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16 Maiores Esquadrões da Década – 2011-2020

 

Ufa, acabou a segunda década do século XXI. E que década! O Imortais nasceu em 2012, vimos grandes transformações no futebol com a implantação de chip na bola e o controverso VAR, quebra de escritas na Liga dos Campeões da UEFA, na Libertadores, vimos o 7 a 1, as conquistas da Alemanha e da França nas Copas de 2014 e 2018, o apogeu da Espanha, o ressurgimento do Uruguai, o bicampeonato do Chile na Copa América, o primeiro grito de campeão de Portugal em 2016 (com direito a bis em 2019) e, por fim, a pandemia que fechou de maneira amarga a década de 2010 do futebol. Com grandes campeões e timaços que já estão na história, o Imortais relembra agora os maiores times da década que passou. Como de praxe em listas desse tipo, sempre vai faltar algum, mas é difícil encontrar espaço para todos. Lembrando que, como a década começou no ano de 2011, um esquadrão que você pode sentir falta não entrou na contagem: a Internazionale de Mourinho – mas ela é imortal, claro, basta clicar neste link. E vale lembrar também que as seleções não entraram nessa conta, mas você pode ler sobre as mais marcantes na lista de seleções imortais deste link!

Agora, vamos aos esquadrões! Boa leitura 🙂

 

16º – Leicester City 2015-2016

Em pé: Mahrez, Fuchs, Vardy, King, Huth, Schmeichel e Claudio Ranieri (técnico). Agachados: : Okazaki, Drinkwater, Morgan, Simpson e Albrighton. Foto: Reuters / John Sibley.

 

Grandes feitos: Campeão do Campeonato Inglês (2015-2016). Conquistou o primeiro grande título da história do clube e o mais importante título em mais de 130 anos de história do Leicester City. Além disso, disputou a primeira Liga dos Campeões da UEFA da história do clube e chegou às quartas de final.

Time-base: Kasper Schmeichel; Danny Simpson, Wess Morgan, Robert Huth e Christian Fuchs (Jeffrey Schlupp); Riyad Mahrez, N’Golo Kanté (Andy King / Daniel Amartey), Danny Drinkwater e Marc Albrighton; Shinji Okazaki (Leonardo Ulloa / Islam Slimani) e Jamie Vardy (Demaray Gray). Técnicos: Claudio Ranieri (2015-2017) e Craig Shakespeare (2017).

 

Em um dos campeonatos mais ricos do mundo, a Premier League, com elencos milionários e cuja rotatividade de campeões é restrita a no máximo cinco clubes, um time que nunca havia vencido a competição em seus mais de 130 anos de história começou a vencer, vencer até chegar às primeiras posições. Quando começaram a ver qual time era, logo pensaram “pronto, mais uma zebra que incomoda no início e logo mais estará lá embaixo, flertando com o rebaixamento”. Ainda mais aquele time, que havia passado incríveis 19 rodadas na última posição do campeonato anterior e só se salvou na reta final e a muito custo. Era mais uma balela do futebol. No entanto, o campeonato foi passando, passando, e aquele time não saía da parte de cima. Quando faltavam poucas rodadas para o fim, a ficha começou a cair: eles podiam ser campeões. Não era mais uma zebra qualquer. E, no dia 02 de maio de 2016, aconteceu o inimaginável: o Leicester City Football Club se tornou campeão inglês. E, pasme: com duas rodadas de antecedência.

No início da competição, as apostas naquele time azul pagavam 5000 para 1. Eles quebraram as casas de jogatinas. Quebraram os prognósticos. Quebraram toda a hegemonia dos ricos. Quebraram todas as equações matemáticas. Quebraram as críticas ao técnico “ultrapassado”. Quebraram as desconfianças em seus jogadores desconhecidos. Enfim, foram os responsáveis pela maior façanha de um clube neste século XXI. E, na temporada seguinte, ainda chegaram às quartas de final da mais badalada competição interclubes do mundo: a Liga dos Campeões da UEFA. Leia mais clicando aqui!

 

15º – Santos 2011-2012

Em pé: Rafael, Edu Dracena, Durval, Danilo, Paulo Henrique Ganso e Arouca. Agachados: Zé Eduardo, Neymar, Adriano, Léo e Elano.

 

Grandes feitos: Campeão da Copa Libertadores da América (2011), Campeão da Recopa Sul-Americana (2012) e Bicampeão Paulista (2011 e 2012).

Time-base: Rafael (Felipe); Danilo (Pará / Jonathan), Edu Dracena (Bruno Rodrigo), Durval e Léo (Alex Sandro / Juan); Adriano (Henrique), Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Maikon Leite); Neymar e Zé Eduardo (Borges / Alan Kardec). Técnicos: Adílson Batista (2011) e Muricy Ramalho (2011-2012).

Dizem que os raios dificilmente caem mais de uma vez no mesmo lugar. Mas, quando se trata de uma Vila localizada na cidade de Santos (SP), esse conceito pode ser considerado uma boa piada. Por lá, “raios” únicos e impressionantes já caíram três vezes e em todas deixaram vestígios dourados e inesquecíveis. No final dos anos 1950, o primeiro deles, Pelé, foi simplesmente fenomenal e único, capaz de transformar um time comum no maior esquadrão da Terra. Já no novo milênio, um novo raio chamado Robinho devolveu o brilho aos torcedores santistas dando dois Campeonatos Brasileiros ao clube. Quando todos pensavam que o estoque de luz havia terminado por lá, eis que um novo e endiabrado garoto surgiu para provar de uma vez por todas que a Vila Belmiro era, sim, um local único e com ares sobrenaturais. Neymar, um magricela com uma técnica única, pintou São Paulo, Brasil e a América de preto e branco entre os anos de 2010 e 2012. 

Neymar vibra após abrir o placar na decisão da Libertadores.

 

Mas não foi apenas o camisa 11 que teve destaque. André e Robinho colaboraram ainda em 2010, na conquista da Copa do Brasil. Elano e Léo, da era de 2002-2004, voltaram e brilharam. E ainda teve Arouca, Danilo, Alex Sandro, Edu Dracena, Durval, Rafael e o técnico Muricy Ramalho, protagonistas que acabaram com o jejum de mais de 40 anos do Peixe na Libertadores. O único momento de tristeza foi a disputa do Mundial de Clubes de 2011, quando o Barcelona destroçou as esperanças do trimundial alvinegro. Leia mais clicando aqui!

