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Jogos Eternos – Atlético-MG 3×2 Fluminense 2012

 

Data: 21 de outubro de 2012

O que estava em jogo: a vitória, claro, em confronto direto de times na parte de cima da tabela pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2012.

Local: Estádio Independência, Belo Horizonte, MG, Brasil

Juiz: Jaílson Macedo de Freitas (BA)

Público: 20.096 pessoas

Os Times:

Clube Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre (Leonardo, aos 41’ do 2º T), Leandro Donizete, Guilherme (Neto Berola, aos 16’ do 2º T), Ronaldinho e Bernard (Richarlyson, aos 48’ do 2º T); Jô. Técnico: Cuca.

Fluminense Football Club: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Digão e Carlinhos; Diguinho, Edinho (Samuel, aos 37’ do 2ºT), Wellington Nem, Deco (Wagner, aos 28’ do 2º T) e Thiago Neves (Rafael Sóbis, aos 29’ do 2ºT); Fred. Técnico: Abel Braga.

Placar: Atlético 3×2 Fluminense. Gols: (Wellington Nem-FLU, aos 10’, Jô-CAM, aos 23’ e aos 36’, Fred-FLU, aos 40’, e Leonardo Silva-CAM, aos 45’ + 2’ do 2º T).

 

“Proibido piscar: a tarde de futebol em estado puro no Independência”

 

Por Guilherme Diniz

 

Restavam apenas oito rodadas para o fim do Brasileirão. Com nove pontos de vantagem, o Fluminense poderia ficar 12 à frente do Atlético e praticamente selar sua segunda conquista nacional em três anos. O Galo sabia que a única chance de reduzir o prejuízo era aquele jogo no Independência lotado. Uma tarde de domingo, com sol, perfeita para um bom jogo de futebol. Só que os privilegiados ali presentes não viram um bom jogo de futebol. Viram um estupendo, épico, espetacular jogo de futebol – ou qualquer outro adjetivo que você queira usar. O Atlético jogou absurdamente demais. Atacou de maneira incessante. Foi frenético, ligado no 220V. Seus jogadores usaram todo o arsenal de dribles, lançamentos, chutes e jogadas para furar a retranca tricolor.

Mas parecia que o gol era capricho demais. A trave ousava em evitar um, dois gols. E, quando o bruxo Ronaldinho conseguiu anotar um golaço de falta, o árbitro anulou. Foram 15 finalizações do Galo contra apenas uma do Flu nos primeiros 45 minutos. Quanta injustiça! Que aumentou quando o Flu abriu o placar no segundo tempo, em bela jogada de ataque. Mas o Atlético seguiu atacando. E, enfim, marcou o primeiro gol. Tempo depois, veio a virada atleticana. Só que do outro lado tinha Fred, que guardou o seu, o 100º gol com a camisa tricolor. Ainda havia jogo. E, nos acréscimos, o zagueiro Leonardo Silva subiu para testar forte e mandar a bola pro fundo do gol de Diego Cavalieri, decretar a vitória por 3 a 2 e manter aberta a disputa pelo título. Foi o melhor jogo do Campeonato Brasileiro de 2012. Um dos melhores da década no Brasil. E um épico de emoções inesquecíveis. É hora de relembrar.

 

Pré-jogo

Se alguém lembrava do primeiro turno do Brasileirão de 2012 e ficou um tempo sem notícias sobre o torneio, certamente levou um susto quando viu a tabela antes do início da 32ª rodada. É que o Atlético-MG havia sobrado naquele início de competição e liderado da 7ª até a 21ª rodada, com direito a sete vitórias seguidas. Mais do que vencer, o Galo deu show com partidas maravilhosas, gols sublimes e um entrosamento impecável entre Ronaldinho, Bernard, Jô, Guilherme e muitos outros que compunham o sistema de ataque do time. Na defesa, Leonardo Silva e Réver formavam um verdadeiro paredão com categoria, segurança e até força de ataque em investidas pelo alto e nas jogadas de bola parada, além da segura dupla de volantes com Pierre e Leandro Donizete e os laterais Marcos Rocha e Júnior César, que apoiavam constantemente o ataque.

