in ,

Craque Imortal – Romário

Image

Nascimento: 29 de Janeiro de 1966, no Rio de Janeiro (RJ), Brasil

Posição: Atacante

Clubes: Vasco-BRA (1985-1988, 2000-2002, 2005-2006 e 2007-2008), PSV-HOL (1988-1993), Barcelona-ESP (1993-1994), Flamengo-BRA (1995-1996, 1997 e 1998-1999), Valencia-ESP (1996-1997), Fluminense-BRA (2002-2003 e 2003-2004), Al-Saad-CAT (2003), Miami FC-EUA (2006), Adelaide United-AUS (2006) e America do Rio-BRA (2009).

Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Brasileiro (2000), 1 Copa Mersosul (2000) e 2 Campeonatos Cariocas (1987/1988) pelo Vasco.

1 Copa Mercosul (1999), 1 Copa Ouro Sul-Americana (1996), 1 Copa dos Campeões Mundiais (1997) e 2 Campeonatos Cariocas (1996/1999) pelo Flamengo.

3 Campeonatos Holandeses (1988-1989, 1990-1991 e 1991-1992), 2 Copas da Holanda (1988-1989 e 1989-1990) e 1 Supercopa da Holanda (1992) pelo PSV.

1 Campeonato Espanhol (1993-1994), 1 Supercopa da Espanha (1994) e 1 Troféu Tereza Herrera (1993) pelo Barcelona.

Títulos por seleção: 1 Copa do Mundo da FIFA (1994), 2 Copas América (1989 e 1997), 1 Copa das Confederações (1997) e 1 Medalha de Prata nas Olimpíadas de Seul (1988) pelo Brasil.

Principais Títulos Individuais:

Melhor Jogador do Mundo pela FIFA: 1994

Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA: 1994

Onze d´Or: 1994

FIFA 100: 2004

Onze de Bronze: 1993

Melhor jogador do Campeonato Holandês: 1989, 1990 e 1991

Melhor atacante do Campeonato Holandês: 1989, 1990 e 1991

Melhor atacante da Liga dos Campeões da UEFA: 1990 e 1993

Melhor Jogador Íbero-Americano da Espanha: 1994

Melhor Jogador Estrangeiro da Espanha (Revista “El País”): 1994

Melhor Jogador do Campeonato Espanhol: 1994

Melhor Atacante do Campeonato Espanhol: 1994

Bola de Ouro Revista Placar: 2000

Bola de Prata Revista Placar: 2000 / 2001 / 2005

30º Maior Jogador Sul-americano do Século XX – IFFHS: 1999

11º Maior Jogador Brasileiro do Século XX – IFFHS: 1999

17º Maior Jogador do Século XX – Revista “France Football”: 1999

5º Maior Jogador do Século XX FIFA – Votação Internet: 2000

18º Maior Jogador do Século XX FIFA – Votação Grande Júri: 2000

Melhor Jogador do Campeonato Brasileiro: 2000

Melhor Jogador das Américas – Revista “El País”: 2000

Chuteira de Ouro – Revista Placar: 1999, 2000 e 2002

Chuteira de Ouro CBF: 2001  e 2005

Troféu Rei do Gol: 2005

Eleito para a Seleção dos Sonhos do Brasil do Imortais: 2020

Eleito para o Time dos Sonhos do Vasco do Imortais: 2021

Eleito para o Time dos Sonhos do Barcelona do Imortais: 2021

Eleito para o Time dos Sonhos do Flamengo do Imortais: 2020

 

Artilharias:

Artilheiro do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA: 2000 – 3 gols

2 vezes artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA: 1989-90 (6 gols) e 1992-93 (7 gols)

3 vezes artilheiro do Campeonato Brasileiro: 2000 (20 gols), 2001 (21 gols) e 2005 (22 gols)

Artilheiro do Campeonato Espanhol: 1994 (30 gols)

3 vezes artilheiro do Campeonato Holandês: 1989 (19 gols), 1990 (23 gols) e 1991 (25 gols)

2 vezes artilheiro da Copa do Brasil: 1998 (7 gols) e 1999 (8 gols)

2 vezes artilheiro da Copa Mercosul: 1999 (8 gols) e 2000 (11 gols)

2 vezes artilheiro do Torneio Rio-São Paulo: 1997 (7 gols) e 2000 (12 gols)

7 vezes artilheiro do Campeonato Carioca: 1986 (20 gols), 1987 (16 gols), 1996 (26 gols), 1997 (18 gols), 1998 (10 gols), 1999 (16 gols) e 2000 (19 gols).