 

14º – Atlético-MG 2012-2014

Em pé: Ronaldinho, Victor, Jô, Leonardo Silva e Réver. Agachados: Diego Tardelli, Luan, Pierre, Richarlyson, Marcos Rocha e Josué.

 

Grandes feitos: Campeão da Copa Libertadores da América (2013), Campeão da Recopa Sul-Americana (2014), Campeão da Copa do Brasil (2014), Bicampeão Mineiro (2012-Invicto e 2013) e Vice-campeão do Campeonato Brasileiro (2012).

Time-base: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva (Gilberto Silva / Edcarlos), Réver (Jemerson) e Júnior César (Richarlyson / Douglas Santos / Emerson Conceição); Pierre (Rafael Carioca) e Leandro Donizete (Josué); Ronaldinho (Dátolo), Diego Tardelli (Rosinei / Maicosuel / Marion) e Bernard (Guilherme / Luan / Eduardo); Jô (Neto Berola / André / Alecsandro / Carlos). Técnicos: Cuca (2012-2013), Paulo Autuori (2014) e Levir Culpi (2014).

 

Foram mais de quatro décadas de espera. Dezenas de ídolos tentaram levar o Clube Atlético Mineiro a um grande e inesquecível título, mas nenhum conseguiu. Foram três derrotas nas finais dos Campeonatos Brasileiros de 1977, 1980 e 1999. Parecia que aquele sofrimento nunca iria acabar. Em 2012, um time rápido, rejuvenescido e competitivo nasceu, brilhou, mas também foi vice do campeonato nacional. Será que era praga? Que nada. Aquele jejum torturante estava com os dias contados. Em 2013, o Galo acordou. Forte. Ávido. Mais vingador do que nunca. Mais competitivo do que todos. Mais encantador do que qualquer equipe do Brasil. E da América do Sul. Em 2013, o Clube Atlético Mineiro foi milagreiro, goleador, encantador e campeão da mais cobiçada, imponente e gigante taça do continente: a Copa Libertadores da América. Ele a venceu com categoria e justiça incontestável com a melhor campanha da primeira fase, sapeco homérico em um rival tradicional do futebol brasileiro e partidas eternas nas quartas, semis e finais, quando a categoria daqueles jogadores extremamente identificados com o Galo teve que andar de mãos dadas com a sorte, ao impossível e aos gols e defesas nos últimos minutos (ou até segundos) das partidas.

Ronaldinho e Jô comemoram: cena típica nos jogos do Galo de 2012 e 2013.

 

Mas não foi só a América que o time alvinegro conquistou. Ele também fez história em 2014, quando levantou a Recopa e uma incrível Copa do Brasil com direito a viradas sensacionais e duas vitórias sobre o eterno rival Cruzeiro. Além de tudo isso, o Galo transformou um simples e acanhado estádio em caldeirão. E onde fica o Mineirão nessa história? Ora, ele é salão de festas sagrado e foi reformado especialmente para o Atlético ser campeão mineiro, da América e da Copa do Brasil. Leia mais clicando aqui!

 

13º – Corinthians 2011-2012

Corinthians_2012
Em pé: Leandro Castán, Chicão, Danilo, Alessandro, Ralf e Cássio. Agachados: Emerson Sheik, Paulinho, Alex, Fábio Santos e Jorge Henrique.

 

Grandes feitos: Campeão do Mundial de Clubes da FIFA (2012), Campeão Invicto da Copa Libertadores da América (2012) e Campeão Brasileiro (2011).

Time-base: Cássio (Júlio César); Alessandro, Chicão, Leandro Castán (Paulo André) e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex (Paolo Guerrero); Emerson Sheik (Liedson) e Jorge Henrique (Willian). Talismãs: Adriano e Romarinho. Técnico: Tite.

 

Foram décadas de gozação, infindáveis brincadeiras, charges, textos, correntes na internet e vídeos. O Corinthians sempre era motivo de chacota quando o assunto Copa Libertadores surgia. Era, pois a partir do apito final do juiz colombiano Wilmar Roldán na noite do dia 04 de julho de 2012, o Corinthians enterrava de maneira gloriosa, inquestionável e histórica as gozações e piadas sobre a falta do título continental. Com uma equipe dona de um dos melhores sistemas defensivos da história da competição, perfeita na marcação e com talismãs decisivos, o Timão conquistou de maneira invicta sua primeira Libertadores. O título veio com muito, mas muito estilo, após superar adversários duríssimos como Vasco, Santos e o todo poderoso e temido Boca Juniors na final. Detalhe: todos os rivais derrotados eram campeões da América, o que deu ainda mais valor à conquista corintiana.

O caneco colocou o time paulista no seleto grupo de campeões da América e confirmou a volta por cima de um time que viveu o limbo nos anos de 2007 e 2008, com o rebaixamento para a série B do Campeonato Brasileiro. No final do ano, veio a glória máxima com a conquista do Mundial de Clubes da FIFA sobre o Chelsea, com uma atuação espetacular do goleiro Cássio e uma invasão corintiana ao Japão. O título mundial teve peso ainda maior por ser o único de um clube sul-americano na década todos os outros disputados foram vencidos por equipes da Europa. Esse “detalhe” é mais do que suficiente para esse Corinthians ser um dos mais importantes times dos anos 2010. Leia mais clicando aqui!

 

12º – Borussia Dortmund 2011-2013

Em pé: Subotic, Piszczek, Lewandowski, Hummels, Bender e Weidenfeller. Agachados: Grosskreutz, Reus, Götze, Schmelzer e Gündogan. Foto: Friedemann Vogel/Bongarts/Getty Images.

 

Grandes feitos: Bicampeão do Campeonato Alemão (2010-2011 e 2011-2012), Campeão da Copa da Alemanha (2011-2012), Campeão da Supercopa da Alemanha (2013) e Vice-Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2012-2013).

Time-base: Weidenfeller (Langerak); Piszczek, Subotic (Felipe Santana), Hummels e Schmelzer; Sven Bender (Sebastian Kehl) e Gündogan (Nuri Sahin); Błaszczykowski (Antônio da Silva), Mario Götze (Kevin Grosskreutz / Perisic) e Marco Reus (Shinji Kagawa); Robert Lewandowski (Lucas Barrios). Técnico: Jürgen Klopp.