No entanto, depois de encerrar o turno com apenas uma derrota em 19 jogos, o Atlético perdeu pontos preciosos nos empates contra Ponte Preta (2 a 2, em casa) e Bahia (0 a 0, fora), além de ser derrotado por 1 a 0 pelo Corinthians fora de casa. A recuperação veio nas vitórias em casa sobre Palmeiras (3 a 0) e São Paulo (1 a 0), mas outra sequência de quatro jogos sem vencer foi crucial para que o título do Campeonato Brasileiro ficasse cada vez mais distante e abrir espaço para o Fluminense aparecer na briga ao assumir a liderança a partir da 22ª rodada e não largar mais.

Deco, Thiago Neves e Diguinho com a Taça Guanabara de 2012: Flu queria mais um troféu naquele ano. Foto de Alexandre Loureiro/Lancepress

 

Após 28 rodadas, a campanha do Flu era digna de campeão: 10 vitórias em casa, 10 vitórias fora de casa e nove pontos de vantagem sobre o vice-líder, o Atlético-MG. Comandado pelo técnico Abel Braga e com o ataque Fred em grande fase, o Flu tinha um elenco com várias alternativas, em especial no ataque, com Wellington Nem, Deco, Thiago Neves, Rafael Sóbis e Wagner. Quem também vivia grande fase era o goleiro Diego Cavalieri, simplesmente um paredão e responsável direto pela boa campanha tricolor graças às suas defesas milagrosas e reflexos impressionantes.

Antes do jogo, a torcida do Atlético exibiu um mosaico com a sigla CBF de ponta cabeça e com as cores do Flu, em protesto contra a arbitragem – que supostamente beneficiava o tricolor. Leia mais clicando aqui. Foto: Marco Astoni / GCom.

 

Já na 32ª rodada, Atlético e Fluminense disputariam uma “final” antecipada. Se o Flu vencesse, abriria 12 pontos de vantagem a seis rodadas do fim do torneio. Já o Galo teria que vencer de qualquer maneira e continuar secando o rival. Para aumentar ainda mais os ânimos, as equipes não tinham desfalques e tanto Cuca quanto Abel Braga poderiam colocar em campo o que tinham de melhor (o único desfalque era Jean, do tricolor, substituído no meio de campo por Diguinho). O Independência, casa do Galo naquela temporada, estava lotado e com uma atmosfera digna de decisão. Confiante, a torcida do Flu estaria satisfeita até mesmo com um empate. Só que o Atlético iria para cima como um trator. E com seus homens de ataque muito, mas muito inspirados – principalmente um tal de Ronaldinho…

 

Primeiro Tempo – Bombardeio Atleticano

Quando a bola começou a rolar no Independência, ficou claro que o Fluminense iria se defender e esperar o Atlético. Só que tal tática era totalmente equivocada, ainda mais contra um adversário com ímpeto ofensivo notável e jogadores inspirados por uma torcida barulhenta e fanática. Logo aos 5’, Bernard avançou pela esquerda, tocou no meio para Ronaldinho e o camisa 49 lançou pelo alto para Leandro Donizete, que chutou por cima do gol de Diego Cavalieri e rente ao travessão, arrancando o primeiro “uhhh” da galera. Aos 8’, mais uma jogada em velocidade de Bernard, que lançou para Jô, o atacante chutou e Diego Cavalieri espalmou para escanteio. Cuca tinha armado uma equipe ofensiva que não se descuidava da marcação, com Pierre e Leandro Donizete na cola de Deco e Thiago Neves, justamente os homens de criação do tricolor. Até Guilherme ajudava na contenção dos meias tricolores e Carlinhos, pela esquerda, não conseguia avançar como de costume por conta do bloqueio de Marcos Rocha. Com tudo isso, a bola quase não chegava em Fred e Wellington Nem.