Artilheiro do Torneio Olímpico de Futebol: 1988 (7 gols)

Artilheiro da USL Soccer: 2006 (20 gols)

Artilheiro da Copa das Confederações: 1997 (7 gols). Ufa, haja gol!

 

 

“O gênio da grande área”

Por Guilherme Diniz

 

O maior baixinho que o futebol mundial já viu foi Romário de Souza Faria, marrento como poucos e brilhante como nenhum outro. A frase acima deste texto é de autoria de Johan Cruyff, técnico do Barcelona na passagem de Romário pelo clube catalão. Foi a melhor expressão que ele encontrou para definir o jogador brasileiro. E não foi pouco. Romário foi realmente um gênio na grande área, driblava com extrema rapidez, tinha uma explosão devastadora e marcava gols em abundância. Foi ídolo em três dos quatro grandes clubes do Rio, na Holanda, na Espanha, e, claro, no Brasil todo, afinal, se a Copa de 94 teve um craque, ele foi Romário. O Brasil dificilmente chegaria ao título sem ele. Aliás, poderíamos até nem ir para aquela Copa sem ele. O que Romário jogou nas eliminatórias, no jogo decisivo contra o Uruguai… Ele foi, também, polêmico, e se auto proclamava “o melhor jogador da história depois de Pelé“. Será que foi mesmo? Só lendo um pouco da história desse gênio da bola para saber…

 

O despertar de um craque

Roberto Dinamite e Romário: encontro de ídolos nos anos 1980.

 

Com infância pobre, Romário começou no Olaria (RJ), até ser descoberto por um olheiro do Vasco. Tempo depois, estava na equipe cruzmaltina e fez sua estreia como profissional em 1985. Naquele mesmo ano, despontou como vice-artilheiro do campeonato carioca, e os torcedores perceberam que aquele garoto baixinho (1,69) e invocado tinha futuro. Depois de um bom ano, Romário jogou em 1986 como profissional legítimo, de contrato assinado, e fez parte de uma equipe que mesclava a juventude dele, Mazinho, Bismarck e Donato, com a experiência de Acácio, Tita e o grande ídolo vascaíno Roberto Dinamite (leia mais clicando aqui). O próprio Dinamite uma vez definiu a experiência em jogar com o baixinho em início de carreira:

“Você sabe o que é jogar ao lado do Romário com 20 anos de idade? Era só jogar a bola para ele. Das três que chegavam no pé, duas ele colocava dentro do gol!”

 

O Vasco de 1987. Em pé: Paulo Roberto, Acácio, Fernando Henrique, Mazinho e Donato. Agachados: Tita, Geovani, Roberto Dinamite, Luís Carlos e Romário.

 

Nos anos seguintes, brilhou intensamente e ajudou o Vasco a conquistar o bicampeonato carioca de 87 e 88, em ambas contra o maior rival, o Flamengo. Em 88, a decisão teve um gosto ainda melhor, com Romário marcando um golaço após chapelar o goleiro rubro-negro e entrar com bola e tudo no gol. Naquela época, já dizia que iria chegar aos mil gols, tal como Pelé. Seu desempenho no Vasco, bem como na seleção, onde levou a equipe à medalha de prata nas Olímpiadas de Seul, em que foi artilheiro com seis gols, despertou o interesse do PSV, da Holanda, então campeão europeu. Uma nova era começava para o craque.

 

Rei da Holanda

Image

A primeira temporada de Romário foi de altos e baixos. Os pontos de glória foram a artilharia e o título no campeonato holandês, além do caneco da Copa da Holanda. As decepções ficaram nos torneios continentais, quando o PSV foi eliminado da Liga dos Campeões de 88/89 pelo Real Madrid, nas quartas de final, e quando perdeu a decisão da Supercopa Europeia para o Mechelen, da Bélgica. No mundial de clubes de 1988, nova derrota, dessa vez para o Nacional, do Uruguai, nos pênaltis. Não seria pelo clube holandês que Romário ganharia um título continental. Mas sim pelo Brasil, em 1989.