 

O Borussia começou o século XXI com sérios problemas financeiros, quase decretou falência, tomou dois milhões de euros emprestados do rival Bayern e foi obrigado a vender os naming rights de seu estádio para conseguir cumprir seus compromissos fiscais. Foi então que, ao final da primeira década do novo milênio, os ventos prósperos voltaram à North Rhine-Westphalia. Com jovens talentosos, um técnico inteligente e vibrante e uma torcida impressionante, o Borussia conseguiu, num curtíssimo espaço de tempo, conquistar títulos, quebrar jejuns e brigar de igual para igual com o gigante rival de Munique. 

Lewandowski mostra a conta: três gols foram dele na goleada sobre o Bayern na final da Copa da Alemanha. Foto: (AP Photo/Michael Sohn).

 

Intenso, veloz, prolífico e letal jogando em casa com sua intimidadora muralha amarela no Westfalenstadion, o Borussia venceu quase tudo o que disputou. Foi bicampeão alemão com números absolutos. Venceu uma Copa da Alemanha depois de 23 anos com direito a goleada sobre o Bayern. Destroçou times clássicos do continente como Ajax e Real Madrid. E encantou os adeptos do futebol com as atuações marcantes de jogadores como Hummels, Reus, Götze, Lewandowski e companhia. Só faltou a Liga dos Campeões, perdida justamente para o Bayern em uma final histórica. Leia mais clicando aqui!

 

11º – Juventus 2014-2017

Em pé: Chiellini, Barzagli, Khedira, Mandzukic, Bonucci e Buffon. Agachados: Dybala, Daniel Alves, Pjanic, Alex Sandro e Higuaín.

 

Grandes feitos: Tricampeã do Campeonato Italiano (2014-2015, 2015-2016 e 2016-2017), Tricampeã da Copa da Itália (2014-2015, 2015-2016 e 2016-2017), Campeã da Supercopa da Itália (2015) e Vice-campeã da Liga dos Campeões da UEFA (2014-2015 e 2016-2017).

Time-base: Buffon; Barzagli, Bonucci e Chiellini (Pogba); Daniel Alves (Lichtsteiner / Cuadrado), Pjanic (Pirlo), Khedira (Marchisio) e Alex Sandro (Evra); Higuaín (Tevez), Dybala (Vidal) e Mandzukic (Morata). Técnico: Massimiliano Allegri.

 

Simplesmente imbatível dentro da Itália (dos 10 campeonatos da década, a Juve venceu NOVE, todos consecutivos. Apenas o Milan de 2010-2011 impediu um incrível decacampeonato), a Juventus de 2014-2017 por pouco não estendeu seu domínio para a Europa. Primeiro, em 2014-2015, a equipe passou em segundo lugar pela fase de grupos e, no mata-mata, despachou com muita autoridade o Borussia Dortmund (vitórias por 2 a 1, em casa, e 3 a 0, fora), Monaco (1 a 0 e 0 a 0) e o então campeão Real Madrid (2 a 1, em casa, e 1 a 1, fora). Com Tevez marcando gols e um meio de campo com Pirlo, Vidal, Marchisio e Pogba, além de Buffon no gol, a Juve via a chance de uma taça que não vinha desde os tempos de Del Piero e companhia, lá em 1996, muito perto. Mas um gol logo aos 4’ do Barcelona do trio MSN desmoronou o time, que perdeu por 3 a 1.

Buffon erguendo o Scudetto: cena comum na década. (FILIPPO MONTEFORTE/AFP/Getty Images).

 

Na temporada 2016-2017, Allegri reconstruiu o time e conseguiu armar outra equipe competitiva com as contratações de Dybala, Daniel Alves, Mandzukic, Pjanic entre outros. A defesa virou o ponto forte e os bianconeri sofreram apenas dois gols na fase de grupos e um mísero gol no mata-mata – isso porque eles encararam Porto, Barcelona e o Monaco de Mbappé! Mas, na final, Cristiano Ronaldo e o Real Madrid não deixaram a glória europeia ir para Turim e venceram por 4 a 1. Mesmo com dois vices, a Juve de Allegri foi um dos mais competitivos esquadrões da década. E o único da Itália a fazer bonito em um período bastante deprimente para os grandes clubes do Calcio.

 

10º – Flamengo 2019-2020

Em pé: Diego Alves, Pablo Marí, Filipe Luís, Willian Arão e Rodrigo Caio. Agachados: Gabriel Barbosa, Rafinha, Éverton Ribeiro, De Arrascaeta, Gerson e Bruno Henrique. Foto: Luka Gonzales / AFP.

 

Grandes feitos: Campeão da Copa Libertadores da América (2019), Bicampeão do Campeonato Brasileiro (2019 e 2020), Bicampeão Carioca (2019 e 2020), Vice-campeão do Mundial de Clubes da FIFA (2019), Campeão da Recopa Sul-Americana (2020) e Campeão da Supercopa do Brasil (2020).

Time-base: Diego Alves (Hugo); Rafinha (Pará / Rodinei / Isla), Rodrigo Caio, Pablo Marí (Gustavo Henrique) e Filipe Luís (Renê); Willian Arão e Gerson (Cuéllar / Diego); De Arrascaeta (Reinier), Éverton Ribeiro e Bruno Henrique (Vitinho / Michael); Gabriel Barbosa (Pedro). Técnicos: Abel Braga (de janeiro até junho de 2019), Jorge Jesus (de junho de 2019 até julho de 2020), Domènech Torrent (de julho de 2020 até novembro de 2020) e Rogério Ceni (novembro de 2020 até início de 2021).

 

Há mais de três décadas que a maior torcida do Brasil vivia sob as lembranças de um esquadrão histórico. Eram boas recordações, mas elas geravam certo temor. Será que nunca mais o Flamengo teria um time capaz de vencer o que aquele timaço de 1980-1983 venceu? Será que nunca mais o rubro-negro iria conseguir ser o rei da América? Bem, a paciência é uma virtude. E o torcedor foi recompensado em 2019. Após um intenso trabalho de reorganização, principalmente financeira, o clube carioca renasceu. Construiu um time faminto por escrever seu nome na história dos maiores esquadrões do futebol brasileiro. E (por que não?) sul-americano.