Ronaldinho e Fred: estrelas da tarde. Foto: Marcus Desimoni / AE.

 

O Galo sufocava o Flu na intermediária, era ataque puro, pressão sem limites. Aos 16’, Marcos Rocha encontrou Guilherme e tocou para o meia, mas o chute foi por cima. Três minutos depois, Ronaldinho recebeu na esquerda, pedalou, escapou da marcação e cruzou. A zaga carioca afastou e, no rebote, Júnior César sofreu falta na entrada da área. Local preferido para Ronaldinho guardar! O craque cobrou com a perfeição que lhe era característica, a bola passou pela barreira e foi parar no fundo do gol de Cavalieri. Golaço!!! O Independência explodiu, mas segundos depois a ira tomou conta de todos. Motivo? O árbitro apitou falta de Leonardo Silva na barreira armada pelo Flu… Os atleticanos, que antes do jogo queriam fazer um protesto (vetado pela polícia) contra as recentes arbitragens em jogos do Galo, tinham mais um motivo para repudiar.

Ronaldinho marca o golaço, mas segundos depois ele foi anulado. Foto: Samuel Costa / Jornal Hoje em Dia / GP.

 

Mesmo com aquela ducha de água fria, o Galo seguiu em cima do tricolor de maneira sufocante. Ser torcedor do Fluminense àquela altura era flertar com um hospital! Quanta angústia! Aos 27’, outra investida frenética do Galo quase resultou no gol. Jô ganhou uma bola dividida pelo meio e tocou na direita para Guilherme, que deu um passe telepático do outro lado, na esquerda, para Bernard. O atacante invadiu a área e chutou, mas Cavalieri defendeu com os pés. A bola subiu e sobrou para Jô, que cabeceou, mas Gum deu uma voadora para tirar a redonda dali! Minutos depois, outra jogada plástica de Ronaldinho, que deu um elástico em Diguinho, driblou e deixou o rival no chão, levando ao delírio a massa atleticana. Quanta arte! E como jogava o bruxo!

 

Veja abaixo:

Só aos 31’ que o Fluminense, enfim, apareceu pela primeira vez com perigo. Deco tocou de cabeça para frente e engatilhou um contra-ataque para Wellington Nem, que saiu em disparada ao ataque, viu o goleiro Víctor deixar o gol, mas demorou demais para chutar, acabou sem ângulo e desperdiçou a chance do gol. Seis minutos depois, Guilherme tocou dentro da área para Marcos Rocha. O lateral chutou e Cavalieri defendeu mais uma vez. Aos 41’, Deco recebeu o primeiro cartão amarelo do jogo após ir no tornozelo de Guilherme. Três minutos depois, Ronaldinho deu um passe perfeito para Bernard, na esquerda, o atacante avançou e chutou na saída de Cavalieri, mas a bola bateu na trave! O Galo estava possuído!!! Um minuto depois, Ronaldinho, de novo, conduziu a bola até a entrada da área, tocou na esquerda para Bernard e este tocou no meio para Jô, que ajeitou, chutou e a bola explodiu no travessão! Duas bolas na trave em menos de dois minutos!!! Era inexplicável!! Será que haviam feito alguma mandinga contra o Atlético?

Jogo teve momentos de tensão e nervos à flor da pele.

 

Já nos acréscimos, Thiago Neves cobrou falta por cima do gol e o primeiro tempo terminou 0 a 0. Mas poderia estar 4 a 0, 5 a 0 para o Galo tamanho volume de jogo e chances criadas. Foram impressionantes 15 finalizações contra uma do Flu. Isso mesmo: 15 a 1. Uma verdadeira blitz atleticana num jogo de um só time. O próprio goleiro tricolor, Diego Cavalieri, reconheceu aquela superioridade do rival após o primeiro tempo. “Estamos suportando bem, mas dando muito espaço. É importante compactar um pouco mais, e tentar jogar. Quase não estamos criando. É difícil passar noventa minutos assim sem tomar gol”. Ô se é!