A América é do Brasil

Romário marca o seu e encerra o jejum de títulos do Brasil no aniversário do Maracanazo.

 

Romário, já estrela na Europa, voltou ao Brasil e ao Maracanã para disputar a Copa América, sediada no país. E o baixinho entraria de vez no coração da torcida ao ajudar a seleção a conquistar um título que ela não vencia há mais de 50 anos. No quadrangular decisivo, ele deu show na vitória contra a Argentina de Maradona ao marcar um gol e meter uma bola entre as pernas do ídolo argentino, fez um dos tentos na vitória por 3 a 0 contra o Paraguai, e marcou o único gol da vitória contra o Uruguai de Francescoli, Sosa e outros craques do Nacional, que em 88 tiraram de Romário a chance de ser campeão mundial pelo PSV. Era a revanche pessoal do baixinho e a nomeação dele como novo ídolo brasileiro. Naquele torneio, nascia uma parceria promissora que renderia muitas alegrias ao torcedor: Bebeto e Romário.

 

Brilhando no Barcelona

Image

Devido a uma contusão, Romário só jogou uma partida na Copa de 90, e viu a seleção ser eliminada precocemente, justo pela Argentina. Depois disso, seguiu brilhando no PSV e despertou o interesse do Barcelona, treinado por Johan Cruyff. O negócio é concretizado em 1993, e o baixinho inicia uma era com títulos importantes, e, claro, muitos gols, com destaque para um clássico contra o Real Madrid, em que ele marca 3 e dá uma assistência na goleada por 5 a 0 na temporada 93/94, em que o Barça conquistou o título espanhol. Logo ele cai nas graças do técnico Cruyff, e consegue uma boa amizade com o holandês. O sucesso na Espanha não foi o mesmo na Liga dos Campeões, onde Romário nada pôde fazer para evitar a derrota de sua equipe na final de 94 para o poderoso Milan, por 4 a 0. Naquela partida, o baixinho teria pela frente o italiano Baresi, que ele mesmo definiu como o maior marcador que tivera na carreira. Eles se encontrariam meses depois, dessa vez na Copa do Mundo.

 

Herói nacional

Image

Depois de uma briga com Carlos Alberto Parreira, técnico do Brasil à época, Romário foi deixado de lado durante boa parte das eliminatórias. Porém, a pirraça de Parreira voltou contra ele mesmo, e a seleção fazia jogos ruins e corria até o risco de não se classificar. Depois de muito clamor popular, o baixinho é chamado para o jogo derradeiro contra o Uruguai, no Maracanã. Se perdesse, o Brasil estaria fora pela primeira vez de uma Copa do Mundo. Foi então que ele chamou a responsabilidade para si, e teve uma de suas maiores (se não a maior) atuações na carreira pela seleção. Romário driblou, chutou, correu, cabeceou, infernizou durante os 90 minutos a zaga uruguaia. Tanta habilidade e excelência com a bola nos pés deu resultado: 2 gols do baixinho, e vitória do Brasil por 2 a 0. Estávamos na Copa. E ele seria a peça chave para a seleção conquistar um título que não vinha há 24 anos, desde os tempos de Pelé.

A Copa do Baixinho

Image

Pela primeira vez uma Copa era disputada nos EUA, país com nenhuma tradição no “soccer”. A realização do mundial na terra do Tio Sam foi um sucesso e fundamental para a promoção do esporte no país, que passou a acompanhá-lo mais e a profissionalizar sua liga. Foi também a Copa com a maior audiência da história à época. O único ponto negativo ficou por conta dos horários das partidas, que, para favorecer os europeus e outros países, eram realizadas bem no pico entre 11h e 14h do horário americano. Detalhe: era pleno verão, e algumas partidas superavam a casa dos 40oC. Coisas da FIFA…