Que não baixou a guarda em nenhum momento. Que foi com time titular em jogos que outros iriam com time B, time C. Que, mesmo longe do Maracanã, não tomou conhecimento dos rivais e foi um ingrato visitante. Tudo como manda a cartilha dos pontos corridos. É preciso pontuar em casa e fora. E o Flamengo fez isso. Não perdeu um jogo sequer em casa. E ganhou o máximo que pôde fora. Um ataque devastador. Entrosado. Com dotes para encantar e trucidar defesas e goleiros. Um time veloz, com uma letalidade absurda em contra-ataques. Toque de bola envolvente, pra frente, nada de lenga lenga, morosidade, covardia, defensivismo. Futebol em estado puro. Como nos bons tempos do próprio futebol brasileiro. Um Flamengo bem brasileiro. Que permaneceu 29 jogos invicto.

 

Essa dominância rendeu um Carioca. Um Brasileirão. E a sonhada Libertadores. Desde o Santos de Pelé que o Brasil não via um time conquistar título nacional e continental no mesmo ano. Algo que nem o esquadrão de Zico conseguiu. Só faltou mesmo o Mundial, que escapou em um nostálgico duelo contra o Liverpool. No começo de 2020, tudo parecia caminhar para o mesmo rumo com os títulos da Recopa Sul-Americana, da Supercopa do Brasil e do Campeonato Carioca, mas veio a pandemia, o técnico Jorge Jesus deixou o clube e o rendimento desmoronou. Mesmo assim, a equipe deu a volta por cima com Rogério Ceni e faturou o Brasileirão, colocando de vez aquele Flamengo como um dos maiores da década. Leia mais clicando aqui!

 

9º – Atlético de Madrid 2011-2014

Em pé: Courtois, Filipe Luís, Mario Suárez, Gabi, Miranda e Godín. Agachados: Falcao García, Arda Turan, Juanfran, Diego e Adrián.

 

Grandes feitos: Campeão da Liga Europa (2011-2012), Campeão da Supercopa da UEFA (2012), Campeão Espanhol (2013-2014), Campeão da Copa do Rei (2012-2013), Campeão da Supercopa da Espanha (2014) e Vice-Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2013-2014).

Time-base: Courtois (De Gea); Juanfran, Godín, Miranda e Filipe Luís (Alderweireld); Mario Suárez, Gabi, Arda Turan (Tiago) e Koke (Diego / Salvio); Diego Costa (Adrián López) e Falcao García (David Villa). Técnicos: Quique Sánchez Flores (2009-2011), Gregorio Manzano (2011) e Diego Simeone (2011-2014).

 

Ano após ano, o Atlético de Madrid foi mudando os tempos difíceis que passou no final do século XX, acertando as contratações para, na temporada 2009-2010, ressurgir no cenário futebolístico da melhor maneira possível: com um título continental da “primeira” Liga Europa, novo nome da antiga Copa da UEFA. Ali, começaria uma era inesquecível do clube madrileno. Com ótimos jogadores em todas as posições e sempre com atacantes devastadores em grande fase, o time brigou de igual para igual com os gigantes do continente até o ápice, entre 2012 e 2014, quando o técnico Diego Simeone montou um esquadrão aguerrido, brigador, técnico e competitivo ao extremo que ganhou quase tudo o que disputou, com destaque para o Campeonato Espanhol de 2013-2014, com uma campanha memorável e festa na “final” contra o Barcelona em pleno Camp Nou.

Contra o Chelsea, Diego Costa (à esq.) deixou sua marca e ajudou o Atlético a se classificar para uma decisão de Liga dos Campeões da UEFA após 40 anos.

 

O “quase” é por causa da sonhada Liga dos Campeões, que escapou por entre os dedos justamente contra o maior rival, o Real Madrid, em uma final histórica. Mas histórico, mesmo, foi aquele time, que despertou de um profundo sono e trouxe a alegria de volta à ala colchonera da cidade. Anos depois, o Atlético ainda disputou outra final de UCL (em 2016, perdida novamente para o Real) e faturou a Liga Europa de 2017-2018 e a Supercopa da UEFA de 2018 (com uma goleada de 4 a 2 sobre o Real Madrid – até que enfim!). Leia mais clicando aqui!

 

8º – River Plate 2014-2019

Em pé: Maidana, Nacho Fernández, Armani, Lucas Pratto e Pinola. Agachados: Ponzio, Casco, Enzo Pérez, Pity Martínez, Palacios e Montiel.

 

Grandes feitos: Bicampeão da Copa Libertadores da América (2015 e 2018), Campeão Invicto da Copa Sul-Americana (2014), Tricampeão da Recopa Sul-Americana (2015, 2016 e 2019), Campeão Argentino (2014 -Torneio Final), Tricampeão da Copa Argentina (2015-2016, 2016-2017 e 2018-2019), Campeão da Supercopa Argentina (2017), Campeão da Copa Suruga (2015) e Vice-campeão do Mundial de Clubes da FIFA (2015).

Time-base: Armani (Barovero / Batalla); Montiel (Mayada / Mercado), Maidana (Pezzella / Paulo Díaz), Pinola (Funes Mori) e Casco (Vangioni); Enzo Pérez (Ariel Rojas / Kranevitter) e Ponzio (Lucas Martínez Quarta); Ignacio Fernández (Bertolo / Pisculichi / Tabaré Viudez / Quintero), Exequiel Palacios (Carlos Sánchez / D’Alessandro / De La Cruz / Borré) e Gonzalo Martínez (Alario / Matías Suárez); Lucas Pratto (Teófilo Gutiérrez / Cavenaghi / Rodrigo Mora / Driussi / Scocco). Técnicos: Ramón Díaz (2014) e Marcelo Gallardo (2014-2019).

 

Estádio Monumental, Buenos Aires, 26 de junho de 2011. Após um empate em 1 a 1 com o Belgrano, o Club Atlético River Plate, maior vencedor de títulos nacionais de toda a Argentina, um dos mais emblemáticos clubes do mundo, revelador de craques inesquecíveis, dono de um patrimônio único tanto físico quanto imaterial, é rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Argentino pela primeira vez em seus mais de 100 anos de história. O jogo nem sequer acabou, pois foi encerrado antes dos 45 minutos finais por causa do risco de invasão de campo. A torcida não acreditava naquele drama. Era algo inimaginável para um clube tão grande, tido como intocável e “incaível”. Foi um choque.