 

Segundo tempo – Futebol em estado puro!

Wellington Nem (à esq.) deixou sua marca logo no começo do segundo tempo. Foto: Gil Leonardi / LAMINA.

 

Se a etapa inicial foi eletrizante, a complementar conseguiu cravar de vez aquela partida como uma das mais espetaculares do Campeonato Brasileiro em todos os tempos. Nos primeiros 10 minutos, o Flu continuou postado na defesa e viu Ronaldinho e Jô construírem jogadas de perigo, mas a bola não foi certeira como nas chances anteriores. Só que, aos 10’, o Fluminense conseguiu ir ao ataque com uma inédita tranquilidade e aproveitou muito bem a chance. Após receber no meio, Fred percebeu a ida de Wellington Nem até a grande área e deu um passe perfeito para o atacante chutar na saída do goleiro e mandar a bola no cantinho do gol: 1 a 0. Ê futebol… O Galo tinha 17 finalizações até aquele momento. Na segunda do Flu em todo o jogo, gol. Dá pra entender?

Os times em campo: super ofensivo, o Atlético sufocou o Flu durante todo o jogo, mas o tricolor soube aproveitar as poucas chances que teve e quase venceu.

 

Nos minutos seguintes, o Fluminense aproveitou o choque que o gol causou no Atlético para ampliar. E quase conseguiu, aos 14’, quando Thiago Neves recebeu de Deco e Víctor saiu do gol, mas na hora de concluir, o meia tricolor chutou em cima do goleiro alvinegro ao invés de encobri-lo. Dois minutos depois, o Atlético respondeu em um chutaço de Leandro Donizete que explodiu, adivinhe, no pé da trave esquerda de Cavalieri. Já era a terceira bola na trave do Galo no jogo! Impaciente, Cuca decidiu fazer a primeira mudança do jogo e colocou Neto Berola no lugar de Guilherme e avançou de novo com a marcação. 

Com isso, aos 18’, o zagueiro Leonardo Silva arrancou lá de trás, fez fila, mas na hora de finalizar o volante Edinho interceptou a bola e mandou para escanteio. Após alguns minutos de pressão, enfim, a redenção atleticana. Marcos Rocha avançou pela direita e tocou no meio para Ronaldinho. O bruxo passou pela marcação e tocou na esquerda para Jô. Bernard também estava por ali, mas o baixinho deixou para Jô chutar de primeira e fuzilar o goleiro tricolor: 1 a 1.

Festa atleticana: era o início da virada! Foto: Bruno Cantini.

 

Até que enfim! Depois de 789715678 chances, o Galo conseguiu seu gol! Era tudo o que o time precisava para buscar novos ânimos e tentar a virada. Abel Braga percebeu os apuros que o aguardavam e tentou mudar alguma coisa ao tirar Deco e Thiago Neves para as entradas de Wagner e Rafael Sóbis, respectivamente. Só que o ataque continuou sendo do Galo, que tentou em chute de longe de Leonardo Silva, aos 31’, e com Jô, de cabeça, aos 34’, após cruzamento de Bernard. O mapa da mina era o lado direito da zaga tricolor, esquerdo do ataque atleticano. Tudo acontecia por ali, nas costas de Bruno, totalmente perdido. E, aos 36’, a virada aconteceu. Ronaldinho lançou Bernard, na esquerda. O atacante cortou a marcação (que marcação?) de Bruno, olhou para a área e cruzou na cabeça de Jô, que testou no canto oposto do goleiro e fez 2 a 1. 

Jô testou para marcar o segundo…

 

… E fez explodir o Independência! Foto: Ramon Bitencourt / Lancepress!