Calor à parte, a seleção mostrou que tinha um grupo muito unido e competente, mesmo longe do brilho das seleções de outras épocas. Romário estava com fome de bola, e marcou gol nos três jogos do Brasil na primeira fase, nas vitórias contra Rússia e Camarões, e no empate contra a Suécia. Nas oitavas de final, um adversário complicado, os donos da casa, bem no dia 4 de julho, dia da independência americana. Com dose extra de motivação, os americanos deram trabalho para Taffarel. Com o Brasil pecando demais nas finalizações (até Romário, que perdeu um gol feito após driblar o goleiro) e com um jogador a menos (Leonardo foi expulso e não jogou mais naquele mundial, por ter dado uma cotovelada no adversário), o torcedor brasileiro temia pelo pior. Mas aí o baixinho brilhou, e fez a jogada que resultou no passe preciso para Bebeto marcar o gol da vitória e dizer “eu te amo” para o baixinho. O Brasil amava Romário! Seleção nas quartas de final.

 

A revanche contra a Holanda

Image

As quartas de final colocaram frente a frente Brasil e Holanda, duas ótimas equipes naquela Copa. Se o primeiro tempo não teve grandes emoções, o segundo foi um estrondo. O Brasil abriu 2 a 0, gols de Bebeto, e, claro, Romário. Mas a Holanda empatou com Winter e Bergkamp. Mas, faltando 9 minutos para o final do jogo, falta pra o Brasil. Branco, contestado por muitos naquele mundial, cobrou… Romário desviou da bola de maneira provençal e enganou o goleiro. Golaço! Brasil 3 a 2. A revanche pela eliminação na Copa de 74 estava garantida. A vaga nas semifinais era brasileira. O adversário seria a surpreendente Suécia. E, de novo, Romário mostrou seu poder de decisão e marcou o único gol do jogo. Era o Brasil de volta à final de uma Copa. E, como da última vez em que participara, o adversário seria a Itália, de Baggio, Maldini e Baresi.

 

Um Baresi no meio do caminho

Image

A aguardada decisão da Copa de 94 colocava dois tricampeões mundiais frente a frente. De um lado, a força do conjunto do Brasil e a estrela de Romário. Do outro, a sólida defesa da Itália, com um meio campo pegador e outra estrela, Roberto Baggio, no ataque. Mas o que se viu foi um jogo muito pegado, disputado, tenso, com muitas chances perdidas. O calor do meio dia americano prejudicava demais os atletas, e o espetáculo ficou comprometido. Para piorar, do lado brasileiro, Romário não conseguia criar nada, pois tinha o mito Franco Baresi em seu encalço durante todo o tempo, todo instante, todo minuto. Um verdadeiro carrapato à italiana! Com o zero a zero predominante nos 90 minutos e nos 30 da prorrogação, a Copa do Mundo de 1994 seria decidida nos pênaltis, pela primeira vez na história.

 

É TEEEETRA, É TEEETRA, É TEEETRA!

Image

A disputa por pênaltis começou com o erro de Baresi. Era um bom presságio. Porém, Márcio Santos errou o seu logo na sequencia. Parecia que um fantasma não queria que aquela bola entrasse de jeito nenhum! Mas o batedor seguinte, Albertini, converteu para a Itália. O próximo era Romário. E ele tratou de estufar as redes pela primeira vez naquela final para a seleção, com categoria. Evani empatou para a Itália. Branco deixou o Brasi em vantagem. Massaro bateu e… Taffarel defendeu! Dunga converteu a sua com calma. O batedor seguinte era o craque Baggio. Se ele errasse, o Brasil seria tetra. Ele partiu, bateu, e… BOLA NA CASA BRANCA DE WASHINGTON! Brasil tetracampeão mundial de futebol. O país explode de alegria depois de 24 anos e lava a alma. A conquista foi dedicada a Ayrton Senna, morto naquele ano. O Brasil perdera um ídolo, mas ganhava um time inteiro para adorar. Era a seleção canarinho no topo do mundo!

 

Saudades traz o baixinho de volta

Depois do título mundial, Romário conquistaria seu maior prêmio individual: o de melhor jogador do mundo pela FIFA em 94. Aquele foi mesmo o ano dele, e o baixinho só não fez chover em solo americano, bem como na Espanha, pelo Barcelona. Porém, cansado da vida na Catalunha, e com saudades da sua cidade marvilhosa, o craque forçou a barra para sair, e, depois de intensas negociações com o apoio de várias empresas, ele voltou, para jogar no Flamengo, justo no ano do centenário do rubro negro. A saída dele abriria as portas para outros brasileiros brilharem pelo clube catalão. Romário ajudou, também, a aumentar o número de fãs do clube espanhol pelo mundo, principalmente no Brasil.