Nas horas seguintes, depredação no estádio e seus entornos, muito trabalho das forças policiais e caos. As cenas correram o mundo. Como será que o River Plate iria se reerguer? Com a força de sua camisa. De seus ídolos. De sua gente. E de Marcelo Gallardo. É possível dividir a história do clube entre a.G. e d.G. Antes de Gallardo e depois de Gallardo. O que o Muñeco fez foi simplesmente arrebatador. Ele retomou o orgulho ferido. Criou times competitivos ao extremo mesmo sem grandes craques. Colecionou títulos. E bateu como nunca no maior rival Boca Juniors, exorcizando os tempos de angústia vividos no começo dos anos 2000. 

Entre 2014 e 2019, o River voltou a ser grande. Temido. Levantou duas Libertadores em três finais disputadas. Uma Copa Sul-Americana. Três Recopas Sul-Americanas. Três Copas Argentinas. Um título nacional. Uma Supercopa Argentina. Façanhas que nem os mais lendários esquadrões do clube conseguiram. O River de Gallardo se transformou, em termos de conquistas, no maior River de todos os tempos. Venceu a maior final de Libertadores da história, sobre o Boca. E catapultou o time ao mais alto patamar do futebol sul-americano. De fato, o River foi o mais glorioso time sul-americano da década de 2010. Leia mais clicando aqui!

 

7º – Manchester City 2017-2020

Em pé: Ederson, Kyle Walker, De Bruyne, Fernandinho, Stones e Otamendi. Agachados: Agüero, Sané, David Silva, Delph e Gabriel Jesus.

 

Grandes feitos: Bicampeão do Campeonato Inglês (2017-2018 e 2018-2019), Campeão da Copa da Inglaterra (2018-2019), Tricampeão da Copa da Liga Inglesa (2017-2018, 2018-2019 e 2019-2020) e Bicampeão da Supercopa da Inglaterra (2018 e 2019).

Time-base: Ederson; Kyle Walker, Otamendi (Laporte), Kompany (Stones) e Delph (Mendy); Fernandinho (Gündogan), Kevin de Bruyne e David Silva; Sterling, Agüero (Gabriel Jesus) e Sané (Bernardo Silva). Técnico: Pep Guardiola.

 

Campeão da Premier League com a maior diferença de pontos já registrada (19 pontos, em 2017-2018). Recordista de pontos em uma só temporada (100 pontos, em 2017-2018). Maior número de pontos conquistados em jogos fora de casa em uma só temporada (50 pontos, em 2017-2018). Maior número de vitórias fora de casa em uma só temporada (16, em 2017-2018). Maior número de vitórias em casa em uma só temporada (18, em 2018-2019). Maior número de vitórias consecutivas (17, em 2017) e maior número de vitórias consecutivas fora de casa (11, em 2017).

Capaz de derrotar todos os adversários pelo menos uma vez tanto na temporada 2017-2018 quanto em 2018-2019. Menor número de empates em uma só temporada (2, em 2018-2019). Melhor ataque em uma só temporada (106 gols, em 2017-2018). Melhor saldo de gols em uma só temporada (+79 gols, em 2017-2018). Liderado por um atacante que por cinco temporadas seguidas marcou no mínimo 20 gols (Sergio Agüero) e por um maestro que deu 20 assistências para gols em 2019-2020 (De Bruyne), recorde. E único clube a vencer o Treble doméstico na história do futebol inglês.

Tudo isso foi feito pelo Manchester City de Guardiola, sem dúvida alguma um dos maiores esquadrões que o mundo viu na década que passou. Se o time tropeçou seguidas vezes na Liga dos Campeões da UEFA, sobrou no campeonato nacional mais disputado do planeta com recordes impressionantes que nem grandes esquadrões de décadas passadas conseguiram. Vencer a Premier League com os 100 pontos de 2017-2018 foi uma coisa surreal, algo que nem os invencíveis do Arsenal de Henry conseguiram. Se alguém achava que Guardiola só tinha o nome que tinha pelo trabalho no Barcelona, aquelas taças pelos Citizens destruíram as críticas de uma vez por todas. Isso porque ele já havia empilhado troféus pelo Bayern… Leia mais sobre esse timaço clicando aqui!

 

6º – Bayern München 2019-2020

Bayern_Munich_2019-2020
Em pé: Alaba, Neuer, Alphonso Davies, Lewandowski, Goretzka e Boateng. Agachados: Kimmich, Thomas Müller, Gnabry, Thiago e Perisic. Foto: Poolfoto Panoramic / POOL / UEFA.

 

Grandes feitos: Campeão Invicto da Liga dos Campeões da UEFA (2019-2020), Campeão da Supercopa da UEFA (2020), Campeão do Campeonato Alemão (2019-2020), Campeão da Copa da Alemanha (2019-2020) e Campeão da Supercopa da Alemanha (2020). Foi o primeiro time da história a vencer a UCL com 100% de aproveitamento e registrou a mais avassaladora campanha do torneio em todos os tempos.

Time-base: Neuer; Kimmich (Pavard), Boateng (Süle), Alaba (Javi Martínez) e Alphonso Davies (Lucas Hernández); Goretzka (Tolisso) e Thiago; Gnabry (Philippe Coutinho), Thomas Müller e Coman (Perisic); Lewandowski. Técnicos: Niko Kovac (de janeiro até novembro de 2019) e Hans-Dieter “Hansi” Flick (a partir de novembro de 2019).

 

Novembro de 2019. Com uma atuação desastrosa, o Bayern München, heptacampeão seguido do Campeonato Alemão, invicto na fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA e com jogadores tarimbados no elenco perde de 5 a 1 para o Eintracht Frankfurt e despenca para a 4ª colocação na Bundesliga. Não é sempre que vemos um time como o Bayern ser surrado em território alemão. E isso teve consequências. A diretoria imediatamente dispensou o técnico Niko Kovac e colocou interinamente o treinador Hans-Dieter Flick, pupilo de Joachim Löw na seleção da Alemanha.

O conhecimento de causa ajudou. Jogo após jogo, ele arrumou o time. Recuperou jogadores que não rendiam. E criou um rolo compressor. Um time que buscava de maneira incessante um gol. Dois. Vários. Muitos. O que desse para fazer. Nada de toquinho pro lado sem propósito. Era ataque atrás de ataque. Primeiro, veio o título do Campeonato Alemão (o 8º seguido…). Depois, a Copa da Alemanha. E, por último, como um legítimo Grand Finale, a Liga dos Campeões da UEFA com 100% de aproveitamento. Foram 11 vitórias em 11 jogos. Sete por goleada. E uma delas simplesmente avassaladora: 8 a 2 pra cima do Barcelona de Messi.

