed Salah Industrial High School. Nada mal para um garoto saído da vila de Nagrig e que é amado por seu povo justamente por nunca ter renegado suas origens.

 

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