 

Ano frustrante

O ano de 1995 tinha tudo para ser incrível para Romário. Maior estrela mundial do futebol, estava no Flamengo, ao lado de Edmundo e Sávio no chamado “melhor ataque do mundo”. A ambição do clube era ganhar tudo o que disputasse. Era. O time perdeu o carioca para o rival Fluminense, com gol de barriga de Renato Gaúcho, foi mal no Brasileiro e na Copa do Brasil, e passou o ano do centenário sem ganhar nada. Duro foi aguentar os rivais, que disseram que o ano foi do “sem ter nada”.

 

Tempos difíceis

Em 1996, Romário conseguiu alguns títulos e continuou marcando muitos gols. Porém, é emprestado ao Valência, da Espanha, mas pouco produz, e retorna em 1997. Marca mais gols, vai bem no carioca, mas vê a chance de títulos de grande expressão ir para o espaço (os grandes times da época eram Cruzeiro, Palmeiras, Vasco e Corinthians). Depois de dois anos com idas para o Valencia e voltas para o Flamengo, decide voltar para o Vasco, onde brilharia muito em 2000. Porém, nesse meio tempo, o baixinho viveu uma de suas maiores decepções na carreira.

 

O corte da Copa

Image

Depois de fazer uma ótima dupla de ataque com o então jovem promissor Ronaldo em 1997, ambos eram a grande esperança do penta para o Brasil, na Copa de 98. Mas, nos treinamentos para o mundial, o baixinho sofre um estiramento na panturrilha, e vê a comissão técnica cortá-lo da competição, mesmo ele se mostrando hábil para se recuperar a tempo para a segunda fase, o que seria possível. A mágoa foi bem grande, ele chorou na coletiva de imprensa, e o Brasil amargaria o vice-campeonato. A dupla Ro-Ro, com certeza, faria muitos estragos em solo francês…

 

A recuperação no Vasco

Image

Em 2000, Romário estava de volta ao Vasco depois de 11 anos. E a volta foi mais do que perfeita. Com a base campeã da Libertadores de 98, o Vasco venceu o Brasileiro e a Copa Mercosul daquele ano, com o baixinho fazendo chover nos jogos decisivos. Destaque para a partida final contra o Palmeiras, em pleno Parque Antártica, pela Mercosul, onde Romário ajudou a equipe a transformar um jogo perdido por 3 a 0 no primeiro tempo para uma vitória épica por 4 a 3. O baixinho calou São Paulo naquela noite, e mostrou que era mesmo F&¨%… Leia mais clicando aqui.

Dos 176 gols do Vasco em 2000, 67 foram dele. Foi artilheiro do time e do Mundial de Clubes com três gols. Foi artilheiro do time e do Campeonato Carioca com 19 gols. Foi artilheiro do time e do Torneio Rio-SP com 12 gols. Foi artilheiro do time e da Copa João Havelange com 20 gols. Foi artilheiro do time e da Copa Mercosul com 11 gols. Foi Bola de Ouro pela revista Placar. Marcou 73 gols em 75 jogos no total. Foi a mais prolífica temporada do craque em toda a carreira.

 

Perto do fim

Em 2002 ele acerta com o Fluminense e inicia a sua terceira passagem por um grande clube do Rio. No Flu, marca muitos gols e é chuteira de ouro de 2002. Porém, nas Laranjeiras, o baixinho viveu muitos atritos com torcedores e jogadores, que não admitiam as regalias que o craque tinha. Em 2003, joga três meses no Qatar apenas por dinheiro, e volta para o Flu, onde fica até o final de 2004. Sem títulos, pensando no milésimo gol, e com a idade pesando, decide voltar ao seu querido Vasco. Nesse período, acabou de fora da Seleção de Luís Felipe Scolari e não foi para a Copa de 2002 muito mais por causa de atritos com o treinador, afinal, o craque jogava muito na época. Mesmo sem ele, o Brasil foi campeão.