Hansi Flick e os mimos de 2019-2020.

 

Durante a 2ª Guerra Mundial, a imprensa criou um termo para classificar os ataques rápidos de surpresa das forças alemãs que não davam qualquer tempo para os inimigos organizarem suas defesas: Blitzkrieg, ou “guerra-relâmpago”. Essa tática, além de ter o efeito surpresa, tinha também como características a rapidez e a intensidade dos ataques e fez com que a Alemanha quase dominasse toda a Europa naqueles anos 1940. Bem, na temporada 2019-2020, o Velho Continente conheceu outro tipo de Blitz, dessa vez no futebol: a BlitzBayern, que fechou a década com um futebol impressionante no auge do melhor jogador do mundo em 2019-2020, o polonês Robert Lewandowski. Leia mais clicando aqui!

 

5º – Barcelona 2014-2017

Em pé: Ter Stegen, Mascherano, Rakitic, Busquets e Piqué. Agachados: Messi, Daniel Alves, Neymar, Iniesta, Suárez e Jordi Alba.

 

Grandes feitos: Campeão do Mundial de Clubes da FIFA (2015), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2014-2015), Campeão da Supercopa da UEFA (2015), Bicampeão do Campeonato Espanhol (2014-2015 e 2015-2016), Tricampeão da Copa do Rei (2014-2015 *invicto, 2015-2016 *invicto e 2016-2017) e Campeão da Supercopa da Espanha (2016).

Time-base: Ter Stegen (Bravo / Cillessen); Daniel Alves (Sergi Roberto), Piqué, Mascherano (Umtiti) e Jordi Alba (Mathieu); Sergio Busquets, Rakitic (Xavi) e Iniesta (Arda Turan); Messi, Suárez (Pedro / Alcácer) e Neymar (Rafinha). Técnico: Luis Enrique.

 

O futebol possui coincidências curiosas, daquelas que nem parecem verdade. E cria, de tempos em tempos, essas mesmas coincidências com toques de misticismo, para o deleite dos apaixonados pelo esporte. Entre 2014 e 2017, o mundo viu o ressurgimento do time que mais encantou plateias neste século XXI com uma comissão de frente simplesmente irresistível. O Barcelona, que já tinha o melhor jogador argentino, foi buscar o melhor jogador uruguaio e o melhor jogador brasileiro. Um de cada uma das maiores potências futebolísticas das Américas. Um trio que ficou conhecido pelas iniciais de seus nomes: MSN. Messi. Suárez. Neymar.

Com eles em campo, o time catalão, que sempre foi uma máquina de fazer gols, virou uma locomotiva imparável. Sem freio, mas muito bem governada por Luis Enrique e com engrenagens de alta qualidade como Rakitic, Busquets, Alba e a lenda Iniesta. Juntos, os sul-americanos marcaram 364 gols (!). Deram 173 assistências (!!). Disputaram 110 partidas. Venceram incríveis 84 (!!!). Conquistaram nove títulos, entre eles um novo Treble ao clube catalão, primeiro em toda a Europa a possuir dois em sua galeria. Produziram mais sonhos notáveis que viraram realidade.

Suárez, Neymar e Messi.

 

Xavi e Iniesta: eles venceram 4 Ligas dos Campeões da UEFA com o Barça (2006, 2009, 2011 e 2015).

 

Saiu o tiki-taka. Entrou o “taka gol!”. Colocaram na roda os mais diversos e poderosos adversários. Venciam em casa e fora dela. E, como num grand finale, reverteram um placar adverso de 4 a 0 para o PSG para um surreal 6 a 1 com contornos de filme – se bem que aquela história já era digna de um… Todos lamentaram o fato de a festa pirotécnica de gols ter durado tão pouco. Três temporadas. Quase nada. Se bem que eles fizeram tudo. Leia mais clicando aqui!

 

4º – Liverpool 2017-2020

O time da final da UCL de 2019. Em pé: Alisson, Firmino, Matip, Fabinho, Van Dijk e Salah. Agachados: Wijnaldum, Alexander-Arnold, Henderson, Robertson e Mané.

 

Grandes feitos: Campeão do Mundial de Clubes da FIFA (2019), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2018-2019), Campeão do Campeonato Inglês (2019-2020) e Campeão da Supercopa da UEFA (2019).

Time-base: Alisson (Karius / Adrián); Alexander-Arnold (Nathaniel Clyne), Matip (Joe Gomez / Lovren), Van Dijk e Robertson; Fabinho (Naby Keïta / Milner), Henderson e Wijnaldum (Chamberlain / Lallana / Emre Can); Salah, Firmino (Origi / Sturridge) e Mané (Philippe Coutinho / Shaqiri). Técnico: Jürgen Klopp.

 

Os ecos do Milagre ainda ecoavam no lado vermelho de Merseyside. Quando batia a saudade, o torcedor do Liverpool buscava os vídeos da façanha de Istambul para rememorar o gol de Gerrard e seus braços para o alto. O tento de Smicer. O empate de Xabi Alonso. As defesas de Dudek. E a glória europeia de 2005. Mas a saudade maior era mesmo da coroa na Inglaterra. As imagens? Chuviscadas. Esparsas. Tempos de Kenny Dalglish no banco. John Aldridge e Ian Rush no comando dos gols. John Barnes e seus dribles. A temporada? 1989-1990. Foram seis troféus naquela mágica década de 1980. Só que os Reds pararam no tempo. Três décadas sem uma só taça. O campeonato até mudou de nome, de First Division para Premier League. Para piorar, o maior rival, o Manchester United, não só alcançou o dito “inalcançável” 18 troféus do Liverpool na elite inglesa como ultrapassou o clube com 20 taças, sendo 13 naquela nova era.

O trio Firmino, Salah e Mané. Foto: Michael Regan – UEFA/UEFA via Getty Images.

 

Salah, Klopp e Van Dijk. Foto: Peter Byrne / Getty Images.