 

Carnaval no Independência! Justiça feita! E que jogo do ataque atleticano. O trio Ronaldinho-Bernard-Jô só não fazia chover naquela tarde porque o sol não deixava! Abelão, logo após o gol do Galo, tirou Edinho e colocou o zagueiro Samuel para tentar fechar de vez a casinha e não levar mais gols. Só que era preciso arriscar e pelo menos empatar. E, aos 42’, Carlinhos conseguiu fugir da marcação pela esquerda, avançou e cruzou rasteiro. Quem estava na área? Fred, o matador. E ele fez: 2 a 2. Foi o 100º gol do atacante com a camisa do Fluminense. Simplesmente histórico! E que ocasião para fazer um gol desse quilate!

Fred se estica para marcar o gol de empate.

 

Foi o 100º gol do artilheiro com a camisa do Flu!

 

Parecia que o jogo ficaria no empate. Bem, só parecia. Com pouco mais de três minutos de acréscimos, o Galo foi em busca da tal justiça. Dar alegria àquela gente que tanto vibrou, esperneou, gritou e empurrou seu time em um jogo estupendo, de encher os olhos. Era preciso uma bola, um drible, um lance para vencer aquele rival sortudo, com as traves a seu favor e um goleiro em fase de esplendor. E, aos 47’, a redonda chegou com quem mais tratou bem ela naquela tarde: Ronaldinho. O camisa 49 recebeu de Neto Berola, longe da área, ajeitou a bola com carinho e viu o avanço de Leonardo Silva. Aquele mesmo que fez a polêmica falta que impediu seu golaço lá no primeiro tempo. O bruxo deve ter pensado “vou dar uma azeitada nessa aqui pra ele se redimir”. E foi o que ele fez. Com uma classe única, Ronaldinho cruzou na área e a bola foi de maneira perfeita ao encontro de Leonardo Silva. O zagueirão, com seus mais de 1,90m de altura, saltou e se tornou inalcançável. Ele cabeceou no ângulo de Cavalieri e fez o gol da vitória: 3 a 2.

Delírio puro de Leonardo Silva e Ronaldinho! Que jogaço!

 

Não havia um torcedor atleticano naquele momento que não estivesse pulando. Gritando. Até mesmo chorando. Foi emocionante. Uma ode ao futebol bem jogado, à emoção, a tudo o que o futebol pode representar aos fãs, ao torcedor. O gol que deu sobrevida ao Atlético no campeonato. O título poderia até não vir, mas o orgulho de quem vestia o preto e branco estava renovado após aquela tarde de puro espetáculo. Ao apito do árbitro, entrava de vez para as enciclopédias aquele Atlético-MG 3×2 Fluminense. Uma das partidas mais incendiárias, eletrizantes, sensacionais, únicas do Campeonato Brasileiro. Foram 27 finalizações do Atlético. Quatro do Flu. A prova máxima de que atacar é preciso. Ter sorte ajuda. Mas genialidade e lances extraordinários definem uma partida. E a alçam à eternidade.

 

Pós-jogo: O que aconteceu depois?

 

Atlético-MG: a tarefa de conquistar o título ainda era difícil para o Galo por conta da diferença de pontos e se tornou impossível com outra série de quatro jogos sem vitória, determinante para o título ficar mesmo com o Fluminense. Nas duas últimas rodadas, o time de Cuca garantiu o vice-campeonato ao derrotar o Botafogo (3 a 2, fora) e o rival Cruzeiro (3 a 2, em casa). A equipe alvinegra terminou a competição com 20 vitórias, 12 empates e seis derrotas em 38 jogos, com 64 gols marcados (melhor ataque) e 37 sofridos. Bernard foi o artilheiro do time com 11 gols, um a mais que Jô. Ronaldinho anotou nove e se tornou um dos símbolos do Atlético no campeonato. 

Festa do Galo na Liberta de 2013: caminho natural e justo para um esquadrão imortal!