 

Aventuras do baixinho

Image

Em 2005 muitos ainda perguntavam se ele se aposentaria ou não. Mas ele calou os críticos e fez muitos gols, sendo o jogador mais velho (39 anos) a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 22 gols. De quebra, levaria mais uma bola de prata da Revista Placar. Neste mesmo ano, soltou uma de suas mais célebres frases: “Todo mundo sabe que o Pelé calado é um poeta”, em resposta ao Rei, que disse para o baixinho se aposentar de vez. Em 2005, se despede da seleção brasileira com gol, na vitória por 3 a 0 sobre a Guatemala. Em 2006, se aventura por EUA e Austrália, onde poderia marcar gols e gols em ligas inferiores, o que o deixaria perto do milésimo gol. Depois de um ano, com 986 gols na carreira, ele decide voltar novamente para o Vasco, pela última vez.

 

O milésimo gol

O ano de 2007 seria histórico para o baixinho. Ele alcançaria, num jogo contra o Sport, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro, seu milésimo gol. Quis o destino que a marca também fosse de pênalti, como o milésimo de Pelé. Mas, se naquela vez a vítima fora o Vasco, nessa o protagonista vinha da equipe cruzmaltina. Era o fim de uma busca que começou lá na década de 80, século XX, e que terminaria de maneira retumbante nos anos 2000, século XXI. O feito fez o Vasco construir uma estátua em homenagem ao seu ídolo, exatamente atrás das traves onde Romário marcou seu gol 1000.

 

O fim de uma lenda

Image

Depois de cumprir a promessa dos 1000 gols, Romário anuncia sua aposentadoria, em março de 2008. Mesmo assim, em 2009, vestiu a camisa do América-RJ, para cumprir um desejo de seu pai, que queria ver o filho um dia com o manto vermelho sangue. O baixinho teve tempo de ajudar a equipe a vencer o carioca da segunda divisão daquele ano, que garantiu o acesso à série A. Pouco tempo depois, pararia em definitivo, e hoje é deputado federal pelo Rio de Janeiro. Atualmente, o baixinho tenta se desvencilhar da marcação em Brasília, como senador. Mas o que importa realmente foi tudo o que ele fez dentro de campo. Romário foi o maior rei que as grandes e pequenas áreas dos gramados de futebol do planeta já viram. Simplesmente imortal.

 

Os gols de Romário

Vasco – 326 gols

Flamengo – 204 gols

PSV (Holanda) – 165 gols

Seleção Brasileira – 71 gols

Barcelona (Espanha) – 53 gols

Fluminense – 48 gols

Miami (Estados Unidos) – 22 gols

Valencia (Espanha) – 14 gols

Adelaide (Austrália) – 1 gols

Divisões de base – 77 gols

Jogos Festivos – 21 gols

TOTAL DE GOLS: 1.002

Image

 

Leia mais sobre o Vasco do final dos anos 80 clicando aqui.

Leia mais sobre o Brasil de 1994 clicando aqui.

Leia mais sobre o Barça dos anos 90 clicando aqui.

Leia mais sobre o Vasco de 2000 clicando aqui.

 

Extras:

Vai pra lá que eu vou pra cá, peixe!

Pelo Rio SP de 1999, Romário aplicou um elástico incrível no volante Amaral, do Corinthians, e marcou um gol antológico. Ele faria mais um na vitória por 3 a 0 do rubro-negro.

 

Show contra o Real

Romário marcou 3 e deu passe para outro na goleada do Barcelona sobre o Real Madrid por 5 a 0. O baixinho jogava num time de estrelas como Guardiola, Koeman, Stoichkov e Cia.

 

Licença Creative Commons
O trabalho Imortais do Futebol – textos do blog de Imortais do Futebol foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em imortaisdofutebol.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença.

Comentários encerrados

9 Comentários

    • com certeza!!! pegou o povo brasileiro no colo e colocou em suas costas, veio de barcelona e os jogadores da posição e os demais que já estavam no grupo reconheceram a superioridade dele, que veio direto para jogar, e fez a maior atuação de um jogador com a camisa da seleção(naquela época não por dinheiro, como faz tempo que acontece). fato inédito no futebol mundial. será que pelé suportaria um peso desses nas costas e assumiria toda a responsabilidade?

Esquadrão Imortal – Bragantino 1990-1991

Craque Imortal – Djalminha