 

Em 2015, exatos dez anos do Milagre, um novo técnico desembarcou em Anfield para tentar mudar aquele estigma. Na primeira temporada, um jogo épico na Liga Europa, mas derrota na final. Vem mais uma temporada e outra derrota em uma final, dessa vez na Liga dos Campeões da UEFA. Será que era penitência por causa do Sobrenatural de Istambul? Nada disso. Na temporada 2018-2019, a desforra. Novos épicos. E a conquista da Europa de maneira inesquecível. No final de 2019, veio também o primeiro título mundial, a taça que faltava no The Champions Wall. E, na temporada 2019-2020, a coroa inglesa foi reconquistada de maneira inquestionável, irrepreensível, única. Um time demolidor. Competitivo ao extremo. Puramente rock. Explícitamente emotional. Que praticou o tão conhecido football vencedor do Liverpool FC. E que colocaram Alisson, Alexander-Arnold, Van Dijk, Henderson, Salah, Firmino, Mané e Jürgen Klopp no rol de imortais de Anfield. Leia mais clicando aqui!

 

3º – Bayern München 2011-2013

Em pé: Alaba, Neuer, Mandzukic, Javi Martínez, Dante e Boateng. Agachados: Ribéry, Lahm, Thomas Müller, Robben e Schweinsteiger.

 

Grandes feitos: Campeão do Mundial de Clubes da FIFA (2013), Campeão da Supercopa da UEFA (2013), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2012-2013), Campeão Alemão (2012-2013), Campeão da Copa da Alemanha (2012-2013) e Campeão da Supercopa da Alemanha (2012).

Time-base: Manuel Neuer; Philipp Lahm, Jérôme Boateng, Dante e David Alaba; Bastian Schweinsteiger e Toni Kroos (Javi Martínez); Arjen Robben, Thomas Müller e Franck Ribery; Mandzukic (Mario Gómez). Técnicos: Jupp Heynckes (2011-2013) e Pep Guardiola (2013).

 

Depois de perder a Liga dos Campeões da UEFA de 2012 em casa mesmo como favorito e com um timaço, o Bayern conseguiu dar a volta por cima já na temporada seguinte com um dos grandes esquadrões deste século. O elenco foi mantido, pontuais peças foram contratadas e o clube bávaro encontrou o futebol que tanto precisava. Na temporada 2012-2013, foi a hora da desforra. O Campeonato Alemão foi conquistado de maneira épica e recheado de recordes. Na Liga dos Campeões, uma campanha coesa e segura, que teve capítulos sublimes a partir das quartas de final. Juventus? Derrotada em Munique e em Turim. Barcelona? Atropelado em Munique e em Barcelona, com direito a olé e 7 a 0 no placar agregado.

Depois de grandes decepções em finais europeias, o Bayern conseguiu dar a volta por cima com o título de 2013.

 

Na decisão, a doce vingança contra a pedra na chuteira das temporadas anteriores, o Borussia Dortmund. Para coroar a temporada de ouro, uma Copa da Alemanha conquistada de maneira relativamente fácil contra o Stuttgart. Estava sacramentada a inédita Tríplice Coroa. No ano seguinte, o time foi ainda a base da Alemanha campeã do mundo na Copa de 2014. Leia mais clicando aqui!

 

2º – Real Madrid 2013-2018

Em pé: Navas, Sergio Ramos, Varane, Kroos, Benzema e Cristiano Ronaldo. Agachados: Bale, Marcelo, Isco, Carvajal e Modric.

 

Grandes feitos: Tetracampeão do Mundial de Clubes da FIFA (2014, 2016, 2017 e 2018), Tetracampeão da Liga dos Campeões da UEFA (2013-2014, 2015-2016, 2016-2017 e 2017-2018), Tricampeão da Supercopa da UEFA (2014, 2016 e 2017), Campeão do Campeonato Espanhol (2016-2017), Campeão da Copa do Rei (2013-2014) e Campeão da Supercopa da Espanha (2017).

Time-base: Navas (Casillas); Carvajal, Sergio Ramos, Varane (Pepe) e Marcelo; Casemiro (Khedira); Modric e Kroos (Di María); Bale (Isco), Benzema e Cristiano Ronaldo. Técnicos: Carlo Ancelotti (2013-2015), Rafa Benítez (2015-2016) e Zinédine Zidane (2016-2018).

 

Desde maio de 1976 que a Liga dos Campeões da UEFA não tinha um tricampeão europeu. E desde 1990 nenhum bi. Cada vez mais cobiçada e com clubes endinheirados, vencê-la passou a ser algo para poucos. A cada ano, um clube diferente levantava a Velhinha Orelhuda. Alguns até disputaram finais seguidas, mas sempre tropeçaram na hora do bi. Até que, em 2017, incríveis 27 anos depois, o improvável aconteceu. Um clube, enfim, foi bicampeão. No ano seguinte, o mesmo clube alcançou sua terceira final seguida. E a venceu. Foi o tri consecutivo. Mas qual clube conseguiu quebrar dois tabus de uma vez? Oras, o único com força e camisa suficientes para tal. Que venceu 13 das 16 finais (!) que disputou. Que engoliu a seco 12 anos de jejum para iniciar uma dinastia: o Real Madrid, dono de todos os ingredientes necessários para escrever mais uma história lendária em sua enciclopédia.

Cristiano e sua quinta Champions na carreira. Quatro delas com o Real. Foto: Reuters.

 

Bicicleta do craque contra a Juventus, em 2018: um dos gols mais bonitos da década. Foto: AFP

 

 

Eficiência que beirava o absurdo. (Muita) Sorte. Um time extremamente competitivo. Jogadores clínicos em seus auges. Um técnico experiente (Carlo Ancelotti) e outro com estrela e muito conhecimento de causa (Zidane). E um craque fora de série no auge, uma verdadeira máquina de fazer golos (Cristiano Ronaldo). Foram cinco anos de glórias. Cinco anos de títulos empilhados. Cinco anos de adversários derrotados sem dó, até mesmo em suas próprias casas. Gerações destroçadas. Quando parecia que iriam cair, levantavam. Quando parecia que seriam eliminados, conseguiam um gol no finalzinho. Eles foram cruéis. E chegaram a um patamar invejável: o de maior clube do mundo, de fato. Maior campeão mundial. Maior campeão europeu. Maior campeão de torneios internacionais. Enfim, o maior. Leia mais clicando aqui!