 

A torcida lamentou a perda do título, mas ficou claro para todo mundo que o Atlético jogou o futebol mais bonito do Brasil em 2012 e recheado de jogadas de efeito, tabelinhas, movimentação e uma competitividade plena em qualquer lugar, seja em casa ou fora dela. Reflexo disso foi o desempenho do clube no ano: 57 jogos, 34 vitórias, 16 empates e apenas sete derrotas, com 106 gols marcados e 50 sofridos, um aproveitamento de 69%. O segundo lugar no Brasileirão deu ao Galo uma vaga na fase de grupos da Copa Libertadores, competição que a equipe mineira não disputava desde 2000. E, com um novo enredo de sonhos, o Galo venceu a competição ao derrotar o Olimpia-PAR na decisão com nova participação do zagueiro-artilheiro Leonardo Silva, que marcou o gol da vitória por 2 a 0 aos 42’ do segundo tempo, tento que levou a partida para a prorrogação e depois para a disputa de pênaltis, que terminou com triunfo do Atlético. Leia mais sobre o Galo libertador clicando aqui!

 

Fluminense: na rodada seguinte, o Flu voltou a vencer no Campeonato (vitória por 2 a 1 sobre o Coritiba, em casa) e viu o Galo perder pontos (empatou em 1 a 1). Com isso, a diferença de seis pontos subiu para oito. No dia 04 de novembro, o Tricolor empatou em 1 a 1 com o São Paulo, fora, e viu o Atlético-MG perder mais uma (1 a 0 para o Coritiba), resultado que abriu a possibilidade de um título antecipado dos cariocas já na rodada seguinte, contra o Palmeiras, em SP. No dia 09 de novembro, o Flu viajou até Presidente Prudente para encarar um desesperado Palmeiras, quase rebaixado, na busca de seu quarto título brasileiro. 

Fred, artilheiro do Flu e a estrela maior do time campeão brasileiro de 2012.

 

Jogando com uma de suas melhores formações táticas (três atacantes e três homens no meio de campo), o time mostrou desde o início que não iria sair dali sem o título. Fred, inspirado, abriu o placar aos 48’ do primeiro tempo. Na segunda etapa, Maurício Ramos, contra, ampliou. Aos 16’, Barcos iniciou a reação alviverde. Aos 19’, Patrick Vieira (não, não é o francês!) empatou e assustou a torcida tricolor. Mas, quem tem Fred, tem gol. E, aos, 43’, Jean cruzou da direita para o atacante, de primeira, marcar um golaço e sacramentar a vitória e rebaixar o Palmeiras: 3 a 2. O Fluminense conquistou, com três rodadas de antecedência, o título brasileiro e terminou a competição cinco pontos à frente do Galo, com 77 pontos, 22 vitórias (time que mais venceu), 11 empates e cinco derrotas (time que menos perdeu), com 61 gols marcados (segundo melhor ataque) e 33 gols sofridos (melhor defesa), um aproveitamento de 67%. Leia mais clicando aqui!

 

Extra:

Veja os gols e melhores momentos.

 

 

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Comentários encerrados

3 Comentários

  1. Texto maravilhoso sobre esse jogo espetacular, parabéns, Guilherme! Eu estive no Independência no dia desse jogaço, e você tem razão, não dava pra piscar, porque foi um jogo alucinante, e pra lá de emocionante. O título do Brasileiro não veio, mas a redenção do Galo veio em 2013, com a tão sonhada Libertadores.

    Deixo uma sugestão de Jogo Eterno: Fluminense 2 x 5 América de Natal, pela Copa do Brasil de 2014. Foi uma das maiores viradas da história do torneio, o América tinha perdido por 3 x 0 em Natal, e no jogo da volta, em pleno Maracanã, terminou o primeiro tempo perdendo por 2 x 1… e, no segundo tempo, conseguiu marcar os quatro gols de que precisava, conseguindo uma virada e classificação épica. Esse jogo merece ser imortalizado aqui, pelo menos pra mim. Pode ser?

  2. Jogo inesquecível! O título de 2012 não veio, mas o time amadureceu muito e no ano seguinte, com reforços importantes como Josué e os retornos de Gilberto Silva e DT9, alcançou sua maior glória. Aqui é Galo, sempre!!!

Esquadrão Imortal – Vasco 1945-1952

Craque Imortal – Nilton Santos