 

1º – Barcelona 2011-2012

Em pé: Abidal, Pedro, Sergio Busquets, Piqué e Victor Valdés. Agachados: Messi, Daniel Alves, Iniesta, David Villa, Xavi e Puyol.

 

Grandes feitos: Campeão do Mundial de Clubes da FIFA (2011), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2010-2011), Campeão da Supercopa da UEFA (2011), Campeão Espanhol (2010-2011), Campeão da Copa do Rei (2011-2012) e Campeão da Supercopa da Espanha (2011).

Time-base: Victor Valdés; Daniel Alves, Piqué, Puyol (Mascherano) e Abidal; Sergio Busquets, Xavi e Iniesta; Messi, Pedro (Thiago) e David Villa (Fàbregas). Técnico: Pep Guardiola.

 

Você já imaginou uma equipe tocar a bola sem parar, sem pressa, de maneira quase perfeita, dominar o adversário e não deixá-lo jogar? Já pensou um time que tem mais de 70% da posse de bola, que marca golaços e que tem uma equipe recheada de craques que parecem jogar por diversão um futebol quase de outro mundo? Essa equipe existiu e começou lá em 2008, mas foi em 2011 que o mundo viu o apogeu do Barcelona de Guardiola, sem dúvida o maior esquadrão da década e deste século. O time levantou sua segunda Liga dos Campeões em apenas três anos com um show pra cima do Manchester United de Alex Ferguson, e, meses depois, venceu mais um Mundial de Clubes da FIFA com um 4 a 0 inapelável sobre o Santos. Isso sem contar os vareios sobre o rival Real Madrid tanto na Liga dos Campeões quanto no Campeonato Espanhol.

Messi corre para o abraço: argentino foi o dono da bola naqueles anos inesquecíveis.

 

Xavi e Guardiola: gênios fundamentais de um esquadrão imortal.

 

A equipe catalã rechaçou que craque se faz em casa, que categorias de base são tudo na estruturação de uma equipe com identidade e amor à camisa e que as estrelas do time formam o time em si, e não um ou dois jogadores. O fator conjunto nunca foi tão importante. E o espetáculo nunca foi tão bonito. Ver o Barcelona jogar virou entretenimento de primeira classe até mesmo para quem era avesso ao futebol. Contemplar e ficar estupefato com o primor de Xavi, Iniesta, Puyol, David Villa e, sobretudo, Lionel Messi, foi mesmo magnífico. Não por acaso, a seleção da Espanha acabou de vez com seu hiato de títulos conquistando duas Eurocopas (2008 e 2012) e uma Copa do Mundo (2010) justamente utilizando o mesmo método do Barça. E, claro, jogadores como Piqué, Puyol, Busquets, Xavi, Iniesta… Leia mais clicando aqui!

 

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14 Comentários

  1. O Corinthians tem que ser estendido até 2015, pois a base era quase a mesma, pelo técnico, pela tática e outras coisas, 2017 pode até ficar de fora 2015 não, logicamente sendo assim, irá angariar uma posição mais elevada no ranking, mesmo porque nesta década foi o único sul-americano a ser campeão mundial.

  2. Parabéns pelo site, parabéns pelo trabalho. Na ativa desde 2012, caramba, o tempo passa rápido… Acompanho já os textos de vocês há algum tempo e hoje, novamente, me deparei com uma antiga dúvida: por que vocês não contam o ano de 2013 como marcante ao esquadrão do Corinthians ??

    Bem, sei que o ano de 2013 teve uma queda em relação ao ano de 2012, uma eliminação muito garfada na libertadores e um brasileiro para se esquecer. Mas, ainda assim, foi campeão paulista em cima do Santos na Vila Belmiro e ganhou a Recopa sulamericana em cima do São Paulo, completando a triplice coroa internacional.

    Então, eu realmente me pergunto: por que o ao de 2013 é minimizado e até mesmo esquecido?

    No mais, reitero, parabéns pelo ótimo trabalho e vida longa!!

    • Obrigado pelo prestígio, Whellder! Quando fizemos o texto, ele ficou 2011-2012 por pegar a fase mais gloriosa e por conta das pesquisas do Google. Mas vamos analisar essa inclusão para ver se não vai atrapalhar, ok? Obrigado! 🙂

      • Sinceramente, Imortais, acho que o Whellder tem razão. O Corinthians não foi tão notável em 2013, mas ainda teve destaque com as conquistas do estadual e da Recopa, como ele disse. Só não se deu bem na Libertadores por culpa do Boca e do senhor Carlos Amarilla, num dos jogos mais malucos e injustos que eu já vi. Foram muitos erros de arbitragem naquela partida.

        Pessoalmente, eu faria Corinthians 2011-2013. Você decide, Imortais! Abraços a você! E ao Whellder também!

  3. Excelente lista! Só poderia ter citado o Carioca de 2020 também, último título de Jorge Jesus pelo Fla, e no artigo específico sobre o esquadrão, atualizar com a Recopa, Spercopa e Carioca! (E estamos vivos na briga pelo Brasileirão 2020 ainda haha). Parabéns pelo trabalho, pela forma que aborda os maiores esquadrões desse esporte que amamos tanto! Sucesso em seu trabalho, Saudações Rubro-negras!

  4. Bom, Imortais, minha opinião: acho que você mandou bem nesse top 16, embora eu ache que o Barcelona de Guardiola ficou em primeiro mais pelo talento que por títulos. De qualquer maneira, ficou legal. Foi uma década maluca que teve de tudo por causa desses esquadrões interessantes e imortais. O problema foi o Coronavírus, que matou muita gente e obrigou os clubes a terminarem a década com jogos com portões fechados, longe de seus torcedores.

    Olha, se eu não estou enganado, A ‘signora regina’ Juventus do Calcio (11°) e o Manchester City das façanhas domésticas (7°) não estão na galeria dos esquadrões do site. Ainda.

  5. Corinthians, Bayern de Flick e Real de Zidane deveriam tá mais acima, top 2 concerteza tinha que ser Bayern de Flick e Real de Zidane, um conquistou a Liga dos Campeões vencendo todos os jogos, feito único, além de atropelar a maioria dos adversários que enfrentou na competição, o outro venceu a Liga dos Campeões 3 vezes seguidas e o Mundial de Clubes 3 vezes seguidas.

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Esquadrão Imortal – Santos 2010-2012